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sábado, 24 de julho de 2021

São Tomé, São Tomé e Príncipe, 23 e 24 de julho de 2021


Visual da praia desde o Restaurante de São João de Angolares

Quase dois anos depois, volto a fazer uma viagem internacional. Nesse momento que, desejamos, seja do desfilar da retaguarda da COVID 19.

E a ousadia de viajar nesse momento, com variantes de nomes gregos rondando por aí, se justificou para mim por duas razões. A primeira por ser a trabalho, a segunda por ser em São Tomé e Príncipe. Pela terceira vez estou nesse simpático país do Continente Africano, que de continente tem pouco, já que está fincado no meio do Atlântico e rodeado de água por todos os lados.

Estou aqui convidado pela Ifoam - Organics International, para colaborar em um curso de cinco dias de duração, sobre Agricultura Biológica. Cheguei ontem à noite e fui jantar no Papa Figo um dos bons restaurantes de São Tomé. Peixe grelhado e banana frita… pensa… para acompanhar uma Rosema, a cerveja local.

Pé de Baunilha, ainda jovem.

 O curso começa segunda, mas hoje, sábado, 24 de julho, foi dia de visitar uma roça. Fui com meu amigo Carlos Tavares, meu anfitrião aqui da ilha, visitar sua lavoura de baunilha. Bacana, né? É sim.

A Baunilha, nome científico Vanilla planifólia, é uma planta que vem do que hoje é México e de outros países centro americanos. É tipo uma orquídea trepadeira. Os frutos são vagens de 10/15 cm de comprimento e exalam aquele odor e sabor característico, que vem de uma substância que se chama... Vanilina! Mesmo tendo a indústria aprendido a fazer vanilina sintética, a natural segue muito procurada, fazendo com que a baunilha seja um dos três produtos agrícolas mais caros do mundo.  

Depois de ver sua lavoura de baunilha, cultivada sob uma pujante floresta tropical, fomos ver outros lugares interessantes, na parte sul da Ilha. Um deles a Roça São João de Angolares. O termo “roça”, nesse contexto, significa as antigas propriedades portuguesas, com lavouras extensivas e mão de obra africana, no caso de São Tomé, principalmente oriunda de Angola. Essas propriedades têm suas casas grandes, senzalas e estruturas de apoio. No caso específico da Roça São João de Angolares, ela foi transformada em uma pousada e restaurante, de propriedade do ativista cultural, artista e cozinhador, segundo sua própria definição, João Carlos Silva. Bom, que lugar, que comida, que bom papo com o proprietário... claro que aproveitei e deixei com ele um “Vozes da Agricultura Ecológica”... achei que tinha tudo a ver e presenteei com muito prazer. 

Sobre o menu, foram vários pratos degustação antes do principal, seguido de duas sobremesas, tudo muito bom, com uma mescla (fusion?) do local e do global que só os grandes chefs sabem fazer. Já havia estado nesse restaurante e gostado tanto que pretendia mesmo voltar. Que bom que foi logo no primeiro almoço desse meu regresso a essa ilha, que sigo achando para lá de interessante.

Teria mais para contar... mas vou deixar algumas fotos com legendas contando de outros lugares em que fui hoje.

Para terminar, vou dizer que não posso negar que viajar nessa época está diferente. Minha sensação é que a diferença não está na máscara de uso continuo (médio…) ou de outros pontos no tal protocolo de segurança, cumprido de forma tosca, em todos voos e aeroporto em que passei. Acho que a diferença é mais fruto do medo, da ansiedade, dos meses de menos gente na vida de boa parte de nós, daqueles que vez ou outra andam de avião. Inegável que buscar alegria do futuro está um pouco mais difícil, ou no mínimo arriscado. Penso que a geração pós segunda guerra não tinha vivido um momento de tanto receio do que vem… é interessante o peso que o porvir joga nas nossas vidas. O presente complicado é aliviado na perspectiva do futuro ameno. Se a perspectiva desse último nos falta, a ansiedade aumenta. A tal ponto que, talvez por necessidade, estamos sempre projetando um futuro melhor. Seja acreditando em Deus ou na vacina…

Bom, deixa para lá, durante essa semana vou contando mais enquanto caminho por São Tomé!

Um dos pratos degustação - atum, saladinha de
abobrinha, sementes de abóboras torradas...
um pedacinho de abacate com geleia de 
maracujá, azeite e limão.

Banana recheada com frango e bacon, feijão
também com frango e bacon, um 
bolinho a base de amendoim

Prato principal: marlim, grão de bico, batata
doce assada, farinha de mandioca

Uma das sobremesas: banana bêbada,
com cacau, geleia, e mais... que eu não lembro!

uma das construções de uma "Roça", nesse caso abandonada...


2 comentários:

  1. Rapaz fiquei aqui a imaginar comestes tudo isso no almoço!!! Ainda bem que as visitas foram antes.. boas andanças a este país que sonho conhecer

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  2. Caminha Conversa Come Canta mas Continua Contando e enCantando. Só Agradeço 🤗😉😍

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