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domingo, 16 de junho de 2024

Maputo e Nampula, 14, 15 e 16 de junho de 2024.

Eu e Marcelo, um dos meus anfitriões,
na beira do Índico

Depois de 4 dias em Maputo, ontem vim para Nampula, norte do país. É a minha quarta vez em Moçambique, a primeira que saio da capital.

Sapatos usados, comércio de rua

Hoje, de manhã, passeei pela cidade, em direção a uma feira. Recebi a indicação que deveria ir ver, fui, sem saber o que iria encontrar. A cena com a qual me deparei foi, no mínimo, inusitada. De todas as minhas andanças acho que foi a feira mais popular que já vi. Para começar, só negros. Eu era o único branco, mostrando como o espaço é mesmo local. Bate sim uma insegurança, mas meto uma cara de mau e sigo o baile! A feira, basicamente, é de roupas de segunda mão. As mais velhas amontoadas no chão, devidamente classificadas. Camisas, camisetas, calças, sapatos, tênis…, vi também toalhas, usadas, velhas, o que eu nunca havia visto. As toalhas, os sapatos e roupas mais novas penduradas em cabides ou dispostas de forma mais arrumada no chão, sobre uma lona. Muita gente, cheiro de muita gente no ar, tudo sobre terra batida, sem espaço para caminhar. Acho que não exagero se chamo de sufocante. Não tenho fotos, preferi não tirar meu iPhone (sic) do bolso!
Edíficio em Nampula

Usem a imaginação de vocês, eu gravei na memória. A venda de roupas usadas é comum em todos os países africanos que visitei. Muito comum. Normalmente, ao longo das calçadas e em feiras na rua, mas essa superou tudo o que eu havia visto antes.

Há alguns anos, fui a Colônia, Alemanha, convidado pelo Instituto C&A. Reunião de “expertos” para discutir sobre a moda sustentável. Belo hotel, bela sala, comidinhas e cafezinhos! Pois olhando a feira hoje, aqui em Nampula, com toneladas de roupas velhas, lixos travestidos de doação humanitaria, pensei que aquela reunião deveria ter sido feita aqui, tendo esse comércio de roupas usadas como, vale o trocadilho, pano de fundo. Lembro que, nessa reunião em Colônia, eu disse que a moda sustentável depende muito de se encerrar essa lógica de uma coleção nova de roupa a cada nova estação. Não me deram confiança, acho que preferiram não ouvir. Já é tempo de superar o conceito que o chique é não repetir roupa… chique, hoje, é usar a mesma roupa por dez anos. Porque? Por que chique mesmo é salvar o planeta, o resto está fora de moda!

Bom, o restante do domingo em Nampula passei descansando no hotel, comendo e escrevendo. Fim do dia, que aqui é às cinco da tarde, fui a um café tomar uma água Pedras e terminar de escrever este post.

Mas deixa eu dar uma ré e contar algo dos últimos dois dias em Maputo.

Orla da Baía de Maputo
Sexta-feira foi dia de algum trabalho, conversas com membros da equipe de Abiodes, ONG que me recebeu para o trabalho, e um pouco de passeio. Andei pela orla da baía até o excelente restaurante Zambi, onde almocei no fim da tarde e depois fui ouvir uma música ao vivo no Djambo, bar que fica a 50 metros do meu hotel. Música muito alta, mesas lotadas, mesmo eu, que estava sozinho, tive que compartilhar a mesa com outras 3 pessoas. Aliás, já me aconteceu outras vezes por aqui, é comum que as mesas sejam plenamente ocupadas. Não estão de todos errados, é uma boa regra para o jogo. Ouvi o que considero um show, uma cantora linda, negra, considerei uma espécie de Tina Turner moçambicana!

Ontem, sábado, fiquei caminhando por Maputo até a hora do meu checkout. Passei pela Orla, cheguei no Jardim do Amor, voltei pela Av. Julio Nyerere, 25 de Julho e pela Lenin. Aliás, as principais ruas em Maputo guardam nomes que falam muito da história do país e da capital. Aqui e em qualquer lugar, nome de suas ruas dizem muito de uma cidade, principalmente as grandes. Nestes dias por aqui andei nas Avenidas Karl Marx, Mão Tse Tung, Lenin, Salvador Allende… até Olof Palm eu achei! E, claro, os locais como Samora Machel.

Fiz hora, almoçando no lugar que mais vou aqui, o indiano Galaxy e peguei o avião. Táxi, espera, avião lento… Eram dez da noite quando pousei em Nampula! Fui direto ao bom Hotel Milênio. Me agarrada a uma bela noite de insônia! Sobre hoje, já contei, mas vou acrescentar que como um bacalhau delicioso no restaurante do hotel. Por hoje é só! Amanhã começa meu trabalho em Nampula, durante a semana conto algo!

Entardecer em Nampula

Entardecer em Nampula



Cena Urbana, Nampula



Um comentário:

  1. Bom conhecer um pouco de Nampula! Muitas novidades interessantes!

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