A pequena praia, na Cidade Velha. |
Que interessante estar em
Cabo Verde. Devo esta ao meu amigo Alberto Bracagioli, que assumiu este
compromisso e me chamou para colaborar com uma parte da formação. Semana que
vem ele estará por aqui, iremos nos cruzar no ar.
Estou aqui há apenas
quatro dias e tenho trabalhado o dia todo, a maior parte do tempo em sala de
aula. Mas, apesar de ter visto quase nada, tenho conversado, lido algo,
passeado um pouquinho.
Conversando sobre agricultura |
No curso, em conversa com
os participantes, tenho aprendido que a agricultura aqui está naquela fase de
inicio da revolução verde, onde ainda não entraram com força os adubos químicos,
os agrotóxicos, as sementes modificadas geneticamente. Pouco capital, pouco
interesse das empresas. Mas elas chegam, para elas a expansão do mercado é
inercial, chegam a todos os cantos, usando o fetiche da tecnologia como a cunha
onde entram com seus produtos.
Ontem de tardinha consegui
passear um pouco, levado pelos meus anfitriões do Ministério. Fui à Cidade
Velha, a primeira cidade européia / portuguesa em terras Africanas. Surgiu em
1462. Antes portanto do Botafogo ser campeão pela primeira vez, o que só
aconteceu em 1910.
Casinhas na Cidade Velha. |
Me disseram que estava meio
abandonada e desde 2009, quando foi considerada uma das Sete Maravilhas de
Origem Portuguesa no Mundo e classificada pela UNESCO como Patrimônio Mundial
da Humanidade, começou um processo de restauração. Um pequeno povoado, vila de
pescadores com astral caribenho, casinhas lindas, incrustada no vale apertado,
circundado por altas montanhas. Estou colocando algumas fotos para ilustrar. Acho
que os títulos que ostenta têm a ver com o visual natural, uma pequena praia
entre dois morros, a arquitetura das casas remanescentes e, principalmente com sua
história. Para citar apenas mais uma curiosidade, Vasco da Gama, Cristóvão Colombo
e eu passamos por aqui. Não é pouco!
Ao redor das estradas tem
muitos hotéis e pousadas, segundo entendi usadas pelo povo de Praia para fins de
semana de lazer.
Estrada entre Praia e a Cidade Velha. |
Todas as ilhas aqui são
vulcânicas, ainda que apenas uma tenha um vulcão ativo, não por acaso chamada
de Ilha do Fogo. Ilhas vulcânicas têm este tipo de paisagem jovem, nervosa, com
montanhas altas e vales encaixados, nas estradas visíveis desmoronamentos de
pedras ou mesmo terra. Andei apenas vinte quilômetros para fora de Praia, e a
estrada entre o mar e altas montanhas, verdes nesta época, me lembraram a Nova
Zelândia.
Ando comendo bem por aqui.
Comi camarões grandes, servidos com casca, ao alho e óleo no restaurante Copacabana,
de um casal, ela Brasileira, ele Caboverdiano. No Quintal da Musica, comi atum
ao molho carril e no outro dia camarões enormes também ao molho carril, como
aqui eles chamam o curry. Nos dois
dias acompanhados de musica, boa musica. Cabo Verde é tipo uma Cuba, ilha,
pequena (bem menor que Cuba) e com uma produção musical impressionante.
Gambas, que são camarões grandes! Ao curry! |
É, a brincadeira poderia
durar mais tempo. Ver mais, ouvir mais, comer mais... mas a vida segue, amanhã
vou embora, passando por Lisboa e chegando em casa apenas no domingo de manhã.
Tá de bom tamanho, nem só de caminhar vive o homem!
Musica, no quintal da musica! |
De onde escrevi hoje, ao pé do Atlântico, no Shopping Praia. |
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