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quinta-feira, 10 de dezembro de 2015

Galápagos, 10 de dezembro de 2015.

Indo para o aeroporto de Baltra, olha o que vemos!
Estou no aeroporto de Galápagos. Saí da casa de José, Flor e Francisco às sete da manhã. Chego amanhã em Porto Alegre, depois de passar por Guayaquil, Quito e Lima. Até chegar em casa, se tudo correr bem, serão exatas 24 horas de viagem. Saudades dos meus.
Não me canso das iguanas.
Esta viagem entra para o rol das melhores. As duas etapas foram para lá de boas. Dos Andes ao Pacífico. Teve boa comida, boas conversas, dever cumprido e aprendizados. Teve tartaruga gigante, peixes e aves coloridos, lobo marinho, iguanas e pelicano. Em Quito, mais trabalho, com alguns agradáveis momentos de descanso. Em Galápagos, mais descanso, com alguns agradáveis momentos de trabalho.
Indo embora de Galápagos, me vem à mente a analogia óbvia. Uma ilha linda, abençoada por Deus, com uma natureza exuberante, com uma vida selvagem que luta por seu direito ao seu espaço e à sua sobrevivência. Linda e com sérios problemas ambientais, fruto do crescimento do turismo e do desejo de acúmulo por parte dos ilhéus. Fruto também de hábitos mais ou menos antigos, mas de qualquer forma pouco amigáveis com a natureza. 
Bela Ilha. Planeta Azul.
Para cumprir com suas obrigações ambientais, os ilhéus têm sido constrangidos por legislações restritivas. Ter um carro exige um calvário de justificativas (sim, não se pode simplesmente comprar um carro), e a bicicleta se torna uma necessidade. Construir, só com certos requisitos. A agricultura deve incorporar práticas de proteção ambiental. Os de fora da ilha não podem simplesmente se mudar para cá. Todas estas e muitas outras regulações causam desconforto, soam como afronta à liberdade.
A óbvia analogia é com a Terra. O que escrevi acima se aplica ao nosso planeta/ilha. Se as legislações ambientais nos constrangem é porque a realidade da "ilha" assim exige. Insistirmos em nosso direito de fazer o que sempre fizemos é fruto da nossa resistência em perder conforto individual em favor das necessidades coletivas e da nossa dificuldade em trocar o passado pelo futuro. Infantilidade nossa, o futuro sempre chega. 
Aeroporto Ecológico de Galápagos.
É nisto que estou pensando, enquanto meu voo não parte.
Foi muito bom ter estado aqui em Galápagos, ainda que por breves dias. Reforçou minha percepção que somos todos ilhéus.

Fui, este ano não conto mais. Veremos o que 2016 nos reserva.

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