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domingo, 8 de junho de 2025

Budapeste, 01 a 05 de junho de 2025.

 

Parlamento de Budapeste, visto, à noite, do Danúbio

Para sair de Cracóvia para Budapest a melhor solução que encontramos foi ônibus. Da FlickBus, uma companhia que tem, de certa forma, cumprido o papel que os trens já tiveram por aqui, de conectar o continente. Sim, ainda tem muito trem na Europa, mas em várias partes a FlickBus funciona melhor e, principalmente, mais barato. Foi o caso desta viagem de Cracóvia para Budapeste. Legal viajar um pouco pelo interior da Polônia, cruzar quase toda a Eslovênia e ainda pegar um trecho do interior da Hungria. Foram sete horas e meia no total e, apesar de não ser um ônibus muito confortável, é bom o suficiente e a viagem correu muito bem!

Memorial 'sapato às maergens do
Danúbio, lembrando os juedes
que foram mortos ali.

Em Budapeste, fomos da estação direto para o hotel, de Bolt. O Pullman Budapeste é super bem localizado, desses hotéis com um bar legal no lobby, bom restaurante e muitos restaurantes interessantes por perto. Por ali mesmo bebemos e comemos algo, julgamos que era tarde para sair.

No dia seguinte, segunda-feira, uma super caminhada. Começamos com um passeio da Civitatis, gratuito, mas com gorjeta obrigatória. Portanto, nem tão gratuito assim. Mas é sim, barato, costuma se dar de dez a quinze euros por pessoa. Andamos por alguns pontos importantes do lado Peste da cidade, ouvimos algo da longa história do país e colocações sobre alguns monumentos. Acho interessantes essas visitas, acrescentam, mas são informações demais, me deixam meio zonzo!

Budapeste é a última escala do nosso roteiro. Passamos por Milão, Veneza, Helsink, Tallinn, Riga, Cracovia e Budapeste. Lugares muito legais, intermediados por passeios no interior de alguns países, nos trechos que cruzamos de trem, ferry ou ônibus. Detalhes estão nas crônicas anteriores, mas ao final deste post vou colocar a minha lista das cidades preferidas desta trip.

Santa Isabel de Hungria.

O que falar sobre Budapeste? Acho que não vou descrever tudo que ouvi sobre os lugares que fomos. Vou só citar alguns, brevemente. Dos pontos considerados obrigatórios, do lado Buda passeamos no Castelo de Buda, no Bastião dos Pescadores, na Igreja de Matias, no meio, ou seja, no rio, passados pela Ponte das Correntes e fizemos o passeio noturno de barco pelo icônico Danúbio (muito legal). Do lado Peste, mais concorrido, vimos, por fora, o Parlamento, visitamos a Igreja de São Estêvão (linda, mas, para minha decepção, dedicada a um rei guerreiro, não o santo que aparece no ato dos apóstolos), fomos ver a estátua da Imperatriz Sissi, visitamos a praça da liberdade, que já foi uma prisão, e caminhamos pelo bairro judeu. Tudo muito bacana. Dos locais menos conhecidos, adorei visitar a Igreja de Santa Isabel de Hungria. Ela é tia da Rainha Santa de Portugal e também lhe é atribuído o “milagre das rosas”. Não conhece? Pois dizem que, apesar de admoestada pelo Rei, que a proibiu de levar pães para serem distribuídos aos pobres, ela continuou fazendo e afirmou, quando pega em ato flagrante, que não eram pães e sim rosas. Ante o descrédito do rei, desdobrou a barra do vestido e caíram rosas, surpreendendo ao seu séquito que sabia que ali ela levava pães. Adoro essa história!

O lado 'simples' de
Budapeste.

Mas o mais legal em Budapeste foi caminhar um pouco fora dos pontos mais movimentados. Que cidade linda! Vê-la nesses lugares onde os turistas têm menos interesse em ir é ver a cidade no seu estado mais puro, como que sem maquiagem, em alguns locais com um ar de certa decadência que lhe confere um ar, por assim dizer, mais humano. Sim, a Budapeste Imperial e a Budapeste das pessoas comuns são igualmente bonitas, cada uma do seu jeito, vale muito a pena ver as duas. Para vocês terem uma ideia, caminhamos 20 quilômetros por dia, nos três dias que passamos inteiros na cidade.

