Bom dia Quito, do local do evento. |
Hoje o dia foi intenso. Passamos o dia em
trabalhos de grupo e momentos de debate com todos juntos. Como estamos em uma
reunião do Foro Latinoamericano de Sistemas Participativos de Garantia, claro
que este foi o tema principal. Mas não faltaram menções naturais ao
desenvolvimento da Agroecologia nos diferentes países e ainda muita conversa
sobre a infindável tentativa de conceituar com precisão as diferenças, se é que
existem, entre os termos Agroecologia, Agricultura Orgânica e Agricultura
Ecológica. Como vários outros conceitos, uma elaboração feita por um
especialista não é tão complexa. Mas elaborá-lo de forma coletiva é uma tarefa
draconiana. A principal razão desta dificuldade é que cada pessoa relaciona uma
determinada palavra com suas vivências com esta palavra, com seu conhecimento
acumulado sobre ela e mesmo com diferentes emoções vividas ao redor da sua
expressão.
Que charmosa a bolsinha do evento! |
Parêntesis. Isto que acabo de escrever se tornou muito claro para
mim quando comecei a compreender a força dos chamados palavrões quando ditos
por uma pessoa local ou por um estrangeiro. Por exemplo, eu posso falar pinga
quantas vezes quiser. Não custa nada para mim e não causa nenhuma emoção em
quem me ouve. Isto no Brasil, porque em Cuba esta é a maneira mais grosseira de
se referir ao órgão sexual masculino. Se no meio de um jantar familiar eu falo
esta palavra no Brasil ou em Cuba, verei reações absolutamente distintas.
Fechando o parêntesis, isto para mim guarda muita relação com a definição de
conceitos que começamos a fazer na reunião de hoje. Repito, as palavras são
demarcadas por vivências e conhecimentos anteriores e chegar a uma precisão em
um conceito de forma consensuada e coletiva às vezes se torna bem difícil.
E é por estas diferentes vivências com as palavras
que as vezes a comunicação pode se tornar uma tarefa árdua, mesmo entre amigos
ou casais. Casais? Nossa, confesso que quase esqueci... hoje completei 28 anos de casado. Mais uma vez o trabalho me afastou de casa nesta data, mas tudo bem. Casamos e trabalhamos juntos há quase três décadas... e sabemos que esta mescla é parte do nosso sucesso. Que venham mais 28, para mim está de ótimo tamanho!
Visual do evento. |
Deixando de divagar e voltando ao meu dia, apesar de intenso ele foi
agradável e produtivo. Moderar um grupo de mais de quarenta pessoas de doze diferentes
países exige concentração e boa disposição. Mas ouvir as diferentes percepções
e sobre as diferentes realidades, interagindo com velhos amigos e novos
conhecidos é muito gratificante.
Mesmo com uma boa jornada de trabalho, o melhor do
dia foi a noite. Como gentileza de boas vindas nos levaram para um jantar
organizado por um chef ligado ao Slow Food, o movimento italiano que se
espalhou pelo mundo, promove a boa comida local e surgiu como contraposição ao Fast Food. Jantar delicioso, com direito
a boa música ao final, com dois jovens equatorianos muito talentosos.
Show, por hoje é isto, amanhã saímos às sete da
manhã e passamos o dia no campo, visitando agricultores e participando de um foro
local em Cayambe, uma cidade a duas
horas de Quito, que fica ao pé de um vulcão do mesmo nome. Vamos viajando por
entre a Cordilheira dos Andes... Parece chique né? E é. Amanhã conto.
mandaram super bem, musicas de diferentes países latinos |
Ótimas reflexões - importante sabermos que não estamos isolados em nossos dilemas de definir o que de fato é Agroecologia, e mais que isso, nos darmos conta que segue sendo a velha e boa Agricultura Alternativa, repaginada, mas rica em sua essência.
ResponderExcluirE, QUERO UMA BOLSA!!! Linda demais!
Ah! se o blog é de ontem, vale registar que no dia 01 de dezembro de 2015 completamos 28 anos de casados! E estou esperando por mais 28! Pura vida!!!!
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