Ana Meirelles e seus amigos vegans orgânicos |
Como previsto, hoje de manhã fui direto para a
Conferencia das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20. Está
dividida em duas áreas. Uma no centro de convenções, onde se concentram os
debates, apenas para delegados dos países e de organizações da sociedade civil.
A outra área, em frente ao centro de convenções, permite visitantes, e é uma
espécie de exposição de experiências ou ideias sobre o tema da Conferencia.
Stands grandes, bem montados, uma profusão de materiais para distribuição como
livros, documentos, cds, e toda sorte de eco-brindes,
como pendrives de madeira ou bolsas
de pano. Adoro brindes.
Carro elétrico, dos Correios |
Fiquei
com a impressão que esta exposição pode, e deve, ser lida como uma grande
vitrine do que aqui está se chamando de Economia Verde, tema que é seguramente o mais controvertido e debatido na
conferência. Os que criticam lembram uma frase de Einstein e dizem que não há
motivos para crer que a mesma lógica que criou o problema, a do liberalismo econômico
e sua apologia ao mercado livre, possa agora gerar as soluções. Os que defendem
dizem que não há outro caminho conhecido e concentram seu discurso a favor da economia
verde na geração de novas tecnologias, limpas e/ou mais eficientes no uso de
energias e materiais e na valoração de ativos e serviços ambientais, como Biodiversidade
ou sequestro de Carbono.
Ônibus híbrido, elétrico e biodiesel, Marcopolo. Exemplo de Economia Verde. |
Claro,
as empresas já se fazem presentes, incorporando de maneira mais ou menos séria
a dimensão ambiental ao seu discurso. Nesta Feira que vi hoje, parte oficial da
Rio+20, haviam stands de muitos Estados Brasileiros, de vários países do mundo,
e de muitas empresas. Ajinomoto, Volkswagen, Coca-cola, Braskem ou a Empresa
Brasileira de Correios são alguns exemplos. A preocupação destas empresas é
séria? Difícil dizer, mas já que a citamos, olhem esta propaganda da VW e
julguem por vocês mesmos: www.youtube.com/watch?v=6ORHynh9mjw&feature=player_embedded.
Ajinomoto? Até tu, Brutus? |
Depois
fomos a um evento que estava rolando na PUC do Rio. Parte das atividades
paralelas. É assim, são dezenas de atividades espalhadas pela cidade, todas
dentro do marco geral da Rio+20, algumas da programação oficial, outras tantas
não.
Foto tirada da Cúpula dos Povos, Aterro do Flamengo. Moldura perfeita para falar sobre Meio-ambiente. |
E ainda tivemos tempo
para mais uma passada na Cúpula dos Povos, hoje lotada de pessoas locais, que
aproveitavam a tarde de domingo ensolarada e com temperatura agradável para
passear, ver algumas das muitas atividades culturais, ouvir um ou outro
discurso. E ainda tinham tempo para fazer umas comprinhas básicas de artesanato
indígena, bio-jóias, livros, DVDs. Calma gente, não há contradição aqui, isto
pode, se chama consumo eco-sócio-cultural...
Amanhã vou ao Dia da Agricultura e do Desenvolvimento Rural.
É um evento grande, com uma série de mesas de debates e oficinas. Tenho quatro
minutos para falar em uma mesa sobre Sistemas Participativos de Garantia. Disse
a quem me convidou que era pouco e ele me respondeu que era suficiente se eu
fosse direto ao ponto... estou há 4 horas aqui, em frente ao computador, procurando este ponto. Não achei,
vou dormir.
E haja coragem para colocar uma propaganda dessas, hein? Enquanto o cara pensa, a água jorra ao léo, e as conclusões....talvez a água jorrando represente o greenwashing, não?
ResponderExcluirVi duas vezes para acreditar: a mensagem que me chega é consumir com consciência e cuidar do meio ambiente causam desemprego?Gente, nos dias de hoje esta propaganda é um absurdo...
ResponderExcluirSim, meio non sense esta propaganda nos dias atuais. O que mais me pira, é que se colocaram no ar, é porque eles sabem que chega, e bem, às pessoas. Enfim...
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