No centro, Jigmi Y. Thinley, Primeiro Ministro do Butão |
Gostei muito da
oportunidade que tive hoje. Como era esperado, o Evento de Aprendizagem do qual eu participei pela manhã teve como
palestrante de abertura o Primeiro Ministro do Butão. Foi na Rio+20, quero
dizer na Conferencia Oficial, no pavilhão destinado a eventos da Sociedade
Civil. O tema central foi Agricultura Orgânica, e o seminário constou de
palestras com exemplos exitosos, de Honduras, Peru, Holanda, Brasil e Etiópia,
e breves reflexões sobre como estes exemplos podem se multiplicar. No final uma
chuva de ideias com algumas autoridades convidadas, sobre que tipo de estratégias
e políticas públicas podem colaborar na disseminação destas experiências. Tudo
organizado por IFOAM, a Federação Internacional dos Movimentos de Agricultura
Orgânica.
Visual do evento |
Achei muito interessante
ver o Primeiro-Ministro falando da busca do Butão pelo aumento da Felicidade Interna Bruta. Quem não ouviu
falar, procura se informar, faz 30 anos que o Quarto Rei do Butão (eles são uma
monarquia desde o início do século XX) disse que mais importante que a produção
econômica é a felicidade das pessoas, e que é isto que seu reinado queria
buscar. Hoje o Ministro expressou como eles perseguem e quais os quatro pilares
desta busca: i) desenvolvimento
socioeconômico equitativo e sustentável; ii)
cuidado com o mundo natural; iii)
fortalecimento da cultura ancestral e iv)
boa governança. Falou ainda de como a
Agricultura Orgânica pode e deve contribuir com este desiderato. Ele pretende e
assumiu o compromisso que o Butão tenha sua produção toda convertida para a
Agricultura Orgânica. Cool!
Depois cruzei a
cidade e fui para um evento chamado Green Rio,
também sobre Agricultura Orgânica, com palestras e uma pequena feira, no
auditório da Bolsa de Valores, no centro do Rio. Sacaram? Da Felicidade Interna
Bruta para o business as usual. Fui
principalmente para ver alguns amigos que estavam lá, mas gostei de ouvir uma discussão
entre representantes do Governo Federal, Estadual e iniciativa privada, sobre a
Copa Orgânica. É um projeto em andamento e prevê mecanismos de como o setor
orgânico poderá estar fortemente presente como fornecedor de produtos e
serviços durante a Copa do Mundo de 2014. Não é minha onda, mas não deixa de
ser interessante a iniciativa.
Ana Meirelles, no stand do Pão de Açúcar |
E ainda fiquei
olhando atentamente e degustando alguns quitutes em um stand do Grupo Pão de Açúcar, só com produtos orgânicos, uma boa
parte deles de marca própria. Vendo, comendo e pensando. O Grupo Pão de açúcar
é o maior grupo de varejo de alimentos do país. Que significa este stand? Desenvolvimento Sustentável? Tempo
de mudança? Economia Verde? Greenwhashing?
Tenho minhas percepções, mas certeza mesmo só o tempo nos dará.
O dia chegou ao seu fim,
e já que estávamos por ali, decidimos terminar a jornada com um chopinho no maravilhoso
centro do Rio de Janeiro, porque ninguém é de ferro. Legal, um grupo pequeno,
com chilenos, brasileiros e costarriquenhos. Em um belo Bar/restaurante de
comida árabe, com a musica da rua invadindo de leve o ambiente. Discutindo
gênero, sustentabilidade e contando causos. A Rio+20 é assim.
É sempre bom ler seus relatos. Também tenho minhas percepções sobre supermercadosXorgânicos, mas talvez seja assunto para um chopinho ;-)
ResponderExcluirContinue sempre caminhando e contando. Abraços!
Grato, Roberta. Sim, este papo é bom... qq dia aprofundamos ele. Abraços.
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