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sábado, 16 de junho de 2012

Rio + 20, 16 de junho de 2012


Cúpula dos Povos
A ideia deste blog é escrever quando eu estou andando pelo mundo, mas já que o mundo todo veio para cá, faço desta semana uma primeira exceção. Estou aqui para participar da Rio+20. A Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável. No mesmo cenário da Eco 92, o Rio de Janeiro e sua persistente beleza, o mundo se reúne outra vez para buscar soluções sobre a alardeada crise ambiental. 
O tom da conferência é o mesmo de 20 anos atrás, como aliar crescimento econômico, inclusão social e preservação ambiental. O mundo não é mais o mesmo. Hoje não vivemos sob a euforia econômica e as certezas políticas dos inícios dos anos 90, quando se chegou a supor que a história havia terminado, com o neoliberalismo e a democracia ocidental sendo o fim da evolução social. E as diferenças não param aí. Somos quase dois bilhões de pessoas a mais, nossos mares se acidificaram, tem mais lixo e menos peixe, o ar mais carbono, as florestas tropicais diminuíram quase uma Argentina neste período, perdendo espaço para a soja, a cana ou o gado. Enfim, não faltam razões para o tema em debate por aqui, emoldurado pela difícil conjuntura de uma crise econômica mundial.
Não vou me alongar nestes dados. Existem dezenas de site sobre esta Conferência. Por exemplo, posso recomendar www.vitaecivilis.org. Ali tem informações para um mês de leitura.
Sobre o dia de hoje, passamos, eu e Ana, todo o tempo na Cúpula dos Povos, nome do conjunto de atividades paralelas organizadas pela Sociedade Civil, no Aterro do Flamengo. Logo de cara encontrei um grupo de Hare Krishnas, entoando seu mantra e envolvendo algumas pessoas na sua dança ritmada, enquanto na tenda ao lado uma liderança Kaiapó discursava pela manutenção de sua cultura e seu povo. Circulei e vi um sem número de oficinas, palestras, debates e eventos culturais, (des)organizados de forma autônoma por centenas de entidades e ativistas ambientais. O tom é de denuncia ao modelo de desenvolvimento que gera tantos problemas sócio ambientais e para o qual se discute na Rio+20 soluções, reais ou supostas.
Oficina na Cupula dos Povos
Foi legal o dia, sempre bom ver amigos e desconhecidos, tanta gente, de tantos lugares, que se co-movem com o mesmo tema que me move. Afinal, a esperança que temos de diminuir os riscos ambientais gerados pela nossa forma de viver precisa ser alimentada.
Mas esperava mais. Espero mais. Mais gente, mais informações, mais soluções, mais novidades.
       O ponto alto do dia foi ver, quando passava pela Cinelância em direção ao Aterro, uma das exposições fotográficas mais famosas do mundo, chamada a terra vista de cima. Simplesmente incrível. Um verdadeiro presente tê-la encontrada por acaso, enquanto caminhava. Considerei um prenúncio da boa semana que espero terei por aqui. As fotos estão todas no site www.terravistadoceu.com, e vale muito a pena ver.
Amanhã vou à conferência oficial, a Rio+20 propriamente dita. É no Rio Centro, um centro de convenções que fica na afastada Barra da Tijuca, e com o trânsito ruim pode levar uma eternidade se deslocar para lá. Mas vou assim mesmo, quero sentir o clima das negociações e discussões oficiais. Veremos. 
foto da exposição "a terra vista de cima"

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