Visual da Casa D. Ignácio de Loyola, Abadiânia, Goiás |
Este blog a principio é para minhas viagens internacionais. A
de hoje entra como exceção, já que ela é dimensional... Estou em Abadiânia,
cidade que fica entre Goiânia e Brasília. Cidade pequena, típica desta região
do país, cortada em duas pela Belém-Brasília, com sintomas visíveis de pobreza
e desorganização. Até aí, nenhuma novidade. Mas em um dos seus bairros a
fisionomia muda. Ao nos aproximarmos da Casa Ignácio de Loyola (www.joaodedeus.com.br) parece que
entramos em outro mundo. Inúmeras pousadas, todas simples, todas com nomes de
Santos ou com alguma referencia religiosa. Café, lojas vendendo artesanatos,
pedras, ervas medicinais, roupas brancas. Caminhando por este lado da cidade, português
é o idioma menos ouvido. Além do Inglês, ouvi Francês, Alemão, Espanhol. O café
que estou agora tem cardápio em Inglês.
Mas não é só a presença de estrangeiros que dá a este canto
do mundo um ar diferente. A maioria das pessoas veste branco, da cabeça aos
pés. A música no ar, nos diferentes cafés, pousadas e restaurantes, é invariavelmente
de meditação. A fisionomia das pessoas exala algo diferente, não sei definir
bem, mas entre a dor e a paz, sentida ou buscada.
O que faz esta parte de Abadiânia assumir esta atmosfera de
outra dimensão é a presença do médium João de Deus. É ele quem atende na Casa
Ignácio de Loyola, Santo Católico e fundador da Companhia de Jesus. João de Deus é
famoso no mundo todo e até a Oprah já esteve por aqui (www.youtube.com/watch?v=jvFCxdmTHOk). Agora, eu
também!
Dentro da Casa, um dos locais de atendimento |
A fama do médium vem das cirurgias espirituais que ele realiza.
Elas são feitas de público, mas poucas são visíveis. Visível significa com
corte, sangue, sutura. Quando feitas, impressionam. Nada de assepsia, anestesia
ou dor. Mas, como disse, estas são minorias, feitas em 3, 4 pessoas. A maior
parte das cirurgias é sem corte, apenas de cunho espiritual.
Hoje fiquei na Casa o dia todo. Cerca de mil pessoas estavam
lá, quase todas vestidas de branco. Mais mulheres do que homens. Mais velhos
que jovens. Mais estrangeiros do que brasileiros. Uma minoria com enfermidades
visíveis. Todos concentrados, atentos, quase tensos. O atendimento é feito
durante todo o dia. Todos passam pelo médium, através das várias filas que se
formam, e tem um breve contato com seu guia espiritual. Neste momento ele orienta
o que você deve fazer.
Vou contar brevemente o que vi. Duas pessoas sendo operadas
na frente de todos, mas sem corte. Em dois minutos. Elas como que desfaleceram e
foram amparadas pela equipe e se dirigiram a uma espécie de enfermaria com camas.
Vi outras duas pessoas tendo seus olhos raspados com uma
faquinha, tipo de cozinha. E vi uma sofrendo incisão no seio, sangrando e
levando um ponto. Estas três também, se dirigiram para esta mesma enfermaria, contígua a uma sala onde outros estão sentados, em prece, apoiando espiritualmente o trabalho da Casa.
Fora do salão principal da Casa |
Eu entrei na fila, que passa por esta sala, e fui atendido.
Em 10 segundos ele me receitou passiflora, o único remédio receitado na Casa e
disse que queria me ver outra vez. Me emocionei às lágrimas ao passar por ele,
saí e comprei o remédio, vendido ali mesmo. Isto foi de manhã.
De tarde, entrei na fila de novo. Desta vez me emocionei mais
do que pela manhã, as lágrimas brotaram com força, e ele me disse que meu tratamento
já havia começado. Pediu para eu sentar na sala a qual me referi e ficar em oração.
Foi o que fiz. Com outras dezenas de pessoas. Só para deixar claro, eu não pedi
nenhuma cirurgia, até porque estou bem de saúde. Nem sei porque me emocionei.
Mas o que se diz na Casa é que os guias do médium sabem mais do que nós o que
estamos precisando, e, portanto, nos curam mesmo do que eventualmente não
sabemos que temos. Amém.
Fico por aqui, mas teria mais pra contar. Quem sabe amanhã. Sei
que vou dormir bem, o astral aqui é de fato diferente, agradável, de paz.
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