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Em um dos miradores que permite ver o Aconcágua |
Hoje,
sábado, dia 28 de janeiro, foi um dia daqueles que ficarão gravados na memória.
Eu já havia ouvido muitas vezes sobre a beleza da estrada que liga Santiago do
Chile a Mendoza, Argentina. Mas, ainda que eu tivesse preparado para algo muito
bonito, fui pego de surpresa. Ela é mais que isso. E me fez pensar na beleza.
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Desci do carro na "Los Caracoles" para tirar esta foto! |
Não
deve ser por outra razão que são cultuadas como Deuses por todas os povos
originários desta região. Velam por todo ser que habita suas paragens. E eu
acho mesmo que é assim, o que está sob sua vista são por essas montanhas cuidados.
A estrada ora opta por costear as montanhas, o que tem algo de assustador, porque nos sentimos entre uma parede de pedra, enorme, e um penhasco nada convidativo, e ora decide passar por entre as enormes formações rochosas. Um dos trechos que bordeia as montanhas, bastante conhecido, chamado de Los Caracoles, no final do lado chileno, na subida, com um sem-número de curvas em forma de ferradura, ou cotovelo, é realmente de tirar o fôlego.
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Outro trecho na "Los Caracoles" |
Assim
que chegamos no lado argentino paramos no Parque Provincial do Aconcágua, essa que
é conhecida como a mais alta montanha do continente, a partir do nível do mar.
Paramos e andamos pela trilha proposta, mas fomos por apenas uma hora de ida,
outra de volta. Não fizemos o que acho que dele valer muito a pena, que é a
caminhada de um dia, montanhas adentro, buscando os ângulos mais precisos para
melhor admirar o literalmente divino Aconcágua!
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Muitos tuneis, alguns feitos apenas para evitar as pedras que caem. |
Chegamos a mais de três mil metros de altitude e, na descida, um momento tenso... começou a cair uma forte chuva e muitas das altas montanhas são instáveis, enormes paredes de pedregulhos soltos, e as placas na estrada avisam permanentemente do risco de “derrumbes”. Vi uma pedra no meio do asfalto e senti o potencial de muitas mais caírem. A chuva intensa provocou alguns “rios” sobre a estrada, exigindo que baixássemos bem a velocidade. Enfim, foi, como disse, tenso, mas relativamente rápido, logo parou a chuva. Mas os batimentos cardíacos... esses seguiram acelerados por um tempo...
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Banca do mercado de peixes em Puerto Montt |
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Paisagem jovem! Para esses morros deslizarem não precisa muito... |
Vou
terminar esta crônica com um comentário sobre a beleza das estradas da região
dos lagos e do trecho da cordilheira que percorremos hoje. A estrada entre
Bariloche e Epuyen, é um deslumbre. Bariloche é um deslumbre, com suas
montanhas e lagos multicolores. Epuyen e seus lagos, cercados de verde vida por
toda parte, é um visual único. Único! Mas as montanhas dos andes seco, sem
vida, pedras e pedras de todos os tamanhos, formatos e cores, é outra forma de beleza.
Impacta, assusta, acelera o peito e tira o fôlego. Como um mar bravio, de altas
ondas, que mesmo visto de longe gera temor. Ana chamou a atenção que as
montanhas, enormes, em alguns ângulos da estrada, parece que irão, de alguma
forma, te devorar. Dois visuais incríveis e distintos… a beleza da região dos
lagos é acolhedora… te dá vontade de sentar e apreciar, te gera paz, como um
banho morno. O que vi hoje foi banho frio no calor, que gera desconforto e
acelera a respiração, ao mesmo tempo que é apreciado. Deslumbra os olhos e mexe
com as entranhas. Não sei, ainda estou sob os efeitos das horas de estrada de
hoje, da sensação de incômodo de estar correndo algum risco em meio a juventude
da formação geológica, visivelmente imatura, e ao mesmo tempo tendo a certeza
de estar vendo alguma cenas das mais bonita que vi na vida.
E
você? Prefere a beleza que agita ou a que acalma? Mar bravio ou lago manso?
Fui,
amanhã falo de Mendoza, onde chegamos às sete da noite.
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Já um pouco mais baixo, uns 2 mil metros, direção Mendoza |
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Visual da estrada |
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Aconcágua ao fundo |
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Eu e Ele... |
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Ana ao lado de um altar a PACHAMAMA |
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Montanha ultra colorida, no Parque do Aconcágua |
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Nascer do sol em Puerto Varas |
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Da janela do quarto do hotel em Puerto Varas, Osorno ao fundo |
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E não demos sorte de achar um restaurante indiano ao lado do hotel Em Santiago¹ |