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domingo, 4 de fevereiro de 2024

Guiné-Bissau, 03 e 04 de fevereiro de 2024.

Mercado de Bandé
Cheguei ontem à Bissau, capital de Guine-Bissau, pequeno país da África Ocidental. Passei por Lisboa, dormi em um hotel ao lado do aeroporto (Meliá), jantei um bacalhau no próprio hotel e no dia seguinte fiz as quase cinco horas de voo que me trouxeram até aqui.

Ontem, sábado, cheguei no hotel já no meio da tarde. No caminho do aeroporto, pude perceber que estou de fato em um dos países mais pobres do mundo. O visual das casas, o tipo de comércio de rua, dominado por pilhas de roupas e produtos usados, além dos produtos chineses e as ruas empoeiradas… sim, Bissau não impressiona positivamente à primeira vista, o que não chega a ser surpreendente. Ontem à tarde fui reconhecer o terreno, passeando a pé pelo centro da cidade. A impressão que tive pelo caminho se manteve, Bissau não é uma cidade bonita ou agradável. Tenho 12 dias aqui, por tanto estou sujeito a mudança de opinião ao longo do caminho.

O que hoje se conhece por Guiné-Bissau foi invadida e ocupada por Portugal desde o século XV, teve sua independência declarada apenas em 24 de setembro de 1973 e reconhecida pelo colonizador em setembro de 1974. Guiné-Bissau foi a primeira colônia portuguesa no continente africano a ter a independência reconhecida por Portugal.

Hoje, domingo, resolvi caminhar pela cidade, apesar do sol de 36 graus. Com o ar seco, o calor se torna mais suportável. 

Praça Império e Palácio do Governo

Saí do hotel e fui em direção ao Centro Cultural Franco-Guiné Bineense, o nome me sugeriu que poderia ter algo interessante por ali. Estava fechado, mas descobri que vai ter um show pré-carnavalesco na próxima sexta. Pode ser.

Depois, andei pela Avenida Almicar Cabral, que une o Porto à Praça Imperial, em frente ao Palácio da Presidência. Ali peguei o rumo da Av. Combatentes da Pátria. Em uma certa altura, depois do Parlamento, cheguei ao mercado de Bandé, o principal da cidade. Que loucura… o comércio mesmo ocorre nas ruas, apesar de que, por trás do imenso movimento das calçadas, em algum ponto, tem um mercado fechado. Aliás, a palavra mercado tem sua origem associado a palavra praça, local público. Caminhando pelas calçadas, vi quele tipo de comércio que tem tudo… roupas, eletrônicos, comidas… algumas coisas chamam mais atenção: por exemplo, celulares, novos e usados. 

Feira, mais de perto

Chama a atenção porque não são smartphones, que também estão por aqui, claro, mas pela maioria ser de celulares pequenos, apenas para telefone e SMS. Deu até saudade… roupas velhas, telefones com telas quebradas, tomates amassados, galinhas mortas, galinhas vivas, material de construção, panos, peixe seco, peixe fresco no sol forte… tudo se vende por ali… eu era o único branco no mercado, tenho a impressão que os turistas devem se sentir inseguros, o visual de fato pode gerar essa sensação, mas não vi nada, absolutamente nada que me gerasse qualquer insegurança. Na verdade, se olharmos um pouquinho para a história, quem teria motivo para ter medo seriam eles, pela presença de um branco ali, não é?

Camarão ao Carril (curry)
Ainda não tirei uma febre da comida local, ontem comi um prato indiano, hoje bacalhau, no simpático restaurante “A Padeira Africana”, onde pude sentir algo do tempero local. Gostei muito. 

Falando em restaurantes: na África, em todos os lugares onde estive, vejo uma cena comum: a medida que os restaurantes vão ficando mais caros, a cor da pele dos frequentadores fica mais clara… no mercado de rua não vi nenhum branco, no restaurante caro, mais brancos que negros.

Aí, Laércio, eu te pergunto? Só nos países africanos? No teu país, não?

Sair é bom para ver o lugar dos outros, mas principalmente para conhecer nosso lugar!

O mais bonito que vi hoje são as mulheres e suas roupas coloridas, o que me lembrou Maputo. 

Andando pelas ruas, sós ou acompanhadas, às vezes levando algo na cabeça, sem precisar da ajuda das mãos, muitas sentadas ao chão vendendo frutas e verduras, mas, em qualquer lugar ou posição, sempre com seus vestidos coloridos, típicos de boa parte do continente. Um luxo! Pena que não gostam de tirar fotos, as que tirei foram furtivas ou em plano geral! E o bom é que meu trabalho aqui e principalmente com mulheres agricultoras, vou poder conviver um pouco com elas. 

Amanhã tem trabalho, depois conto o que vim fazer aqui!




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