Copán Ruínas, norte de Honduras |
Dirigi 500 km hoje, uma parte de noite, em uma estrada esburacada e sem
sinalização de nenhuma espécie. Foi tenso, já que não cansam de me falar como
Honduras é perigoso. As barreiras policiais, com dezenas de homens em trajes
militares e armados de escopetas e metralhadoras apontam que tranquilo não é a
melhor palavra para definir o país. Mas foi tudo bem e já estou aqui em meu
hotel em Santa Rosa de Copán
Hoje a atividade principal foi visitar as ruínas Maia de Copán, principal
ponto turístico-cultural do país e que fica quase na fronteira com Guatemala. Impressionante.
Este é o único livro conhecido da cultura Maia. Conta a história desta cidade. Por este livro, que é toda esta coluna, Copán é Patrimônio da Humanidade desde 1980. |
Fiquei umas três horas caminhando por lá, uma boa parte com um guia,
valioso pelas mui interessantes informações que passava, mas que não parava de
falar e me impedia de conversar com os Maias... sim, a nítida sensação que
ainda estão por lá, cuidando do local e usando ele sabe-se lá para que. A
população da cidade da qual agora resta as ruínas era de umas 25 a 30 mil
pessoas, e não é de estranhar que sua presença ainda seja sentida.
Tiveram seu auge entre mais ou menos 400 e 800 depois de Cristo. O que
se sabe é que os Maias chegaram pela Guatemala, vindo do México e com sua força,
oriunda do seu conhecimento e sua organização, conquistaram os povos locais, fazendo-os
trabalhar para eles, inclusive pagando tributos na forma de milho, mandioca, feijão,
batata-doce e principalmente cacau, considerada a moeda principal deste povo.
Nosso guia afirmou que eles chegaram da Ásia, via estreito de Bhering,
que sabemos é uma das teses para explicar a colonização da América. Para
corroborar sua tese, nos mostrava as bem desenhadas fisionomias das muitas
estatuas existente nas ruínas e sim, são fisionomias bastante asiáticas.
Deus Maia. Que parece Mongol, parece... vai saber! |
Perguntei porque ocorreu o declínio desta cidade, ele disse que
exploraram muito os recursos naturais, principalmente cortando todas as árvores
e fruto disto vieram as dificuldades, até finalmente se retirarem. Se esta tese
for verdadeira, o que acredito, não será a primeira civilização a ter em razões
ambientais sua queda. E certamente não será a última.
Outra coisa legal do Parque das ruínas de Copan é que é muito arborizado,
com uma vegetação exuberante, áreas com um bonito gramado e animais silvestres passeando pelos bosques. Vi um veado pastando e uma paca bebendo água... isto
em dez minutos de passeio por um trilha. Com certeza com tempo veríamos araras,
jaguares e sei lá mais o que.
Reencanacionistas, enterravam seus mortos em posição fetal para facilitar a volta. |
Enfim, não posso contar aqui tudo o que vi. Só deixo a recomendação.
Vale muito a pena conhecer. Ah, ia esquecendo, dia 21 o parque vai estar todo
iluminado e aberto até às duas da manhã. O calendário Maia fala em uma mudança
de era, muitos estão interpretando como fim do mundo. Eles esperam gente de
todas as partes do planeta, aguardando este fim/começo de algo. Se eu pudesse,
viria também, bom lugar de passagem.
Vou dormir. Conversando com os Maias.
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