Visual do curso. |
Ontem
estava programado para começar um curso comigo sobre Agroecologia com
extensionistas locais, a maior parte de órgãos de governo. Estava mas não
começou. Algum problema de comunicação e apareceram apenas 5 ou 6 pessoas.
ESSOR, que está organizando esta atividade, resolveu adiar o curso para começar
hoje.
O restaurante do dia. Não ganhei a aposta... |
De
posse de uma surpreendente folga em plena segunda feira, resolvi ir a um
restaurante Paquistanês no centro da cidade que havia chamado minha atenção.
Muito simples, dei uma chance a ele, mas não fui nem correspondido nem surpreendido.
A comida estava como o visual, mais para mais ou menos.
Antes
de chegar ao restaurante caminhei de novo pela baixa (o centro da cidade) e pelo seu forte comércio, sobretudo de
rua. Países chamados de pobres pelos indicadores internacionais normalmente têm
uma forte economia informal. É impressionante a quantidade de ambulantes em
Maputo. Vendem qualquer coisa. Em países pouco industrializados e com mão de obra
disponível também é comum que ainda persista uma grande quantidade de trabalhos
manuais.
Aspecto do comércio de rua. |
Juntando as duas coisas, ambulantes e trabalhos manuais, aqui
encontramos vários serviços sendo oferecidos nas ruas, como por exemplo sapateiros,
costureiros, meninas que descascam laranjas ou meninos que fazem unhas. Me
chamou atenção também algumas bancas com peças velhas, de celulares e relógios
velhos. Metade de um, o vidro de outro, uma pulseira quebrada... Incrível, tem
comércio para tudo! Roupas e mais roupas
usadas, algumas em mal estado, sendo expostas em lonas no chão ou varais nas
calçadas. Imagino que a maioria delas fruto de doações humanitárias, provavelmente
oriundas de países europeus. Se eu tivesse fotos do que estou tentando
descrever seria mais compreensível para quem me lê entender porque este
comércio de produtos e serviços chamou tanta a minha atenção.
Lenços e Capulanas! |
Durante
minha caminhada pelo centro ouvi uma voz alta, ritmada, que soava ligada ao
Islã. Bingo, segui a voz e achei uma Mesquita. Entrei, mas fiquei em uma
espécie de ante sala, vendo os homens entrarem, tirarem seus sapatos, lavarem
bem mãos e pés em torneiras especialmente dispostas para isto e entraram
no local de oração. Tive vontade de fazer o mesmo, mas o respeito me impediu,
já que esta não é a minha crença. Sempre são interessantes estes rituais religiosos
aos quais não estamos acostumados.
Seguindo
meu breve passeio, entrei ainda em duas lojas de tecidos, uma delas muito
tradicional, a Casa Pandia. São muito
interessantes as capulanas e outros panos com seus motivos africanos e
indianos. Por falar em indiano, ontem à noite, comi pizza no restaurante
indiano. Não recomendo.
Minha janta: naam com manteiga na brasa e queijo, ervilhas e tomates em um molho delicioso. |
Hoje
o curso correu bem, mas não ótimo. Tive minhas dificuldades de adaptação ao
local, tanto às pessoas quanto à realidade. Este trabalho no cinturão verde de
Maputo é feito com muito pouca terra, parcos recursos econômicos e mesmo
naturais. Tenho que me virar nos trinta para adaptar meus conhecimentos
agroecológicos a algo que faça sentido aqui. Acabo de passar três horas
readequando conteúdo, para ver se amanhã acerto mais na veia. Veremos.
Janta?
De novo no indiano. No Brasil não temos restaurantes indianos baratos, os que
conheço são sempre sofisticados e caros. Aqui são bem acessíveis, acabo não
resistindo.
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