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sexta-feira, 22 de junho de 2012

Rio+20, 21 de junho de 2012



Protesto indígena na Rio+20
Hoje passei o dia na Conferencia Oficial. Difícil chegar pelo rigor da segurança, justificada pela concentração de Chefes de Estado e representantes de Governo.
Dentro do Centro de Convenções acontecem algumas coisas diferentes, todas ao mesmo tempo. Existem as pequenas seções, com temas mais específicos, onde estão os interessados em determinado assunto e alguns políticos que sejam atraídos por ele. Por exemplo, passei por uma sobre Energia Nuclear e Sustentabilidade. Como energia nuclear não emite Carbono, o vilão do momento, seus defensores entendem que ela faz jus ao adjetivo de sustentável. Esta tese tem sido inclusive avalizada por James Lovelock, um dos pais da Teoria de Gaia, tão cara aos ambientalistas.
Conferencia do Banco Mundial,
dentro da Rio+20
Também acontecem sessões maiores, como uma que vi sobre Crescimento Verde Inclusivo, promovida pelo Banco Mundial, com mais presença de público e autoridades. Quanto mais importante as autoridades presentes, mais concorrência de publico e imprensa.
Ocorrem ainda pequenas manifestações, bem educadas, claro. Um grupo de indígenas, representando diferentes etnias de várias partes do mundo fazia seu discurso por defesa de seus Territórios, ajudados por intérpretes voluntários. Vi ainda Severn Suzuki, a criança  que fez um forte discurso de cobrança por mais ação das autoridades na Eco 92, andando pelos corredores, com sua filha e sendo assediada para fotos e conversas. Hoje, passados 20 anos, ela é uma liderança ambientalista. 
Severn Suzuki
Mas o ponto alto é o Pavilhão cinco, local da reunião de Cúpula, onde todos os países tem voz, o que se torna uma interminável sessão de discursos, ouvidos mais ou menos atentamente em função do status da nação que se pronuncia. Mas neste minha credencial não permitia entrar.
Sem poder assistir ao vivo os representantes dos países, optei por ir para a Praça de Alimentação, onde existe um telão que nos permite ver ao vivo o que se passa lá dentro. Bem, verdade que também poderia fazer isto de casa, através do site www.webtv.un.org, mas aí perderia muito da atmosfera. Legal estar aqui, vendo esta multidão de pessoas, com suas diferentes cores, roupas e línguas. Sentei, tomei alguns cafés para espantar o sono e fiquei ouvindo no telão os representantes oficiais, quase sempre Ministros. Dentre outros países, ouvi Bulgária, Cabo Verde, Ilhas Maurício, Albânia, Paquistão, Finlândia, Estônia, Eslovénia, Honduras. Discursos parecidos, preparados por assessores que conhecem o tema. Não serão eles, estes discursos, que definirão o futuro do planeta. Não ouvi, mas sei que alguns como Raul Castro ou Evo Morales foram mais críticos em relação à ausência dos principais lideres dos países ricos na conferência e sobre a crescente mercantilização da vida e da natureza. Novidades, nenhuma. Nem era de se esperar.
Pequena exposição sobre
reciclagem, na Rio+20
Depois de duas horas sentado e ouvindo, me sentia como em um caleidoscópio sonoro, onde giravam com diferentes nuances de cores, palavras e termos como planeta, sustentabilidade, futuro, segurança alimentar, meio ambiente, mudanças climáticas, desenvolvimento, inclusão. E resiliência, a palavra da moda. Sabemos que repetir estes termos não será suficiente para operar as mudanças que suas definições impõem. A esperança é que ao menos seja  o começo.
Ainda passei rapidamente pelo Parque dos Atletas outra vez, onde havia ido no domingo e que é como um parque de exposições, com alguns seminários e  vários stands de estados brasileiros e diferentes países. Todos vendendo sua imagem de sustentável.
        No retorno passamos pela orla. São Conrado, Leblon, Ipanema, Copacabana, Botafogo, Gloria, Flamengo. Definitivamente, o Rio de Janeiro continua lindo. E ainda passamos pela efervescente Lapa, encontramos um grupo de amigos e ficamos tomando um chopp e conjecturando sobre o futuro do planeta. Antes que o mundo acabe!
Telão na Praça de Alimentação da Rio+20


Um comentário:

  1. la sustentabilidad, seguridad y soberanía alimentaria, resiliencia al cambio climatico entre otros son los temas favoritos escogidos por los politicos de turno, espero Dr. que esto sea para bien y no para acrecentar las desigualdades e inequidades que existen en el mundo. y le felicito Dr. por mantenernos informados siga adelante

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