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sábado, 29 de outubro de 2011

Equador, 28 de outubro de 2011.

Conversa com uma liderança local
Vou fazer diferente hoje, vou começar a escrever agora, às seis e quinze da manhã. Estamos saindo, eu, outro Brasileiro, uma Cubana e um Equatoriano, em direção ao Sul, para Riobamba, cidade no centro do pais.
Viajar pela Cordilheira dos Andes, com a estrada a mais de 2500 metros de altitude, vendo os vales e as montanhas que podem chegar a mais de 5000m é meio mágico, ao menos para os que não estamos acostumados a este visual. Paisagens nervosas, com altas montanhas e rios profundos e encaixados se revezam com outras mais calmas, onde as montanhas se colocam mais arredondadas e algumas planícies se desenham. Lindo.
Agora paramos para um café da manhã, na cidade de Latacunga, província de Cotopaxi, onde se encontra o famoso vulcão nevado de mesmo nome. Infelizmente o tempo nublado não nos permitiu vê-lo. Comemos iogurte, frutas, pão, queijo, café. Mais do que suficiente. Hora de seguir viagem. 
Depois de quase quatro horas de viagem, acabamos de chegar a uma Feira de Agrobiodiversidade, em uma comunidade rural cerca de Riobamba, chamada Tzimbuto Quincahuan, um nome indígena, que deve significar alguma coisa, ainda que eu não faça a mínima ideia do que pode ser. Encontrei uma pequena mas animada festa. Povo local, sementes, roupas, danças, músicas locais. Sei que é difícil defender esta tese, mas o que estou vendo merece sim ser chamado de moderno. Parto da ideia que se algo é parte da resposta para alguns dos dilemas atuais da humanidade, como o são a fome e o aquecimento global, dever ser chamado de contemporâneo.   
Batatas e paisagem
Mulheres e paisagem





Mulher e Batata
No local da Festa, estamos em uma altitude de aproximadamente 3000 metros, e o visual segue lindo, com altas montanhas entrecortadas por vales não muito profundos. Agora estou ouvindo uma senhora de origem indígena falar sobre uma busca das nacionalidade indígenas andinas que é o Sumak Kawsay, que eles traduzem como buen vivir. Segundo ela, este buen vivir é algo que se busca sabendo que não será plenamente alcançado, como uma utopia, e deve ser entendido como a busca da satisfação das nossas necessidades reais. Gostei de saber disto e associei com a mitologia Guarani, que vivem como nômades porque buscam a terra sem males.
Fim de tarde, estamos regressando, o tempo limpou um pouco, o que nos permite ver parte do Chimborazo, o pico nevado mais alto do país. Charmoso, imponente, agradável. Excelente companhia para a viagem.
Chimborazo
Na chegada ainda paramos para comer algo em um restaurante em La Mariscal, o bairro onde se concentra a noite de Quito. Fiquei impressionado com o movimento, a quantidade de gente, bares, restaurantes, clubs e etc. Mas depois de mais de oito horas de viagem entre ir e voltar, a noite não se esticou muito. Amanhã quero ver um pouco do Centro histórico e do Museo Guayasamin, é hora de dormir.

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