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quarta-feira, 21 de maio de 2025

Veneza, 19 e 20 de maio de 2025.

 

Piazza San Marco, ao entardecer.

Saímos de trem de Milão, ontem de manhã, da estação central, com destino a Veneza, pela Italo. Trem confortável e poltrona espaçosa (€30). Duas horas e meia depois chegamos em Veneza, com apenas um dia e meio para visitá-la. Achava pouco quando cheguei, acho muito pouco agora que estou saindo. Mas fizemos o possível para aproveitar, no nosso estilo, que passa longe de dar check em todos os pontos sugeridos pelo ChatGPT.

Canais de Veneza

Chegamos de trem na Estação Santa Lúcia e fomos caminhando para nosso hotel, o Papadopoli Veneza. É da rede Accor e, com os esquemas de pontos, os hotéis dessa rede podem render 30, 40, 50% de desconto sobre a diária. Gostamos muito do hotel, da localização (Santa Croce), do quarto e do atendimento.

Deixamos as coisas no hotel e, no início da tarde, fomos bater perna. Não almoçamos, trocamos por um gelatto, e optamos por passar a tarde caminhando! Saímos em direção à Praça São Marcos, considerado o ponto central da cidade. O caminho até a praça, pouco mais de dois quilômetros, é percorrido entre ruas estreitas, algumas que margeiam canais e ruas muito estreitas, interligadas por pontes, muitas pontes. Afinal, estamos em Veneza! Nos canais vemos os pequenos barcos, alguns deles são táxis, e as famosíssimas gôndolas. Nos canais maiores, embarcações maiores. Em alguns pontos, a beleza impressiona, principalmente sobre as pontes que cruzam o grande canal, que são mais altas e nos permitem divisar as duas margens. Nelas, nas margens, vemos as casas venezianas, e sua arquitetura característica, mais ou menos imponentes e mais ou menos conservadas. Elas servem como moradias, hotéis, bares, cafés, restaurantes e lojas. O visual é impressionante, lindíssimo, impactante, deslumbrante ou qualquer outro superlativo que te ocorra e que descreva algo muito bonito.

Grande Canal, visto da Ponte da Academia.

Muito se fala hoje do turismo de massa. Muitos, eu me incluo, quando organizam uma viagem tentam fugir dos locais hiper frequentados. Sim, compreensível, muita gente junto às vezes cansa e não descansa, não nos deixa desfrutar o visual que buscamos ou o ir ao desejado restaurante. Mas… locais muito frequentados o são por alguma razão. Veneza está lotadíssima. Há pouco, começou a cobrar ingresso, alguns dias da semana, para os que vem apenas por um dia e não se hospedam aqui. Então, esse parágrafo mais longo é para dizer o seguinte: Veneza é bonita demais, por isso muita gente vem aqui, e se você não curte lugares muito cheios, venha mesmo assim e dê o seu jeito!

Ruas de Veneza

E qual jeito eu e Ana demos? Além dos locais que todo mundo vai, Veneza tem um mundo de ruas pequenas, bem estreitas, não sei se por influência árabe, com suas casas, cores, roupas dependuradas nos varais entre as janelas, flores no balcão, e lindas portas de madeira, algumas com a imagem de algum santo sobre elas. Essas ruas muitas vezes confluem em pequenos largos, onde surgem bares, cafés e restaurantes, ou mesmo lojas, nem tão cheios. Então, minha sugestão para Veneza: Visite os lugares que você deseja visitar, mas tire algumas horas para se perder entre suas ruelas, apenas caminhando, vendo lojinhas, parando para um café ou drink, tomando um gelatto!

A praça Marco é realmente imperdível. Lotadíssima mesmo em uma segunda-feira. Guarda as características das praças secas europeias: uma área enorme, circundada por arcos que escondem a calçada da sólida construção ao redor. Como de costume, os três poderes que mantinham as sociedades medievais, talvez não seja muito diferente no hoje, se fazem presente: Igreja, Estado e Comércio.

