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sexta-feira, 22 de junho de 2012

Rio+20, 20 de junho de 2012


Ana e o barco do Greenpeace, no Píer Mauá
O dia começou com a leitura do jornal e a má noticia do documento de consenso ao qual se chegou para ser assinado pelos chefes de Estado aqui na Rio+20. E pior que bradado pela diplomacia Brasileira como uma conquista, já que nunca antes uma Conferencia de Cúpula havia começado com um documento já terminado. A estratégia para se chegar ao consenso foi suprimir ou adiar a decisão sobre os pontos polêmicos. Objetivos concretos para o Desenvolvimento Sustentável (sigla ODS), mecanismos para chegar nestes objetivos e sistema de Governança que promova e monitore esta busca, por exemplo, ficarão para próximos encontros, com expectativa que em 2015 sejam anunciados. Lamentável.
Hoje passei por diferentes mundos dos tantos que se encontram aqui na Rio+20. Comecei pelo Píer Mauá, na zona portuária da cidade, onde existem atividades oficiais relativas à Rio+20. Seminários e exposições. Mais um bom lugar para perceber os matizes que considero existem entre as diferentes empresas que incorporam a dimensão ambiental em seu processo de produção. Não dá para dividir apenas entre as de DNA Ecosocial e o Grenwashing. Existe uma estrada de diferentes gradações entre uma e outra, e ter indicadores claros que coloquem cada uma em sua justa posição é uma tarefa ainda não cumprida. Enfim, gosto deste tema, eu sei que tenho repetido ele nos meus relatos, mas de fato é o grande tema da Conferência, a tal da Economia Verde, definida, diga-se de passagem, de forma bastante vaga no documento final.
Mapa enorme do Brasil, no chão, sensacional
Depois fui ao Museu de Arte Moderna, o MAM, no Aterro do Flamengo, onde está ocorrendo uma simpática feira de produtos da Sociobiodiversidade. Fiz minhas comprinhas, encontrei alguns amigos, olhei ainda um pouco da Cúpula no Aterro e partimos para a Marcha dos Povos. Como outras Marchas, com seus potentes carros de som, umas 30 mil pessoas, fantasiadas, pintadas, carregando cartazes, juntando suas vozes na expectativa de serem ouvidas ou apenas caminhando com seus grupos. Pena que não tive tempo para ficar muito, porque deveria ir para um jantar do outro lado da cidade.
          O jantar era anunciado como chique, tinha nome e programação. Chamado Sabor de Mudança, era anunciado como “Um jantar sustentável na Rio+20: transformando agricultura e sistema alimentar para fazer nosso mundo mais sustentável”. 
Jantar Sabor de Mudança
Chegamos e fomos recebidos com alguns quitutes e boa bebida. Sentamos para jantar, cerca de 150 convidados, e entre um e outro prato ou copo de um bom vinho biodinâmico, ouvimos alguns breves discursos, como do agricultor que produziu o shitaque que comemos, do Suíço Presidente da Fundação Biovision, que foram os promotores do jantar ou as Ministras da Agricultura da Libéria e da Zâmbia. Fomos alguns colegas de trabalho e estava bom. Meio chato, muito formal, mas foi legal ter ido. Ótima estava a comida, da Chef Domencia Catelli, californiana, conhecida por valorizar o produto orgânico e local. Li na net que ela cozinhou para Jonh Travolta e Oprah. Agora para mim também.
            Era longe, quase fora do Rio, em Vargem Pequena, cerca de uma hora e meia de casa. Depois de comer e beber, me pareceu uma eternidade. Melhor ir dormir, amanhã tem mais.

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