Melhor do dia, vi isto em um bar chamado Velha Senhora |
Se entendo o pouco que já li sobre física
quântica, ela afirma que algo só existe depois de visto. É o observador que
precipita a realidade. O indiano Amit Goswami
usa uma história popular no seu país para tentar esclarecer esta afirmação. Um
velho sábio saiu de casa e ao passar pela autoridade local esta lhe perguntou
onde ele ia. O sábio disse que não sabia. A autoridade insistiu uma e outra
vez, sempre ouvindo o velho dizer que não sabia. Irritado, deu voz de prisão, dizendo
que por desacato o sábio iria passar a noite na cadeia. A resposta que a autoridade ouviu: viu? Te disse que eu não sabia...
Lisboa sempre linda - visual do Alto Chiado |
Este meu fim de semana me lembrou esta
história. Cheguei em Porto Alegre desde Milão às nove da manhã. Saí as três da tarde para Recife, via Guarulhos, onde deveria embarcar para Praia, capital de Cabo
Verde. O que já parecia insano se transformou em surreal. Perdi a conexão em
Recife, de fato ela era muito justa. Como este voo que perdi, da Cabo-verdiana
airlines é semanal, e eu preciso estar em Praia amanhã, segunda-feira, a
solução encontrada por quem me contrata em Cabo Verde foi emitir um bilhete via
Lisboa. Sim, cheguei aqui em Lisboa hoje às onze da manhã e saio daqui a pouco, oito da
noite.
Ontem passei o dia em Recife, a maior parte
do tempo preparando minha atividade desta semana, mas encontrando tempo para
uma boa caminhada no calçadão da sempre agradável praia de Boa Viagem.
Hoje eu tinha oito horas entre a aterrissagem em
Lisboa e a decolagem para Praia.
Resolvi sair do aeroporto, respirar um pouco de Lisboa. Quando cheguei na
estação Alto Chiado era exatamente meio-dia. Dei de cara com o Café A Brasileira e com a estátua de Fernando
Pessoa sentado, esperando companhia para um café. Sempre gosto de encontrá-lo.
Depois de ver o Poeta, passei a tarde caminhando e comendo. Tomei café com pastel de nata na famosa Rua Augusta. Parei numa mercearia de um indiano para comprar uma Pedras, a famosa água mineral daqui, levemente salgada. Depois tomei um chopp local no Museu da Cerveja, no Terreiro do Paço, vendo o Tejo ao fundo e o Arco da Augusta ao lado. Muito agradável.
Expresso e Pastel de Nata! |
Depois de ver o Poeta, passei a tarde caminhando e comendo. Tomei café com pastel de nata na famosa Rua Augusta. Parei numa mercearia de um indiano para comprar uma Pedras, a famosa água mineral daqui, levemente salgada. Depois tomei um chopp local no Museu da Cerveja, no Terreiro do Paço, vendo o Tejo ao fundo e o Arco da Augusta ao lado. Muito agradável.
O almoço foi bacalhau à lagareira, no restaurante
São Ciro, ao lado da Praça D. Pedro IV, no Rossio. Escolhi mal. digo o restaurante, não o prato. Para compensar
o almoço apenas razoável fui buscar a sobremesa na Confeitaria Nacional, que
fica na Praça da Figueira e se diz a mais antiga e tradicional de Lisboa.
Fundada em 1829. Terminei meu passeio ali, outra vez com um expresso e um
pastel de nata.
Tô muito bom na selfie... este é o Arco da Augusta |
Ruim passar seis horas flanando por Lisboa?
Não! Mas um domingo, já fora de casa a dez dias, sozinho... É, o lobo solitário, depois de velho, virou um ser gregário. Interessante, acho que isto é uma
evolução da espécie.
A história do sábio indiano
me volta aos pensamentos. Sexta- Feira de noite se tivessem me perguntado onde
eu iria passar o fim de semana, eu teria respondido: Praia, Cabo Verde. Erraria
feio. Passei entre Recife e Lisboa. O certo seria responder não sei. Nós nunca
sabemos!
Espero amanhã estar em
Praia. A realidade a ser precipitada lá é um curso de cinco dias para quarenta
técnicos do governo federal. Tá bom, to a fim mesmo de trabalhar.
Visual do Terreiro do Paço e do Arco da Augusta |
Da minha mesa, no Museu da Cerveja. |
Da minha mesa, no Museu da Cerveja, outro ângulo. |
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