Final de tarde no centro histórico de Nuremberg |
Como previsto,
hoje foi dia de Biofach. E a Feira estava muito bonita, como sempre.
É a décima vez
que venho aqui e ela nunca decepciona. Agora, todos sabemos, decepção guarda
sempre relação com expectativa. Esta feira é uma expressão precisa de uma
Agricultura Orgânica com foco no mercado, onde os interesses comerciais normalmente
se sobrepõem a alguns valores que sempre foram tão caros à agricultura
orgânica. Um exemplo são as embalagens. Por mais que plástico ou tetrapaks não se coadunem com
sustentabilidade, aqui elas se fazem presentes quase sempre. Existe sim um
interesse em buscar embalagens mais corretas do ponto de vista ambiental, mas a
necessidade de produtos circularem a longas distâncias ou se manterem durante o
maior tempo possível na prateleira de um supermercado deixam estas preocupações
em segundo plano.
Visual de um, dos tantos corredores da Biofach. |
Bom, mas
contradições desta natureza não tiram o valor da Biofach. Não existe local melhor para ver os avanços técnicos/produtivos,
de processamento e mercado desta forma de produção que ainda recebe críticas
tão primárias como podem ser dúvidas se é possível produzir este ou aquele
produto sem usar veneno. A quantidade de frutas, hortaliças, cereais, lácteos,
carnes e derivados, sucos, geleias, chás, café, chocolate, etc e etc, frescos e
processados, faz com que eu tenha muito pouca paciência para responder quando
eventualmente de público me perguntam: mas
dá para produzir tomate sem veneno? Que preguiça...
Aqui também
é um show de produtos de qualidade, tanto de sabor quanto de apresentação. Produtos
absolutamente lindos. O tal do bom e bonito aqui se encontra aos montes.
Verdade que não tão barato. Mas para resolver esta equação passo o dia
exercitando meu esporte favorito por aqui: provar todas as amostras. Cada
chocolate... uns cafés... sorvetes... e os queijos? Sem comentários!
Sucos, sucos, sucos! |
Uma das
coisas que sempre me chama atenção são os sucos. De vários sabores, diferentes
cores e mesclas. Deliciosos. E integrais, o que significa pura fruta. Não esta
piada de néctar, que tem mais água do que suco e mais açúcar do que um
refrigerante e que domina quase 100% das falaciosas prateleiras de suco em supermercados tupiniquins. Preguiça
de novo.
Nesta
edição da feira nos chama a atenção também os produtos Vegan. Estão em evidência. Ano passado percebemos uma profusão de produtos
sem lactose e/ou sem glúten. Segue esta tendência, ainda os encontramos muito
por aqui, mas parece que o momento é dos produtos Vegan.
Uma amostradas tantas bancas de produtos Vegan. |
Enfim, foi
um belo dia de feira. E com direito a rever muitos amigos de diferentes países,
o que é sempre um prazer. No final da tarde, antes do anoitecer, ainda
passeamos pelo centro da cidade, para fazer umas comprinhas e aproveitar um
pouco do frio. Lindo anoitecer, com uma lua quase cheia. Jantamos cedo,
estávamos cansados. Depois de uma Urquell,
a famosa cerveja Tcheca, acompanhada de uma salsicha típica daqui, fomos comer
um Kebab. Ontem nem contei, mas
jantamos em um restaurante indiano sensacional. Um pouco de diferentes mundos
ao longo do dia, todos os dias. Amo muito tudo isto.
Verduras e frutas |
Reunião no stand da Alcenero, empresa Italiana. |
Muito legal! Depois de um dia cheio daquela sensação de que este mundão não anda nada bem, ler isto devolve alguma esperança. Alguma, porque a esperança plena virá com preços que tornem esta possibilidade acessível a todos. Sempre muito bom ler as tuas crônicas, Laércio, assim como te ouvir!
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