Frente da Casa D. Ignácio de Loyola, Abadiânia, Goiás. |
Meu segundo e ultimo dia
em Abadiânia. Já estou com saudades.
Acordei cedo e fui para a
Casa. Aqui todos se referem assim, Casa. Curioso que não traduzem a palavra.
Falam Casa, mesmo em inglês, alemão
ou francês. Cheguei cedo, antes do início, por volta das sete da manhã e já
estava cheia. Mas ainda não lotada, e com um pouco de paciência consegui um
lugar bem na frente. Queria observar mais de perto as cirurgias visíveis.
O único momento que vi o médium João de Deus caminhando pelo pátio, este com uma pasta preta. |
E elas aconteceram. Pude
ver de perto uma incisão no peito de um rapaz e na garganta de outro.
Superficiais, mas o suficiente para sangrar um pouco. O procedimento é rápido e
logo eles são colocados na cadeira de rodas que está a postos e são levados
para uma espécie de enfermaria, onde ficam por horas deitados em camas com lençóis
brancos. Assim como ontem também vi raspagem no olho com uma faca, a de hoje
pareceu mais profunda, e outras cirurgias onde o médium só coloca a mão na
pessoa e ela meio que desfalece, sendo imediatamente amparada e levada para
esta mesma enfermaria. Sempre que termina ele fala: já está operada, pode levar.
Mas, como eu disse ontem,
a maioria das cirurgias é em uma sala, onde apenas ficamos em oração. As salas são ecumênicas. Mistura crucifixos, imagens de santas, muitas fotos de Jesus e D. Ignácio, alguns outros personagens como Oswaldo Cruz, o próprio João de Deus e uma reportagem da Oprah na parede, no chão cristais enormes por todos os lados. Passado um
tempo, 40, 50 minutos, o médium aparece na sala e fala esta mesma frase, no
plural: aqui já estão todos operados,
podem liberar.
Explicação depois da cirurgia, no pátio da Casa. |
Foi o que aconteceu
comigo. No início da tarde, depois de umas cirurgias visíveis, que são feitas
no salão grande, à vista de todos, o médium, melhor dizendo a entidade incorporada
no médium, perguntou quem gostaria de ser operado. Ali mesmo decidi que queria.
Dirigi-me a sala, fiquei sentado, meditando, em oração. Fui operado, só não sei
de que.
Gostei da ideia de passar
por esta cirurgia. Muito na onda de ser a limpeza espiritual que aqui eles
dizem que acontece nos casos onde a pessoa não tem um problema de saúde
aparente. E quem sabe se não fui liberado de algum problema futuro? O fato é
que estou me sentindo bem, melhor do que quando aqui cheguei. Se vai durar, não
sei. Depois conto.
Fim de tarde, o povo de branco voltando para suas casas |
Fiquei hoje olhando as
pessoas sendo atendidas e pensando. Imagino que poucos vêm procurar uma cirurgia
espiritual sem ter feito já um périplo por médicos, psiquiatras ou livros de autoajuda.
É o caso dos com quem eu conversei nestes dois dias. Os tempos são difíceis, é
justo que diferentes caminhos sejam tentados. Deste aqui eu gostei muito, vai
para o meu cardápio de soluções para
tempos não tão fáceis.
Interessante Abadiânia,
interessante o médium João de Deus e sua Casa D. Ignácio de Loyola. Interessante
a atmosfera e o povo de branco, o ar cosmopolita dentro e em volta da Casa, o
clima de fraternidade entre as pessoas. Natural este clima, quem está aqui em
sua maioria está com dor (e quem não está?), e a dor irmana.
Recomendo. Eu gostei muito
de ver, conhecer, sentir. Um check-up anual na Casa pode ser uma boa ideia.
Veremos.
As pessoas chegando na casa, pela manhã. |
O busto de D. Ignácio de Loyola, patrono da Casa |
Cristais sendo vendidos. |
Agora, na primeira quinzena de agosto, irei também a Abadiânia. Estou bastante ansiosa e feliz. Meu marido foi há um mês atrás e está voltando para a revisão. Gostei muito do teu depoimento e gosto muito das palestras feitas no Caminho da Luz. Parabéns! Abraços. Anerose
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