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quarta-feira, 20 de junho de 2012

Rio+20, 19 de junho de 2012


No centro, Jigmi Y. Thinley, Primeiro Ministro do Butão
Gostei muito da oportunidade que tive hoje. Como era esperado, o Evento de Aprendizagem do qual eu participei pela manhã teve como palestrante de abertura o Primeiro Ministro do Butão. Foi na Rio+20, quero dizer na Conferencia Oficial, no pavilhão destinado a eventos da Sociedade Civil. O tema central foi Agricultura Orgânica, e o seminário constou de palestras com exemplos exitosos, de Honduras, Peru, Holanda, Brasil e Etiópia, e breves reflexões sobre como estes exemplos podem se multiplicar. No final uma chuva de ideias com algumas autoridades convidadas, sobre que tipo de estratégias e políticas públicas podem colaborar na disseminação destas experiências. Tudo organizado por IFOAM, a Federação Internacional dos Movimentos de Agricultura Orgânica.
Visual do evento
Achei muito interessante ver o Primeiro-Ministro falando da busca do Butão pelo aumento da Felicidade Interna Bruta. Quem não ouviu falar, procura se informar, faz 30 anos que o Quarto Rei do Butão (eles são uma monarquia desde o início do século XX) disse que mais importante que a produção econômica é a felicidade das pessoas, e que é isto que seu reinado queria buscar. Hoje o Ministro expressou como eles perseguem e quais os quatro pilares desta busca: i) desenvolvimento socioeconômico equitativo e sustentável; ii) cuidado com o mundo natural; iii) fortalecimento da cultura ancestral e iv) boa governança.  Falou ainda de como a Agricultura Orgânica pode e deve contribuir com este desiderato. Ele pretende e assumiu o compromisso que o Butão tenha sua produção toda convertida para a Agricultura Orgânica. Cool!
Depois cruzei a cidade e fui para um evento chamado Green Rio, também sobre Agricultura Orgânica, com palestras e uma pequena feira, no auditório da Bolsa de Valores, no centro do Rio. Sacaram? Da Felicidade Interna Bruta para o business as usual. Fui principalmente para ver alguns amigos que estavam lá, mas gostei de ouvir uma discussão entre representantes do Governo Federal, Estadual e iniciativa privada, sobre a Copa Orgânica. É um projeto em andamento e prevê mecanismos de como o setor orgânico poderá estar fortemente presente como fornecedor de produtos e serviços durante a Copa do Mundo de 2014. Não é minha onda, mas não deixa de ser interessante a iniciativa. 
Ana Meirelles, no stand do Pão de Açúcar
E ainda fiquei olhando atentamente e degustando alguns quitutes em um stand do Grupo Pão de Açúcar, só com produtos orgânicos, uma boa parte deles de marca própria. Vendo, comendo e pensando. O Grupo Pão de açúcar é o maior grupo de varejo de alimentos do país. Que significa este stand? Desenvolvimento Sustentável? Tempo de mudança? Economia Verde? Greenwhashing? Tenho minhas percepções, mas certeza mesmo só o tempo nos dará.
O dia chegou ao seu fim, e já que estávamos por ali, decidimos terminar a jornada com um chopinho no maravilhoso centro do Rio de Janeiro, porque ninguém é de ferro. Legal, um grupo pequeno, com chilenos, brasileiros e costarriquenhos. Em um belo Bar/restaurante de comida árabe, com a musica da rua invadindo de leve o ambiente. Discutindo gênero, sustentabilidade e contando causos. A Rio+20 é assim. 

2 comentários:

  1. É sempre bom ler seus relatos. Também tenho minhas percepções sobre supermercadosXorgânicos, mas talvez seja assunto para um chopinho ;-)

    Continue sempre caminhando e contando. Abraços!

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  2. Grato, Roberta. Sim, este papo é bom... qq dia aprofundamos ele. Abraços.

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