A culinária é diversa e come-se bem, muito bem. Além da cozinha húngara, restaurantes de todas as partes do mundo, afinal Budapeste está entre as dez maiores cidades europeias. Nos perdemos um pouco no meio da oferta de comidas, nos enganamos em alguns horários e opções, então no fim só provamos a sopa goulash e a sopa de pescados, além de detalhes locais no café da manhã. Aliás, eu tenho que aprender a não tomar mais café da manhã em hotel, por sinal delicioso, pois me limita para provar comidas locais ao longo do dia. Comemos duas noites no próprio hotel, uma por opção e outra porque o restaurante húngaro que havíamos focado fechou mais cedo do que imaginávamos.

Agora, quero comentar sobre outros dois lugares que fomos: o mercado central, lugar típico e quase obrigatório para os turistas. Achamos muito interessante, vale bem a visita. 

As´pecgto do emrcado Lehel.

E o mercado Lehel. Um pouco fora de mão, mas se justifica porque é muito interessante. Menos souvenires, mais comidas, preços mais baratos, adoramos ver um pouco do funcionamento e ofertas de um mercado frequentado pelas donas de casa. Ah, é em uma estação do metrô, então fácil de ir, caso não te convenha ir caminhando.

Acho que não vou contar mais detalhes de Budapeste. Para compensar vou pôr mais fotos abaixo deste post.

Por último, não quero deixar de dizer que, na igreja de São Estêvão tem um pequeno relicário onde está exposta, à vista de todos, a mão incorrupta do Rei Estevão, tão importante na história da cidade e para a qual foi erguida sua basílica mais monumental. Esse é um dos milagres atribuídos a ele, ter sido seu corpo encontrado incorrupto séculos depois do sepultamento. 

Mão incorrupta do Rei Estevão.

Muito interessante de ver, vou por uma foto aqui ao lado. 

Para terminar, quero dizer que foram 21 dias de uma excelente viagem. 

Viajei a vida toda, muito, à trabalho, sinto que estou aprendendo a viajar por puro passeio. É bem diferente. Uma das minhas tentativas é fugir um pouco das armadilhas que, naturalmente são feitas para aproveitar esse negócio altamente lucrativo que se tornou o setor de turismo. Me incomoda a tentativa de transformar tudo em uma espécie de parque temático, com um colorido e uma vibração que me soam artificiais. É como se a Disneylândia fosse a referência para tornar-se atrativo e ser visitado. Às vezes é até meio triste de ver a multidão visitando os lugares quase só pela foto, dando check em atrações como quem cumpre uma obrigação.

Não foi por outra razão que incluímos Helsinque e duas capitais de países bálticos neste roteiro, para fugir do turismo de massa. Deu certo, adoramos esses lugares, mas gostamos também de ver pontos clássicos, que tampouco são clássicos por nada!

Finalizando, vou colocar o que prometi, a lista com as cidades que visitei, em ordem da minha preferência. Bem subjetivo: Laércio, você pode passar uma semana, passeando, aonde você iria?

1.               Tallinn

2.               Riga

3.               Helsinki

4.               Budapeste

5.               Veneza

6.               Milão

7.               Cracóvia

Por quê? Lendo meus blogs de cada uma destas cidades você perceberá por quê.

Bem, quase em casa! Daqui a pouco, partimos para Malpensa, dormimos em um hotel ali mesmo, perto do aeroporto, o Tribe, amanhã regressamos para São Paulo, dormimos em Porto Alegre e seguimos para Torres. Qual será a próxima? Não sei…, mas, de onde for, conto algo!

 

Sebo, em Budapeste.

Ponde das correntes, sobre o Danúbio

Sorvete servido em ãor e a Basílica de São 
Estevão

Basílica de São Estevão

Uma das minis estátuas de Budapeste
Ficou curioso? Busca na net!

Ópera.Linda demais!

Festival de vinho na Praça da 
Liberdade.

Ruas de Budapeste!

Cafézinho na rua - um tiramisú... 

Igreja de Santa Isabel.

Danúbio e o lado Peste, visto do lado Buda.

Paradinha no lado Buda.

Mercado Central




































quinta-feira, 5 de junho de 2025

Cracóvia, 29 de maio a 01 de junho de 2025.

