Vista a partir de Marvão - por isto Saramago disse: "É verdade, de Marvão vê-se a Terra toda...". |
Eu escrevendo, tomando café, com um visual deste,,, |
Passamos um
final de tarde muito agradável, muito frio, caminhando pela Vila, vislumbrando
todo o Vale, que inclui a Espanha. Vendo seus pontos de interesse e pensando
que as paredes das casas, as calçadas e ruas por onde passávamos, ainda que
modificadas ao longo dos séculos, contam milhares de anos de história. Tentando
ler sobre esta história, deparo com algo que é comum. Aqui se conta a história
a partir da unificação de Portugal, que se deu no século XII. No Brasil acontece o mesmo.
Se nos perguntam sobre a história começamos com Pedro Álvares Cabral. Podemos até dizer que antes haviam os “índios”,
mas contar suas histórias, não saberíamos.
Voltando à
Marvão, esta vila foi tomada por D.
Afonso Henriques dos Mouros no século XII, o que significa que estes
edificaram boa parte da cidade. Mas relato de um cronista mouro do século X fala
da presença dos Romanos aqui, o que significa que a Vila possui ao menos 2.000
anos de história. Mas deve ser mais. Por sua localização estratégica, é óbvio
que ela foi utilizada desde sempre, mesmo antes dos romanos, como refúgio ou ponto
militar, e através dos tempos se conformou como a vemos hoje. Uma viagem.
Agora estou
escrevendo da Pousada de Santa Maria de Marvão. Um charme. Um silêncio, uma paisagem.
Transmite uma sensação de paz. Vejo lugares assim e penso: bom lugar para
escrever um livro. Mas este tal deste livro nunca vem...
Quem quiser
saber um pouco mais sobre este lugar, pode dar uma olhada nesta página: www.cm-marvao.pt
Mas nosso
dia não começou aqui na Vila. Saímos de Évora cedo e depois de duas horas de
viagem tivemos o prazer de sermos recebidos pela Cláudia, mãe da Sahara, jovem
amiga portuguesa que vive no Brasil, e pelo seu esposo Miguel. Eles têm uma
bela quinta aqui em Marvão, onde
produzem azeite biológico a partir de azeitonas colhidas de árvores
centenárias. No verão fazem uma horta embaixo das oliveiras, manejo apropriado
tecnicamente, mas sobretudo muito charmoso.
Ana, André a Cláudia, conversando entre os Olivares |
Toda a
quinta é muito bonita. Formações rochosas compõem a paisagem. Cláudia nos mostrou
tudo demonstrando sua paixão pelo que faz ali. Vimos alguns túmulos,
provavelmente romanos, feitos de pedra, como que perdidos pela quinta. Olhando para
cima, vemos a Vila de Marvão, toda caiada de branco, velando por todas as quintas
da Região. Se estivéssemos em culturas de montanha, seguramente que esta na
qual a Vila foi erguida teria o nome de um Deus e seria responsável por cuidar
da sua zona de influência.
Eles nos
ofereceram um belo almoço, que começou com vinhos e queijos locais e pães
feitos em casa. Aí já tínhamos mais do que suficiente, mas o prato principal
estava irresistível. Se chama rancho e é feito a base de grão de bico (um dos
tantos legados dos árabes para portugueses e espanhóis), com legumes e carne de
porco, muito típica aqui na região.
Pela noite,
de novo, vinho e queijo no bar do hotel. Eles, elegantemente, nos deixaram
abrir o vinho que havíamos comprado na estrada, à caminho de Marvão, em uma
vinícola chamada Encostas de Estremoz,
onde fomos recebido pela Dona Bárbara, muito simpática e que se mostrou
profunda conhecedora do vinho e da região.
Mais um belo
dia pelo interior de Portugal. Amanha viajamos, lentamente, a caminho de
Lisboa. Terça pegamos o rumo de Nuremberg.
Euzinho, encima de uma ds torre do Castelo de Marvão |
Uma casa, em Marvão |
Amanhecer em Marvão, foto da dona Ana |
Uvas na vinícola Encostas de Estremoz |
Morangos entres as Oliveiras, um luxo só! |
As janelas de Marvão são um caso à parte... |
Ângulo de Marvão, foto da Ana. |
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