Mesa de debates, jovens e agroecologia |
Hoje seguiram as atividades do que eles estão chamando de II Jornadas
Agroecológicas do Equador. Na parte da manhã assisti duas boas palestras. A
primeira analisou a promessa do atual presidente equatoriano, Rafael Correa,
quanto à promoção de uma transformação na matriz produtiva do país. O que se
busca, segundo ele, é construir uma matriz que permita ao país superar seus
problemas históricos de pobreza e desigualdade, além de mais independente de
importações. A palestrante afirmava que, em que pese as boas intenções do
governo, ainda não foi feito muito, por exemplo, em termos de mudanças no marco
normativo ou nos investimentos em infra-estrutura necessários para essa
mudança.
Segundo a palestrante, essa mudança pode nunca chegar, caso o Governo
insista em modelos que já demonstraram ser concentradores de renda, além de
nefastos ao meio ambiente, com monocultivos para exportação, tais como soja
transgênica ou cana de açúcar para biocombustíveis.
Prosa no campo. |
A jovem socióloga terminou afirmando que é inegável que exista uma
intenção de transformação por parte do Governo, e visível uma maior presença de
políticas sociais, como saúde e educação, mas deixou uma pergunta: em que
medida o investimento público está orientado ao fortalecimento de
pequenos e medios produtores ou empresários? Quem será o sujeito da
transformação? Esta, para ela, é a questão chave.
Depois da socióloga que fez esta primeira exposição, ouvi um líder
campesino falar sobre qual a sua posição perante a mudança da matriz produtiva,
especificamente no campo. Resumindo: ele foi enfático em dizer que só irá
agravar os problemas que se propõe a resolver. Ele defende uma
revalorização do campesinato e a Agroecologia como proposta a ser trabalhada
pelo Estado. Contei tudo isto porque o Equador é um destes governos do
continente que se pretendem afirmar como de esquerda e, ao mesmo tempo,
fortemente contestados à esquerda e à direita. É bom ouvir as pessoas daqui
falando sobre sua impressão do que anda rolando.
Depois sim, foi minha vez de estar na mesa que se propunha ser de jovens
discutindo sua compreensão e perspectiva para a Agroecologia. O que eu estava
fazendo numa mesa de jovens? Sou jovem...
Prosa no campo. |
De tarde fomos ao campo, a São Joaquim, uma espécie de cinturão verde da
cidade, visitar hortas orgânicas que estão dentro de uma área que se propõe a
ser um Corredor Ecológico. O trabalho é desenvolvido por uma ONG local, CEDIR,
financiado pelo Banco Mundial e busca conectar diferentes áreas protegidas do
país.
De noite saí para jantar com amigos daqui, alguns deles que conheço há
mais de quinze anos, nas andanças em torno da agricultura ecológica. Muito bom!
Agora para a caminha, já que amanhã saio cedinho para Riobamba, zona central do país, a umas 4 horas de viagem. Tem um evento na Universidade de Chimborazo. Sobre o que evento? Adivinha... bingo, Agroecologia! Se der, conto de lá.
Agora para a caminha, já que amanhã saio cedinho para Riobamba, zona central do país, a umas 4 horas de viagem. Tem um evento na Universidade de Chimborazo. Sobre o que evento? Adivinha... bingo, Agroecologia! Se der, conto de lá.
Horta Orgânica em São Joaquim, Cuenca. |
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