Igreja construída a 300m de profundidade - interior da
mina de sal de Wieliczka


Chegamos em Cracóvia e, do aeroporto, pegamos um Bolt para o hotel, o excelente “The Crown Kraków Center”. Era tipo nove da noite e, mesmo assim, nos dirigimos à principal praça da cidade, 1,5km, aqui chamada de “Praça do Mercado”. Isso denuncia que a cidade é mesmo medieval, porque, naqueles tempos, o local da praça era onde ocorriam as ações de mercado, as trocas de mercadorias, tendo por mediação algum tipo de moeda, cunhada ou de referência, ou apenas o escambo de produtos. Mas isso não ocorreu apenas na Europa, o mesmo se sucedeu nos quatro cantos do mundo. Em cidades antigas nas Américas, também conjugam praça central e mercado. Cusco e sua praça de armas é um bom exemplo. Me parece bastante óbvio que assim seja, a praça é, por excelência, o local da feira.

Basílica de Santa Maria

Eram quase dez da noite e a praça estava iluminada, linda. Iluminada, linda e cheia. Aliás, que cidade cheia, ao menos em seus pontos mais turísticos. Eu não sabia que Cracóvia se inseria no turismo de massa, não esperava por isso. Nos surpreendeu e, confesso, não curtimos muito. Jantamos pierogarnia (dumpling polonês) e fomos dormir, eram quase onze da noite, bateu o cansaço! No dia seguinte, sexta-feira, momento de bater ponto em alguns dos lugares que fazem Cracóvia famosa no mundo do turismo. Saímos do hotel e pegamos uma reta em direção ao bairro judeu Kazimierz. Mas fomos aproveitando o caminho. Primeiro, outra vez, passamos na Praça do Mercado. De dia, ficamos por ali umas duas horas, vendo o movimento, outra vez muito cheia, a Igreja de Maria, a torre do relógio, o chamado mercado das sedas, um conjunto de lojinhas que vendem artesanatos, e rumamos para a Igreja de Pedro e Paulo. Nessa caminho, pausas para olhar algo do intenso comércio, tomar um café ou comer uns obwarzanek, umas roscas macias, formato semelhante ao pretzel, de sabores doces ou salgadas, que são vendidas por todo lado. Da Igreja de Pedro e Paulo nos dirigimos ao Castelo de Wewel. Fica no alto da colina de mesmo nome e impressiona pela magnitude. Mas era tanta, tanta gente, que optamos por voltar depois e… adivinha? Não voltamos… mas o que vimos valeu, para visitar o castelo com dignidade precisa de tempo, não sei se seria nossa prioridade!

Cardápio os "Zapiekanki".

Seguimos até, finalmente, o bairro Kazimierz. Uma vibe mais descolada, com uma pegada cultural moderna, feirinhas e paredes pintadas com gravuras ou cores vibrantes - eu não sei porque vários bairros judeus que conheço, em diferentes partes, tem esse clima. Ficamos andando para lá e para cá, percebendo essa pegada que mencionei. Achamos um lugar com uma pequena feira e vários boxes vendendo zapiekanki, um pedaço de pão, torrado sem ser duro, com molho de tomate, mozarela e cogumelos. Esse é o clássico. À partir daí, uma enormidade de sabores. Bom e barato, adoramos experimentar. No mesmo local pedimos um suco de maçã exprimido, feito com um juicer, delicioso! Entramos na Sinagoga de Isaac. São várias no bairro, escolhemos essa, pagamos 15 zloty cada um (uns 22 reais). Eu não tenho lembrança de ter estado em uma Sinagoga antes, achei legal conhecer. Ambiente simples, cheio de significados que eu não tenho cultura para extrair.

Voltamos, da mesma forma, caminhando. Neste dia, foram 20 km no total. Descansamos duas horinhas no hotel e regressamos para a Praça do Mercado, buscando uma cerveja e algo para comer! A cerveja tomamos em um dos bares ao redor da praça, mais cara, mas queríamos estar ali naquele movimento, pessoas passando, vendo o desfile das charretes feitas carruagens para turistas terem seus momentos de nobreza. Faz parte! Para jantar, elegemos o Gòscinna Chata. Comida tradicional polonesa de boa qualidade, gostamos do ambiente também. Recomendo! 

