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| Praia dos namorados |
Fim
de semana de passeio, descanso e algum trabalho. Comecei muito bem, ontem de
manhã fui a uma praia lindíssima com a Lucimara, brasileira que trabalha na
Oikos, de carona com a Vanessa, seu filho Luka e sua cadela Marieta. Companhias
para lá de agradáveis.
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Nesta mesa comemos, no Onda Azul
Fomos
à Praia dos Namorados. Uma pequena praia, de areia branca, na parte norte da
ilha, que deve ter pouco mais do que cem metros de extensão. Águas quentes e
calmas, como se fosse uma pequena Baía, circundada por uma vegetação quase de
restinga e delimitada, por um lado, por um morro com uma vegetação também
baixa, de um verde tímido, não com a exuberância que normalmente vemos na ilha.
Do outro lado, um pequeno acidente geográfico que separa essa praia da Praia
dos Tamarindos. O mar, lindíssimo, com certa variação de cores, entre o azul
profundo e um verde marinho quase brilhante. Ficamos na pequena faixa de areia
branca, protegidos do sol pela sombra de uma árvore que ali fez morada. Um
espetáculo.
Saímos
ao meio-dia da praia e fomos comer no restaurante Onda Azul. Uma bela paisagem
da Baía de Chaves. Visual. Comi um peixe-azeite, o que mais gosto dos que já
provei neste país. Veio acompanhado de banana frita, tanto verde quanto madura,
arroz, salada e matabala, uma raiz, prima do inhame, muito consumida aqui.
Depois do almoço, fomos à chocolateria Diego Vaz, local agradável, com bom
café, sobremesas, gelatos e chocolates.
Para
terminar meu sábado gastronômico, de noite decidi ir comer em um lugar um pouco
mais caro, no restaurante do Hotel Omali. Pedi um peixe com crosta de gergelim,
legumes salteados e um excelente purê de matabala. Delicioso! Meu prato no Omalí
Hoje,
domingo, dia agitado. De manhã fui com a Lucimara para o norte. Passamos na
linda praia da Lagoa Azul, que eu já conhecia e tinha vontade de rever. Outra
vez, águas calmas, quentes e transparentes, de um lado mar, de outros morros.
Vale o nome, lembra mesmo a lagoa do famoso filme. Depois, segui na estrada até
a última cidade deste lado da ilha. Chama-se Santa Catarina. É povoada por
angolares. O que são os angolares? Pois então, estou também tentando entender.
A
história de São Tomé e Príncipe, contada pelos portugueses, diz que não havia
gente nestas duas ilhas quando eles chegaram. Mas não existe consenso sobre
isso. É possível que pessoas vindo de Angola já estivesse chegado aqui e
vivessem nessa terra-mar. Não construíram porto, forte ou cidades e se fizeram
invisíveis (quase?) para a história.
Essa
é uma hipótese, até onde sei. Mas é fato que tem um povo aqui na ilha que são
diferentes dos outros. São facilmente identificáveis. Me contaram até do
formato dos pés ser diferente. Fala-se também que “é melhor não se meter com
eles”. Ouvi ainda que “se você chegar lá e eles estiverem descalços, fica
descalço também, não fica parecendo querer ser melhor”. Vou contar uma última
coisa, entre muitas, que ouvi: “o pessoal daqui (da cidade, não angolares) iam
muito lá comprar uma esposa. Depois, viram que elas vem para cá, interagem com
outros e a pessoa acaba perdendo sua mulher. Se é muito pobre, ainda consegue
esconder ela, mas se é rico, aí não tem jeito, tem que apresentar ela, ela logo
descobre que tem outras possibilidades e deixa o homem - claro, ela foi
comprada, ali não existiu amor. Já não é comum irem lá comprar uma mulher, não
vale a pena”.
Isso
é parte do que eu ouvi. O que eu vi em Santa Catarina? Uma comunidade pobre,
como todas aqui, caras simpáticas, casas a beira -mar em um lindo ambiente,
muitos barquinhos a vela, já que é uma comunidade de pescadores.
É
tanto para contar, esse espaço aqui não cabe…
Em
Santa Catarina acaba o asfalto. Para frente, um caminho de terra, apenas para
pedestres. Essa parte circunda o Parque Nacional de Obó. Ou seja, não se pode
dar a volta em toda a ilha de carro, existe esse trecho apenas para pedestres,
de 32km, segundo me precisou um amigo agricultor daqui, o Gabriel, que é também
guia nas trilhas do Parque.
Que
mais? Bom, voltei de Santa Catarina, tomei banho no hotel e fui com Rogério
para o outro lado, o Sul, para comer em um restaurante famoso aqui, na roça São
João de Angolares. Demos azar, chegamos tarde, o menu degustação não estava
mais disponível, comemos apenas o prato principal, arroz com calulu de peixe,
um molho grosso feito com folhas locais e pedaços de peixe. Estava bom, mas não
muito bom. Regressamos, outra vez uma sobremesa no Diogo Vaz, fofocas em dia e
deu! Direto para o quarto de hotel, nem saí para jantar. Aliás, mudei de hotel,
vim para o Emoyeni Gardens, que eu já conhecia e é bem melhor que o Sweet Guest
House.
Essa
semana que começa amanhã tem muito trabalho, depois conto!
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| Praia Lagoa Azul |
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| Estrada em direção à Santa Catarina |
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| Estrada em direção à Santa Catarina |
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| Tímida foto de Santa Catarina |





