A Praça e a Catedral |
Hoje meu dia começou com a esperança, logo
frustrada, de ver a Santa Ceia, de Da Vinci. Fui até a Igreja de Santa Maria
das Graças, onde ela está pintada e confirmei o que imaginava. Ingresso só para
novembro. Far cosa?, iriam os italianos.
Fazer o que?, digo eu.
Aí dentro esta a Santa Ceia. |
Cada vez mais há menos espaço para este turismo easy rider. Claro, estou exagerando,
sempre haverá espaço para viajar sem reservas e compras antecipadas, mas aí
você vai a Milão e não vê Da Vinci, vai a Cuzco e não vê Machu Picchu, vai a
Nova York sem show na Broadway. Possível é, mas pode ser meio frustrante. Hoje
foi.
Segui caminhando, como uma lista internética das
dez coisas que não se deve deixar de ver em Milão. Vi algumas delas.
Comecei
pela Catedral de Milão (em italiano, Duomo
di Milano). Impressionante. Enorme. Pedras, muitas pedras. Esculturas,
vitrais, pinturas, mármore. Muito mármore.
Por todos os lados uma profusão de
imagens de santos, mártires, bispos, papas. Fico imaginando que uma vida não é
suficiente para estudar e entender tudo que os artistas que a construíram tentaram
representar em todos seus espaços. Bom, sua construção começou em 1386 e
terminou em 1813... foram mais de 400 anos!
Aprendi aqui que ela tem 157 m de comprimento e 109 m de
largura. A altura chega a 45 m, O estilo da catedral é único, o gótico
flamejante. Adorei gótico flamejante. Não sei o que significa, mas sei que conheço
pessoas que mereceriam esta alcunha, são góticos flamejantes!
Em frente à Catedral, uma enorme praça. Nela e nas
calçadas adjacentes muito movimento, turistas, guias, vendedores, artistas de
rua. Um destes artistas tocava Teremin. Conhecem? Se não, deem uma busca na net.
É um instrumento musical russo, que se toca sem contato físico.
Mãos se movimentam e a musica saí... incrível o Teremin! |
Duas antenas
emitem sinais e as mãos entre elas controlam a freqüência e o volume. O visual
são mãos flanando e a musica saindo. Demais!
Seguindo minha lista passeei pela Galeria Vittorio Emanuele II, e pela rua do
mesmo nome. Entre a galeria e a rua, fechada para carros, podem ser vistas todas as
marcas conhecidas e cultuadas do mundo. Principalmente roupas, mas também
relógios, jóias, bolsas, sapatos e outros acessórios. Também muitos cafés, restaurantes e gelaterias. Ai, as gelaterias... Muita gente comprando. De
todos os lugares do mundo. Muitos brasileiros também, português é um idioma que
se ouve fácil caminhando na rua. Vi muitas caras diferentes vendendo
bobagens pelas calçadas e praças. Economia informal deixou de ser privilégio
dos africanos, mesmo que ainda sejam a maioria.
Dentro da Galeria Vittorio Emanuele II |
Como tomei um belo café da manhã, resolvi não
almoçar. Sentei em uma gelateria e pedi uma água e um sorvete. Água sem gás. Sorvete
de três sabores, todos deliciosos. Pedi a conta. Seis euros. 3,20 a água, 2,80 o
sorvete. Decidi que não tomo mais água na Itália, só sorvete.
Desisti de minha lista de lugares para ver e passei
o fim da tarde na praça, sentado em frente à Duomo. Vendo gentes, ouvindo sons, pensando pensamentos. Fim de
verão, temperatura agradável, entardecer longo, deu para ver, ouvir e pensar
bastante. Conclusão dos pensares? Nenhuma, só que amanhã tem mais.
Entardecer na Praça. Neste momento um artista de rua cantava Caruso. |
Chão da Galeria Vittorio Emanuele II |
São Bartolomeu, o apóstolo que dizem ter ido para Índia pregar o Evangelho. Nesta escultura, dentro da Catedral, ele é retratado vestindo-se à maneira de um indiano. |
Nenhum comentário:
Postar um comentário