| Um dos ministérios na zona governamental, Delhi. |
Os dois dias de Assembleia, ontem, domingo 12 e
hoje, segunda 13, correram sem grandes emoções. Na Assembleia, os assuntos
democráticos pertinentes à IFOAM, definições para ações nos próximos três anos,
eleição do World Board e, como de
praxe, definição da próxima sede do Congresso. Será no norte da França, em 2020. Bom...
| Vandana Shiva |
Digo sem grandes emoções, mas não sem nenhuma emoção.
Afinal, Délhi por si só é emocionante. Encontramos tempo para algum passeio. No
domingo nosso motorista do riquixa (tuc-tuc em uma linguagem mais
internacional) nos levou por uns dólares a mais para visitar a região onde fica
o parlamento, casas do presidente e do primeiro ministro e os ministérios mais
importantes. São todos palácios enormes, lindíssimos, construídos pela
Inglaterra para seu séquito imperial e que hoje sediam o Governo Indiano. Uma suntuosidade de impressionar.
Hoje pela tarde fomos rapidamente visitar o Indian Gate. Um monumento construído depois
da primeira grande guerra como forma de homenagem aos combatentes indianos.
Foram lá morrer pela Inglaterra...
| Delhi e seus macacos, pelas ruas |
Vir à Índia necessita uma certa ciência. Se você
se incomodar com muita gente ou com a vontade deles em ganhar um pouco mais em
uma venda ou em uma corrida de táxi ou algo equivalente o estresse pode ser
grande. Te pressionam bastante. O segredo óbvio é não se estressar. É o que eu
faço! Perguntam, eu respondo, colocam um preço eu negocio, se achar caro vou em
outro. Além disto os preços aqui são muito baratos, e por vezes me vi
negociando um táxi de 150 para 100 rúpias, o equivalente a se preocupar com uma
diferença de sete para cinco reais... seguramente melhor que estes dois reais
fiquem com eles do que comigo... nesta linha de raciocínio fico me perguntando: se negocio com um artesão ou com um chofer uma abatimento de 15 para dez reais, não sou eu que me faço o explorador? Acho que sim...
| Cena Urbana, um pequeno Templo indiano |
Outra fonte potencial de estresse ou que podem
deixar a viagem desagradável são os pedintes nas ruas. Lixo por todo lado
também não é muito bom de ver. Encontrar-se com alguns enfermos na rua nunca é
um bom programa... cheiro em muitos lugares também pode incomodar... vacas na
rua, não por elas em si, mas porque elas também urinam e defecam sem pedir
licença... tem mais...
Então, minha sugestão: quer vir a Índia, lê um
pouco antes para não passar o dia todo reclamando do que encontrar por aqui. Um
alemão amigo meu me respondeu ao meu “tudo bem?”: “tentando sobreviver ao
caos”. Minha olhada sempre tenta ser outra, mesmo que às vezes eu também me
pegue reclamando de algumas das coisas que mencionei acima. Tento olhar a
beleza da organização em meio ao caos, da relativa segurança, da amabilidade de
todos, mesmos os que te cobram muito a mais do valor da mercadoria ou serviço.
Não dá para vir para Índia e reclamar da comida e seus condimentos o tempo
todo. Quer uma comida blasé ou minimalista? Tenta a Noruega...
| Porta da Índia |
Estou eu aqui defendendo a Índia... acho que
porque me cansei de tanta gente falando mal dela aqui no Congreso. Sei que ela,
a Índia, não precisa da minha defesa, mas mesmo assim me coloco à disposição...
estar aqui é uma oportunidade muito interessante.
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