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quinta-feira, 3 de dezembro de 2015

Quito, 02 de dezembro de 2015.


Feira agroecológica, mulheres e grãos
Hoje às sete da manhã já estávamos todos no ônibus em direção a Cayambe. Fica a 70 km de Quito. Em uma boa e linda estrada cortando os Andes. Como eu gosto. A estrada a uns 2800 msnm. Cercada de picos ainda mais altos. Este visual e o ar das montanhas sempre me deram uma agradável sensação de paz.
Quase duas horas depois chegamos à Cayambe e fomos direto à Praça do Mercado, onde todas as quartas feiras mulheres da Red Biovida fazem uma feira agroecológica. Ficamos quase duas horas na feira, tomamos café da manhã, conversamos com as feirantes, passeamos pelas bancas, tiramos fotos e fizemos discursos emocionados de celebração à Agroecologia.
Depois fomos visitar duas fincas. A primeira de Jose Kuijurco, um produtor familiar, que tem um hectare de terra e cultiva 20% dele com hortaliças. Segundo ele sua propriedade está a 3300msnm. Lindo lugar, onde a expressão páramo se aplica com exatidão.
Depois fomos à finca de Dona Ester Villalba. Uma bela propriedade de 2000 m², super diversificada. E ela um encanto de pessoa. Dona Ester nos contou que alguns anos atrás ela tinha um pequeno comércio em casa. 
Esta de verde é a dona Ester!
Como uma pequena mercearia. Disse ela: “quando tomei consciência de quanto estava prejudicando aos meus vizinhos e às crianças da comunidade decidi fechar a venda. Minha família foi contra, me lembrando que eu vivia disto. Eu lhes disse: agora vou me dedicar a plantar. Meus filhos disseram: Pero mami, agricultura és lo mas duro que hay. Mas eu estava decidida, hoje posso dizer que deu certo e estamos todos muito felizes.”
Os visitantes que ouvimos isto fomos impelidos a aplaudir e eu ainda pude lhe dizer que a entendíamos perfeitamente, porque os que ali estávamos, de 12 países diferentes, em algum momento de nossas vidas fizemos coisas parecidas. 
A venda que D. Ester tinha, agora transformada em museu.
Me sinto obrigado a relatar isto aqui. Me fez lembrar que ainda que todos nós saibamos que os rumos de nossas vidas são definidos por nós, parece que às vezes nos esquecemos disto. Além disto, depoimentos assim nos fazem recuperar a fé na humanidade...
O almoço, bem local, foi na própria comunidade onde Dona Ester vive. Pela tarde tivemos um Foro local, na Casa Municipal de Cayambe, com mais de cem pessoas e a presença do Prefeito.
Antes de sairmos o Vulcão Cayambe ainda nos brindou com uma parte de sua graça. Já valeu. Cinco e meia começamos a viagem de volta. Entardecer ainda mais peacefull do que pela manhã. 
Ao fundo, o Cayambe querendo aparecer.
E de noite, para fechar com chave de ouro, nove dos participantes fomos buscar uma cerveja artesanal em “la mariscal”, o bairro boêmio dez Quito que já mencionei por aqui. Agradável, nove pessoas de cinco países, seguimos entre conversas sobre o encontro, especulações sobre a vida e boas risadas.
Belo dia, mais um para a coleção.

Visita ao Sr. Jose Kuijurco

Casa e Igreja de Cayambe.
Linda a casa da Dona Ester!

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