"Todos os passos que dei na minha vida levaram-me até aqui, agora" E cá estamos... |
Hoje o dia começou
calmo. O café da manhã bem servido e bem acompanhado trouxe a graça a manhã,
que acordou ameaçando chorar. Chorou. Deixamos ela chorar. A conversa levou a
filosofia e a disparidade da 'expectativa vs realidade' em viagens. Assunto não
novo, mas que vale a lembrança a todo tempo. Devemos sempre relembrar da
expectativa e aproximar a realidade dela. Da nossa. Nesse mundo feicibuquiano a dificuldade aumenta.
Bom, por aí foi.
O choro da manhã, conhecido como
chuva, estragou o pequeno plano de programação, que seria ir a Bolonha. Que
bom, não estava disposto a viajar 400 kilometros em um dia para conhecer outra
cidade. Tivemos que buscar o que fazer, ao mesmo tempo em que nos esconder da
chuva. A saída foi a 'Pinacoteca'.
A Pinacoteca
di Brera foi minha primeira diversão em italiano. 'Pinacoteca di Brera'. Que coisa divertida de se falar. Assim como ciao. Dei muitas risadas com o ciao. Não tem como não rir. Rio no
primeiro, por que se fala ciao para
falar ‘oi’, e dou risada no segundo por que é igual o primeiro. A partir do ciao descobri que falo italiano flueenteméntee – leia-se com as quatro
pontas dos dedos coladas uma nas outras, movimentando-se para frente e para
trás, na altura do rosto. Tenho um sotaque especial para buongiorno,
e dei uma gargalhada no metro lendo a previsão do tempo. Para oggi, domani e dopodomani!!
Pinacoteca, vista de dentro |
Mas falando da Pinacoteca, a visita foi mais interessante do que o esperado. Ela é
o museu mais reconhecido de Milão, e uns dos maiores da Itália. No seu acervo
se encontra pinturas renascentistas das Tartarugas Ninjas - ou de Rafael e
Leonardo -, Picasso, Modigliani, entre outros. O destaque fica para o beijasso do
homem sem face na donzela desconcertada, chamado de ‘Il Bacio’, e para o símbolo da luta do proletariado, ‘Il Quarto Stato’, de Giuseppe Pellizza
da Volpedo. Sobre este, a discussão se acalorou. Pena que não sobre o tema do
mesmo, mas pela selfie mal tirada com o iPhone... Contradições e hipocrisias do
mundo. Seguimos.
Seguimos para a Duomo, aproveitando a pequena trégua da chuva. As ruas do bairro de
Brera são encantadoras, assim como as
vitrines de comida e de gelato. O gelato veio mesmo antes do almoço.
Afinal, qual o motivo de deixar para depois o que você pode comer agora?
Seguindo o turismo alimentício, o Panzerotti
Luini realmente faz jus ao renome. Um tipo de pastel fofo frito delicioso.
Como fiquei em dúvida, papei logo dois sabores. Ricota&Espinafre,
Olivas&cebola&tomato. Tuti muto
bonno.
Mas a chuva atrapalhou o resto do
dia. Andamos meio a globalização de lojas do centro, se divertindo com os contrastes
e semelhanças do mundo, que se misturam não importando o país. E alem de se
misturar, assustam. Felizmente o expresso italiano ainda existe, e nele fomos
nos refugiar. Um shot. Quente, forte, como um soco para acordar a mente e
esquentar o peito. Delicioso.
Daí o dia acaba no hotel. Meu pai
utilizando o computador, e eu lendo.
Por acaso, quem ocupa este espaço
virtual de hoje é o filho do cara, o primogênito, dono de toda a herança deste
velho autônomo que nada me deixará além de ditados e livros. Chamado no
documento de Tiago, hoje habitando terras francesas e sendo chamado pelo
codinome de sua cidade ou pelo charmoso&enigmático apelido de Capitão
Gancho. Agradeço o espaço, um dia eu volto
para dar o ar da jovialidade a este blog.
E sobre a indiada em Míílâno, amanhã ela continua.
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