Finca de Don Angel, sala de aula pronta... |
Ontem acordei às cinco da manhã e viajamos uns 200
km, de Coronel Oviedo para o Departamiento de San Pedro, assentamento
La Germarnina, município de Nueva Germánia, diretamente para a finca de Don Angel Gimenez. Aí passamos
a manhã, entre um conversatório e
visita aos cultivos.
Estavam umas 25 pessoas da comunidade, e a prosa
girou em torno de como eles podem seguir resistindo, com o enfoque da
agroecologia, diversificação de culturas e novas estratégias de mercado, ao
avanço da soja. Andamos por esta região, centro-oeste brasileiro, leste do
Paraguai, nordeste da argentina e sudeste da Bolívia e o que temos é a
impressão que o mundo vai virar um mar de soja. Com esporádicas ilhas de cana
de açúcar. Esquema que não resiste a uma análise sócio-ambiental ou econômica,
mas que persiste à custa de pesados subsídios.
Almocinho fora... |
Terminamos com mais um almoço ao ar livre, frango
caipira com um bolo salgado de milho verde delicioso, e, claro, mandioca. Não
existe refeição por aqui sem mandioca. Terminado o alomoço, viajamos mais uns
180 km para Horquerta, departamiento de Concepción.
Cheguei, participei de uma breve reunião com lideranças locais para
planejar as atividades de hoje e fui ao hotel, louco por um ar condicionado. Me
deixaram no hotel às cinco da tarde e só saí do quarto por 20 minutos para
comer algo. Umas empanadas, muito típicas por aqui.
Hoje a jornada começou cedo. Um evento organizado
por organizações como Via Campesina e COCICP (Coordinadora de las organizaciones
indígenas y campesinas del Paraguay).
Era a segunda edição da Festa da Produção Campesina, e reunia famílias de
várias regiões do país.
Feira de produtos e sementes. |
Umas 250 pessoas. Foram palestras, feira de sementes e
produtos das próprias famílias, visitas à fincas, troca de experiências. E
muita música, principalmente polca. Ouvi índia, uma das mais famosas canções
paraguaias em Guarani. E Lago de Ipacaray! Dentre os cantores que passaram pelo
telão, Miguel Quintana Bareiro e seu grupo Vy’arã e Ramonita Vera e seu grupo
Tropical (www.youtube.com/watch?v=AwlE2fZQ6is).
Uma estética própria, no visual e na melodia, que podemos ver em vários lugares
pelo interior do nosso continente. Engraçado, curioso, nem sei definir. Na hora
do almoço, um churrascão com 180 kg de carne, um grupo local, ao vivo, garantiu
a animação.
Às quatro da tarde o evento ainda seguia mas nós retornamos
para Assunção. Foram 350 km, cinco horas de viagem, uma linda paisagem e um por
do sol de cinema. Bem agradável.
Agora estou no hotel, amanhã sigo para Campo Grande,
ainda tenho a semana que vem cheia por lá. Se eu estivesse de carro, de Concepción teria ido para Pedro Juan Caballero, 150 km, de lá
atravessado para Ponta Porã, MS, e viajado apenas 300 km para Campo Grande. Agora
faço Assunção – São Paulo – Campo Grande. Tá valendo.
Grupo local... saca o contra-baixo! |
Bom, é isto, aqui no blog, agora, só ano que vem.
Possivelmente Biofach, Nuremberg, em fevereiro. Então, para terminar, me
pergunta se está tudo bem. Vou responder com uma expressão daqui, que descobri
agora e achei sensacional: “Espetacular y
mejorando!”. Fui.
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