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sábado, 2 de março de 2024

Burgos, Coimbra, Óbidos e Lisboa, 27 de fevereiro a 02 de março, do ano bissexto de 2024.

 

A Ireja de São Tiago, em Burgos, que se fez um templo de livros

Vou começar essa crônica com algo que me marcou muito, dentre várias coisas que me marcaram nesses belos últimos cinco dias de viagem: a igreja de São Tiago, em Óbidos, que virou livraria. Demais o visual de uma Igreja que presta culto aos livros! Me impactou, fiquei emocionado. Lembrei do Templo de Confúcio, em Pequim, que tem no seu altar principal um livro! Acho mesmo que lá onde tudo começa, existe uma biblioteca, cuidada por alguém que de tudo sabe. Pensava nisso enquanto caminhava vendo os livros expostos nas prateleiras do templo. Lugar de estar horas, não minutos!

Catedral de Burgos

Agora, dou um passo atrás no tempo e conto que saímos de Burgos, capital da província de Castilla-León, de tantas histórias, na terça-feira, dia 27, na hora do almoço, depois de passear um pouco no frio e comer um churros com chocolate quente, tão típico em boa parte da Espanha.

Chegamos em Coimbra depois de 6 horas de viagem, foi a maior distância que percorremos em um dia durante todo o rolê.

Ana e eu gostamos de colocar o navegador no modo “evitar pedágios”, para fugir das grandes autoestradas, rápidas, mas sem graça. Quando entramos em Portugal, passamos dentro de várias pequenas cidades, algumas na Serra da Estrela, local onde se faz o famoso queijo, que alguns reputam como o melhor do mundo. Lindinhas demais essas cidades. Mas a surpresa mesmo foi quando vimos uma placa indicando a Freguesia de Linhares da Beira. Estava escrito que era uma aldeia histórica de Portugal. 8 km. Nos olhamos e entramos, por uma bonita estrada de curvas muito sinuosas. 

Freguesia de Linhares da Beira

Encontramos um povo medieval lindíssimo, com suas casas de pedras, roupas penduradas nas sacadas, para secar, e senhorinhas andando pelas ruas. Li um pouco e descobri que é um povoado com cerca de 200 habitantes. Valeu muito essa visita não planejada!

Chegamos em Coimbra ao anoitecer, demos uma volta pela cidade e fomos tentar a sorte para comer no “Zé Manel dos Ossos”. Uma pequena tasca, com não mais que 18 lugares. Esperamos mais de uma hora, na rua, frio, mas valeu… Comida sensacional! Lugar simples, mais para desconfortável, atendimento simpático pelos proprietários e o prazer de comer algo bem característico da região. Ana foi de bacalhau, eu de javali com batatas!

Quarta-feira foi dia de visitar Santa Isabel, a Rainha Santa de Portugal, padroeira de Coimbra. Fomos no Convento de Santa Clara, a nova. Foi construído para substituir o Convento de Santa Clara, a velha, que, por sua vez, foi construído a mando da própria Rainha Isabel de Aragão. 

Essa é a Fonte das Lágrimas, que
Camões imortalizou em seus versos, 
as lágrimas seriam de Inês de Castro

Visitamos e fomos guiados por uma funcionária que nos deu muitos detalhes interessantes sobre a vida da Rainha. Vou falar só de um: o corpo da rainha é incorrupto. Significa que não se decompôs após a morte, sem que para isso tenha sido usado algum método de conservação. A visitação do corpo da Rainha foi suspensa apenas em 2016. E ela morreu em 1336… interessante, não é?

Eu acho, acho muito interessante. Nem tudo que existe é fácil de explicar…

No chamado movimento espírita, ela é considerada uma amiga de Chico Xavier, e estaria presente no famoso livro “Nosso Lar”, com o nome de Veneranda. Gostei de visitar, outra vez, nesta viagem, Isabel de Aragão, a Rainha Santa de Portugal!

Quinta de manhã, saímos de Coimbra para Lisboa. Passamos por Óbidos, passeamos pela Vila, muito bonitinha, e o ponto alto já narrei acima.

Chegamos em Lisboa, devolvemos o carro e fomos passear pela Augusta! Não nos cansamos de visitar a Lisboa histórica, seu casario, os detalhes dos azulejos, os nomes pitorescos das ruas e das casas comerciais. E comer. Come-se muito bem por aqui. Vou falar que quinta-feira, de noite fomos a “Tasca do Teimoso”. Tanto no Instagram quanto em um cartaz na porta está dito: a pior Tasca de Portugal. Mentira… mas tem que se garantir muito para ter uma chamada desta, concordam? 

Ouvindo versos na Casa de Pessoa.

Outra vez, um restaurante pequeno, menos de vinte lugares, mas desta vez bonito e agradável. Duas pessoas trabalhando: o filho cozinha e a mãe, de setenta anos, atende. Que comida! Elegemos que foi a melhor de toda a viagem. Sabe aquele couvert básico? Pão, azeitonas e manteiga? Pois então… pão quentinho, azeitonas deliciosas e duas manteigas: uma com vinho do porto e maçã e outra com alho e coentro. E assim seguiu com as sopas, com os bolinhos de alheiros e com o bacalhau à Brás! Tomamos um vinho do D’ouro e nem conseguimos provar a sobremesa…

Sexta-feira, mais passeios, entre metrô e caminhada, mas vou apenas destacar que comemos no bom restaurante “Planto” e fomos visitar a Casa de Fernando Pessoa, lugar que sempre vou quando passo por Lisboa.

E assim termina nossa viagem. Foram 19 dias, dezoito noites. Dormimos em Lisboa, Estremoz, Sevilha, Salamanca, Bilbao, San Sebastian, Hondarríbia, Burgos, Coimbra e Lisboa. Foram cerca de 2700km. Há anos digo que queria fazer essa viagem. Fiz. Como diz Osvaldo Montenegro, “castelos nascem nos sonhos, para no real achar seu lugar”.

Aqui, do aeroporto de Lisboa, sábado, dia 02 de março, do ano bissexto de 2024, só me resta, só nos resta, agradecer!

Adoro...

A Santa nos fronstispícios das casas

A Rainha Santa no convento de Santa Clara a nova

Entrada do coinvento de Santa Clara a nova

a loinda Coimbra, visa do rio Mondego

E tivemos a sorte d ever os estudantes jogando suas capas
para cima. Ao término do curso, os estudantes rasgam as roupas
da formatura, e o único que levam para toda a vida é a capa.

A icônica Universidade de Coimbra

Nosso Hotel em Burgos

Freguesia Linhares da Beira

Freguesia Linhares da Beira

Freguesia Linhares da Beira

Ana, no Zé Mané dos Ossos

Vomitado, delícia de sobremesa no
Zé Mané dos Ossos