Dentro do propósito de não estar todo o tempo rodeado de muita gente, não entramos na Igreja, não subimos a Torre, nem entramos no Palácio Ducal (que mostra o vigor da aristocracia da República de Veneza). O nome vem do fato do posto mais alto na hierarquia de poder era o Duque. Em Vêneto: Doge. Por fora são locais lindos, mas optamos por não pagar e nem aguardar nas longas filas. Gôndola? Também não andamos, não faz muito nosso estilo…

Murano

Esse foi nosso dia em Veneza. Jantamos no próprio hotel, comi uma polenta com bacalhau, tanto surpreendente quanto saborosa, mas me arrependi. Tantos lugares bonitos na rua, deveria ter saído para aproveitar algo da noite em Veneza. Para compensar, saímos para dar uma volta e procurar uma sobremesa. Veneza à noite é uma formosura!

Hoje, segundo e último dia, decidimos ir visitar Murano e Burano. São duas ilhas, entendo que bairros de Veneza. Do hotel, fomos até a Piazzela Roma e, ali mesmo, compramos nosso bilhete. Nos permite rodar 24 horas nos transportes públicos e custaram 25 euros. O passe de 48 horas custa 37 euros e assim por diante. Te permite andar nos “vaporettos”, embarcações que são o transporte público daqui. Essa dinâmica de Veneza, em meio a água, me fez lembrar Belém e as cidades vizinhas. Sim, acho que os venezianos e os povos da região amazônica se encontram nesse jeito meio anfíbio de viver.

Adoramos as ilhas. Mais tranquilas que Veneza, suas casinhas coloridas são deslumbrantes. Burano, um pouco mais longe, parece ter mais vida, achamos mais bonita e colorida, mas Murano e as lojas com seus famosos cristais, verdadeiras obras de arte, merece também ser visitada. O que fazer nas ilhas? O mesmo que em Veneza: caminhar, ver lojas, tomar café, spritz ou sorvete, comer algo e caminhar mais… 

Burano

Regressamos no meio da tarde, ainda em tempo de fazer dois programas legais. O primeiro, além de andar mais e passar de novo pela ponte Rialto, de onde se vê o grande canal com uma visão privilegiada, foi comer e beber em dois lugares em frente ao nosso hotel. Desde ontem haviam nos chamado a atenção, pela quantidade de gente, a despeito da simplicidade, o Bacaretto da Lele e o Arcicchetti Barcaro, ambos no ‘Campo dei Tolentini’. Simples, no segundo ainda tem umas mesinhas, no primeiro bebemos e comemos em pé, ao lado de um canal. Tomamos um vinho no primeiro, um spritz no segundo, acompanhados de alguns cicchetti (petiscos variados, servidos sobre um pequeno pedaço de pão). 

Lateral da Igreja de San Marco

O segundo programa que me refiro, e que serviu para fechar com chave de ouro nossa estada aqui, foi ir até a Praça San Marco no cair da noite. A atmosfera estava meia mágica, com as luzes sendo ligada aos poucos, alguns cafés, como o Florian, o Quadri e o Lavena com músicos se apresentando e espalhando sons muito agradáveis pela praça. Tudo isso nos trouxe um enlevo especial e chegamos a nos emocionar. Ouvimos Sinatra, Abba e Michael Jackson, e algumas clássicas que minha cultura, infelizmente, não alcança para saber quais eram. Enfim, recomendo fortemente o entardecer e seu cruze de cores na Piazza San Marco!

Regressamos caminhando ao hotel e, no caminho, nos deparamos com o Aperol Terraza, no Campo San Stefano, um restobar que nos chamou atenção. Paramos para comer algo e tomar nosso último aperol. Na real, tomei um campari! Acho que o fato da Helena, minha filha, trabalhar na Campari tem influenciado minhas escolhas…

Sobre Veneza, é isso que vou contar.

Amanhã, quarta-feira, pegamos o ônibus perto do hotel, na Piazzela Roma, destino aeroporto. Onze euros por cabeça, comprei na Omio, acho esse aplicativo ótimo para comprar passagens pela Europa.

Para onde vamos? Helsink! De lá, conto mais.


Burano


Murano

Grande Canal!

Vista do bar do hotel

Casa de Veneza

Veneza!
Veneza!


Nós em Veneza!



Um comentário:

  1. Que legal ver vocês aproveitando esses lugares lindos e cheios de história.

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