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Eu e Marcelo, um dos meus anfitriões, na beira do Índico |
Depois de 4 dias em Maputo, ontem vim para Nampula, norte do país. É a minha quarta vez em Moçambique, a primeira que saio da capital.
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Sapatos usados, comércio de rua |
Hoje, de manhã, passeei pela cidade, em direção a uma feira. Recebi a indicação que deveria ir ver, fui, sem saber o que iria encontrar. A cena com a qual me deparei foi, no mínimo, inusitada. De todas as minhas andanças acho que foi a feira mais popular que já vi. Para começar, só negros. Eu era o único branco, mostrando como o espaço é mesmo local. Bate sim uma insegurança, mas meto uma cara de mau e sigo o baile! A feira, basicamente, é de roupas de segunda mão. As mais velhas amontoadas no chão, devidamente classificadas. Camisas, camisetas, calças, sapatos, tênis…, vi também toalhas, usadas, velhas, o que eu nunca havia visto. As toalhas, os sapatos e roupas mais novas penduradas em cabides ou dispostas de forma mais arrumada no chão, sobre uma lona. Muita gente, cheiro de muita gente no ar, tudo sobre terra batida, sem espaço para caminhar. Acho que não exagero se chamo de sufocante. Não tenho fotos, preferi não tirar meu iPhone (sic) do bolso!
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Edíficio em Nampula |
Usem a imaginação de vocês, eu gravei na memória. A venda de roupas usadas é comum em todos os países africanos que visitei. Muito comum. Normalmente, ao longo das calçadas e em feiras na rua, mas essa superou tudo o que eu havia visto antes.
Há alguns anos, fui a Colônia,
Alemanha, convidado pelo Instituto C&A. Reunião de “expertos” para discutir
sobre a moda sustentável. Belo hotel, bela sala, comidinhas e cafezinhos! Pois
olhando a feira hoje, aqui em Nampula, com toneladas de roupas velhas, lixos
travestidos de doação humanitaria, pensei que aquela reunião deveria ter sido
feita aqui, tendo esse comércio de roupas usadas como, vale o trocadilho, pano
de fundo. Lembro que, nessa reunião em Colônia, eu disse que a moda sustentável
depende muito de se encerrar essa lógica de uma coleção nova de roupa a cada
nova estação. Não me deram confiança, acho que preferiram não ouvir. Já é tempo
de superar o conceito que o chique é não repetir roupa… chique, hoje, é usar a
mesma roupa por dez anos. Porque? Por que chique mesmo é salvar o planeta, o
resto está fora de moda!
Bom, o restante do domingo em
Nampula passei descansando no hotel, comendo e escrevendo. Fim do dia, que aqui
é às cinco da tarde, fui a um café tomar uma água Pedras e terminar de escrever
este post.
Mas deixa eu dar uma ré e contar
algo dos últimos dois dias em Maputo.
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Orla da Baía de Maputo |
Ontem, sábado, fiquei caminhando por Maputo até a hora do meu checkout. Passei pela Orla, cheguei no Jardim do Amor, voltei pela Av. Julio Nyerere, 25 de Julho e pela Lenin. Aliás, as principais ruas em Maputo guardam nomes que falam muito da história do país e da capital. Aqui e em qualquer lugar, nome de suas ruas dizem muito de uma cidade, principalmente as grandes. Nestes dias por aqui andei nas Avenidas Karl Marx, Mão Tse Tung, Lenin, Salvador Allende… até Olof Palm eu achei! E, claro, os locais como Samora Machel.
Fiz hora, almoçando no lugar que mais vou aqui, o indiano Galaxy e peguei o avião. Táxi, espera, avião lento… Eram dez da noite quando pousei em Nampula! Fui direto ao bom Hotel Milênio. Me agarrada a uma bela noite de insônia! Sobre hoje, já contei, mas vou acrescentar que como um bacalhau delicioso no restaurante do hotel. Por hoje é só! Amanhã começa meu trabalho em Nampula, durante a semana conto algo!
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Entardecer em Nampula |
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Entardecer em Nampula |
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Cena Urbana, Nampula |
Bom conhecer um pouco de Nampula! Muitas novidades interessantes!
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