Banca de quinua e inúmeros derivados. Holandesa... |
Hoje de novo foi dia de Feira. Afinal, estou aqui para aqui
estar! E gosto sempre. Me detive passeando por alguns produtos. Qualidade do
produto e da apresentação visual é uma marca desta Feira. Alguns têm uma
apresentação realmente de tirar o chapéu. Os países mediterrâneos costumam ser
os campeões na estética. Itália, França, Croácia, Grécia e outros dão um show
no visual. As embalagens de azeite de oliva e de chocolates são um show á parte.
É interessante os movimentos que se vê nesta área de
produção e consumo. Por exemplo, algumas bancas que aqui estão oferecem quinua.
O tradicional grão andino, cada vez mais apreciado por suas qualidades
nutricionais. Vi quinua em diferentes estandes do Peru, Colômbia e em um
Boliviano. Mas vários países Europeus têm exibido quinua em diferentes produtos.
Dos que eu vi o maior foi a Naturecrops, uma empresa holandesa que
comercializa grãos e parece que resolveu apostar forte na quinua. Eles têm quinua
em barra de cereais, macarrão, musli, sopas e sucos, além de quinua em grão,
precozida, em flocos e outras variações.
Açaí da Colômbia |
Até aí legal, um produto de qualidade, orgânico, sendo
valorizado e tendo seu consumo ampliado. O outro lado desta moeda é menos
interessante. Comerciantes exercendo pressão pelo produto, transformando os
sistemas produtivos diversificados na direção da monocultura e deixando a
população local, que sempre consumiu quinua, impossibilitada de seguir com seus
hábitos alimentares porque o preço subiu para além da sua capacidade de compra.
Esta mesma situação tem ocorrido com a dinâmica de circulação de outros produtos,
como o açaí no Brasil. Enfim, como eu disse no início são movimentos do fluxo
de produção e consumo e, principalmente quando um e outro estão longe, é até
certo ponto normal. Quando a distância entre produção e consumo é menor, mais
difícil ocorrer este tipo de situação.
Já que falei de alguns países latinos, vamos ver o que as
estatísticas apresentadas aqui nos disseram sobre a Agricultura Orgânica no
continente. A maior área com produção orgânica está na Argentina, com 3,2
milhões de hectares. Seguido do Uruguai, dado de 2006, com 930 mil ha e Brasil,
dado de 2012, com 700 mil ha. Em termos percentuais a liderança está com as
Malvinas, que, aliás, também ocupa a liderança em termos mundiais, onde 36% de
sua agricultura é certificada como orgânica. Em segundo e terceiro lugar vem
Guiana Francesa com 11,9 e República Dominicana com 9,3 %. O Brasil aparece com 0,3% de sua
agricultura como orgânica.
Estande do México |
O país com maior número de produtores certificados é o
México, quase 170 mil. Em segundo lugar o Peru, com 52 mil produtores. O
Brasil, com quase 13 mil, ocupa a quarta posição, atrás da República Dominicana
que tem 25 mil produtores orgânicos. Se não me engano a República Dominicana
ultrapassou o Equador e hoje é o maior exportador de banana orgânica do mundo,
o que junto com a produção de cacau orgânico explica estes altos números para
um país com uma área semelhante ao estado de Santa Catarina.
Para terminar sobre os números latino-americanos: a área
total estimada com produtos orgânicos é de 6,61 milhões de hectares, com um
total de 320 mil produtores. E querem saber de algo interessante? No continente
está área vem diminuindo, lentamente, desde 2009, quando era de 7,66 milhões de
hectares. Porque? É uma boa e longa prosa, mas não para hoje. O post já ficou grande e o dia de hoje
tradicionalmente termina com pequenas festas nos estandes de alguns países. Vinho
e cerveja orgânicos, alguns quitutes para acompanhar. Agora é fim da tarde e
sou obrigado a não deixar os amigos irem sozinhos.
Fui! Amanhã conto da participação do Brasil.
Júlia, Ana, Maria e eu, reunião de família! |
Reunião com ONGs africanas para estabelecer parcerias |
Chocolates da Croácia
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