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terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

Costa Rica, 04 de fevereiro de 2013.

Paisagem do restaurante Brisas del Nara, em Londres,
Costa  Rica. Nara é o morro mais alto das redondezas.
Cheguei ontem à Costa Rica. Estou aqui para uma reunião que busca analisar a possibilidade de usar os Sistemas Participativos de Garantia para avalizar produtos oriundos dos sistemas florestais análogos. Parece complicado, mas não é. SPGs é uma metodologia que busca garantir, de forma participativa, que um produto ou serviço é o que ele diz que é. Sistemas florestais análogos é o cultivo de plantas, principalmente perenes, tendo a natureza do local como sua referencia, como seu padrão. O adjetivo análogo se refere à natureza. Organizam-se os cultivos florestais buscando imitar a natureza. Coisa de índio. Os povos locais quase sempre operavam, ou ainda operam, assim.
Esta noite passada eu dormi em um hotel em Alajuela, que é a cidade onde fica o aeroporto, a capital da província de mesmo nome, contígua a San Jose, capital do país. Alajuela é uma cidade importante, com mais de 250 mil habitantes, e é perto do vulcão Poás, um dos pontos turísticos do país. Quem sabe no meu último dia aqui consigo ir vê-lo.
Hoje deixamos o hotel de manhã cedo em um pequeno grupo rumo a Londres, na província de Punta Arenas, no pacifico sul do país. Saímos de mais de 2000 mil metros para quase o nível do mar, exatamente descendo a cordilheira vulcânica que perpassa todo o centro do país. Paisagem linda. Viemos de Van, nove pessoas. Diversificadas. Uma mexicana, uma canadense, uma peruana, um indiano, um brasileiro (este que vos fala) e quatro costarriquenhos.
E chegamos à finca Fila La Marucha, em uma região de floresta tropical, onde chove mais de 6400 mm por ano. Apenas como referência para quem não está acostumado com números de precipitação anual, em São Paulo chove uns 1300 mm por ano.
Eu na sala de trabalho, pela noite.
E aqui estou, oito da noite, depois de uma tarde de conversas e debates sobre o tema que falei acima. O lugar é muito agradável, as construções, alojamento, cozinha e sala de reuniões são literalmente no meio da floresta, floresta esta que Milo, o norte-americano que é nosso anfitrião, e sua família, construíram a partir da área de pastagens na qual eles se estabeleceram há acerca de trinta anos. E as construções novas foram todas feitas com madeira que eles próprios plantaram. Meio do mato, um rio correndo aqui do lado, chuva intermitente, noite escura, barulhos de cigarras, rãs e outros que não identifico, um monte de vagalumes embelezando a noite e eu aqui na net. Show!
Como curiosidade, vou contar algo. Esta é a primeira propriedade certificada orgânica do país. Foi certificada em 1991, porque uma importante empresa local, a Café Britt, queria a baunilha que eles produzem aqui. A baunilha é o segundo cultivo mais caro do mundo. Qual o primeiro? Açafrão. Interessante, né? Gostei de aprender isto. Amanhã cedo vamos fazer uma visita guiada pela propriedade, aí conto mais sobre ela. Agora são quase nove, vou dormir, está ficando tarde. 

Um comentário:

  1. Que lugar incrível!
    Desta vez, a cobiça não foi pela comida e sim plea paisagem!
    Beijo

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