Praga e sua arquitetura... este é apenas um prédio dentre tantos |
Viajar
pelas estradas da Europa é sempre um enlevo. Bom, viajar é sempre um momento de
enlevo. Claro que um caminho nunca feito tem um encanto diferente. Hoje fomos
de Nuremberg para Praga de ônibus, uns 280 km de distância. Na primeira parte
da viagem, ainda pelo sul da Alemanha, paisagem calma, levemente ondulada,
alguns poucos cultivos de inverno, muitos bosques homogêneos de coníferas,
fardos de fenos espalhados pelos campos, grandes cata-ventos, pequenas cidades.
De longe vemos a arquitetura característica destas cidades, casas altas, quase monolíticas,
com pequenas janelas e cores sóbrias. Algumas vezes só divisamos os telhados
inclinados das casas e a torre da Igreja. No trajeto também vimos algo de neve,
pouco, mas ainda não a havia visto nesta breve temporada no inverno Europeu. Os
bosques e as cidades guardam uma relação em suas arquiteturas. Altos,
inclinados, uniformes, sóbrios.
Visual de dentro do ônibus Nuremberg - Praga. |
Quando
entramos na República Tcheka notei que os horizontes se alargaram e as casas
empobreceram, ou pelo menos a pintura não estava tão em dia. A língua das
placas de sinalização também mudou, nos fazendo lembrar que entrávamos em um
país da ex-cortina de ferro.
Na viagem,
dentro do ônibus, o rapaz sentado na minha frente pediu, muito educadamente,
para eu abaixar o volume da música que eu estava ouvindo com o fone de ouvido.
Estava um pouco alto, e ele ouvia. O Europeu é muito consciencioso de seus
direitos individuais. O convívio coletivo é sempre mediado pela noção de
respeito total aos mundos individuais. Não sou obrigado a conviver com fezes do
teu cachorro na rua, com a fumaça do teu cigarro, com tua conversa no celular
ou com o alto volume da tua música. Os latinos convivem melhor com interseções
entre os mundos individuais, ainda que elas, as interseções, nos tirem do ponto
de máximo conforto individual. Vejo vantagem em ambos os comportamentos e tenho
dificuldade em pensar que pode haver uma mescla perfeita entre eles.
Sabia que ia ver o Kafka |
Chegamos a
Praga e até achar o hotel e estar pronto para sair já estava quase escurecendo.
Mas caminhamos bastante, começando pela cidade nova. Bem, nova é um modo de
dizer, ela foi fundada em 1348. Fomos até a Praça Venceslau, movimentada, cheia
de artistas de rua e lojas cheias.
Depois fomos só caminhar pela cidade antiga,
vimos sua praça central, lindíssima, vimos a torre da cidade e seu relógio astronômico.
Praça lotada, colorida, luzes acesas, performances de toda ordem. Aqui se
respira cultura. E passeamos, sob lua cheia, pela Ponte Carlos, um dos postais
da cidade. Não vou ficar descrevendo Praga, existem vários sites que fazem isto
muito bem, é um dos principais destinos turísticos do mundo. Justificável. Como
bem definiu um grande amigo, é realmente deslumbrante, “quase uma Paris”.
Ana e eu jantando na noite de Praga |
Levitação pelas ruas de Praga |
Músicla clássica fazendo sua ronda noturna. |
Nenhum comentário:
Postar um comentário