Turismo de massa e suas versões
"Parque temático". Cracóvia não foge disso
!

No fim do dia, avaliamos que Cracóvia estava médio. A cidade é bastante interessante, bonita, astral legal. Mas não curtimos tanto, talvez por estarmos vindo de Tallin e Riga, duas cidades mágicas. Com essa avaliação, resolvemos que deveríamos ir visitar a Mina de Sal, famosíssima aqui. Acordamos cedo, tomamos o café da manhã no hotel, o que não fazemos todos os dias, e pegamos a condução pública para Wieliczka, cidadezinha que abriga a mina. Aliás, vale uma menção ao transporte público em Cracóvia: usamos algumas vezes e adoramos. Muito fácil, uma rede de bondes elétricos, super modernos, só entrar e pagar com teu cartão em maquininhas que estão tanto nas estações quanto dentro dos bondes. Passagens custam a partir de 4 zloty.

Galerias da mina: 200km...

Pegamos um bonde até a estação de trem e de lá o trem até Wieliczka. Em 50 minutos estávamos lá. Havíamos comprado o bilhete pelo próprio site oficial da Mina. Custou 140 zloty cada, uns 200 reais por cabeça. Lá é tudo muito bem organizado e rapidamente achamos nossa fila.

São poucos mais de 2km percorridos em quase três horas. A guia nos leva até 300m de profundidade, descemos cerca de 800 degraus. Não vou descrever a visita aqui, vou fazer dois comentários apenas. O primeiro é que a visita vale pelo aspecto histórico, do aprendizado cultural, mas não é aquele tipo de mina que se destaca pelas belezas naturais, mas sim pela capacidade do ser humano de moldar a natureza para satisfazer suas necessidades e se beneficiar. Realmente impressiona muito como exploraram essa mina, que hoje está inativa. Para ter uma ideia, são mais de trezentos quilômetros de galerias. O segundo comentário é sobre o sal. Que produto importante… caraca! Por sua conta os seres humanos desbravaram terra e perfuraram pedras, criaram verdadeiras cidades subterrâneas, forjaram riquezas e impérios. Incrível… nós, brasileiros, estão acostumados com o sal marinho, mas ele representa menos de 10% do sal consumido no mundo. A maior parte vem mesmo de minas.

Cervejaria House of Beer

Regressamos a Cracóvia depois das quatro, a cidade fervia. Resolvemos fugir do tumulto e ir a duas cervejarias. Uma a “Viva la pinta”. Perto da praça, bacaninha, mas, na real, achamos mais ou menos. A outra, “House of Beer”, adoramos, das melhores, vale a muito a visita!

Ficamos até oito da noite pela rua, ainda dia, e regressamos ao hotel. Na passada, compramos um Kebab! Não resistimos… essa foi nossa janta! Barata e delicioso!

Hoje saímos cedo para a rua, tínhamos pouco tempo. Acertamos em ir até a praça do distrito de Podgorze, segundo dizem o autêntico gueto judeu de Cracóvia. Foi criado pelo regime nazista em 3 de março de 1941 para “limpar” o centro da cidade. Fomos lá ver a monumento das cadeiras, uma homenagem de Roman Polanski para lembrar os judeus que tiveram que sair de suas casas levando seus pertences. Ainda passamos em frente a famosa fábrica de Schlinder, história contada por Spielberg em seu famoso filme. Tínhamos ainda umas horas e fomos até o monte de Krakus, de onde se vê uma vista panorâmica da cidade. Esse programa foi médio, não curtimos muito…

Regressamos ao hotel e, daqui a pouco, pegamos um ônibus FlixBus para Budapeste! Serão sete horas de viagem, saindo da Polônia, cruzando a Eslováquia e chegando até a Hungria. Parece maneiro, né? De lá, eu conto!

Lago salobro no interior da mina de sal.

Aspecto da praça do mercado, uma das maiores de toda a europa

Órgão da Igreja de Pedro e Paulo

Sinagoga de Isaac

Na Igrja da mina, uma reprodução da ansat ceia, feita em
pedra de sal.

Cracóvia e suas grandes áreas
verdes

Aspecto das ruas de Cracóvia

Monumento das Cadeiras

Fábrica de Schlinder