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Reunião com Sr Francisco Ramos, Ministro da Agricultura de São Tomé e Princípe |
E meus últimos
dias em São Tomé passaram-se entre passeio no domingo e trabalho na segunda e
terça-feira. O resumo da estadia de uma semana neste país é que foram dias
agradáveis e, sobretudo, interessantes.
Vista da praia dos governadores |
Domingo foi dia de
domingar: estiquei a manhã no lindo hotel onde estive três noites, o Roça Santo
Antônio. No final da manhã peguei o carro e fui do oeste em direção ao leste da
ilha, passando pelo norte, na única estrada disponível. Cheguei até Neves, uma
cidade importante, parece que a parte mais piscosa da ilha. Não prossegui até
Santa Catarina, onde acabaria a estrada, que não nos permite circundar toda a
ilha. A falta de algumas infraestruturas básicas é uma característica deste
país, é claro que antes de estrada resolver problemas de saneamento, educação
ou saúde é prioritário.
Alguns quilômetros
antes de chegar a Neves, a estrada bordeia o mar, sendo particularmente bonita.
No caminho passei pela praia de Micolo, onde mulheres assavam peixes e frutos
do mar em pequenas grelhas, famílias almoçavam e homens bebiam Rosema, a
cerveja local.
Praia Lagoa Azul. |
Segui até a Praia dos Governadores, onde parei apenas para tirar
umas fotos. Segui viagem e mais adiante vi a por todos indicada Praia da Lagoa
Azul. Uma pequena baía, de fato lindíssima. Saí da estrada e em poucos metros
cheguei até a praia, quase vazia, vi apenas um casal de turistas e uma dezena
de locais que foram preparados para o almoço e, a julgar pela quantidade de
cerveja, para a festa. Afinal, era domingo.
Conversa com agricultoras/es em Santa Luzia |
Segunda-feira
fomos para a comunidade de Santa Luzia e passamos o dia visitando parcelas,
pequenas áreas onde agricultores e agricultoras cultivam hortas, com tomate,
pimentão, cenoura, vagem. Vi pouco conhecimento das culturas por parte das
famílias, cultivos deslocados em relação ao potencial do local, manejos que
praticamente desprezam o que a natureza oferece e propõe. Conversamos muito e
tentei dar algumas sugestões. Ali no campo, sentindo o calor no lombo, vendo e
dialogando com a vegetação local, podemos facilmente perceber que cultivar
cenoura ou tomate nessas condições é como criar um cão esquimó no trópico. Até
dá, mas não é apropriado e o trabalho fica exagerado... enfim, este
colonialismo vegetal, onde todos queremos tomate ou alface em nossas saladas,
leva a essas situações pouco recomendadas na agricultura. Uma das causas de
degradação ambiental na agricultura é essa pressão por alimentos pouco
adaptados.
Ontem, no final da tarde, tive em uma breve reunião com o Ministro da Agricultura, com os integrantes do Projeto OM4D - sigla em inglês para mercados orgânicos para o desenvolvimento. Este Projeto é capitaneado por IFOAM - Organics International, e são eles que me contratam para estar aqui estes dias.
Ontem, no final da tarde, tive em uma breve reunião com o Ministro da Agricultura, com os integrantes do Projeto OM4D - sigla em inglês para mercados orgânicos para o desenvolvimento. Este Projeto é capitaneado por IFOAM - Organics International, e são eles que me contratam para estar aqui estes dias.
Hoje fomos à
comunidade de terra batata, visitar uma área que é da Igreja Apostólica e que
se pretende seja demonstrativa em agricultura biológica. Vi Pimenta do reino,
café e horta. Área interessante e com alto potencial de cumprir o que dela se
pretende.
Micolo |
Café sombreado |
E agora estou no
Café Central, do mesmo Hotel Central onde dormi os últimos dois dias,
escrevendo e esperando minha carona para o aeroporto. Passei exatamente uma
semana neste pequeno e, uso outra vez a mesma palavra, interessante país. Daqui
vou para Lisboa e de lá para Colônia, Alemanha, onde tenho uma reunião na
sexta-feira.
De lá conto!
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