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sábado, 31 de outubro de 2015

Cuzco, 29 e 30 de outubro de 2015.

Montanhas de Cusco ao fundo - mais de 4000msnm
Cheguei ontem no inicio da tarde a Cuzco. Tive tempo de passear um pouco pelo Centro Histórico, sua Plaza de Armas, ver a Catedral, andar até o Mercado San Pedro, passar um pouco além dele e ver a feira local que vende frutas, verduras, carnes de todo tipo, e também todo tipo de etecétera que você puder imaginar. Roupas, material de limpeza, calçados, acessórios, imagens de santos, eletrônicos. E, repito, etc, etc...

Mulheres e a Feira
Depois do passeio, já no fim da tarde, comecei a passar mal, muito mal. Altitude. Só me lembro de haver passado mal assim duas vezes. Uma em La Paz, que está a 4000 metros sobre o nível do mar e outra aqui mesmo no Peru, quando passei pela estrada de Tiglio, que está a quase 5000 msnm. Cuzco está a 3400msnm, mas foi o suficiente para me derrubar. Dor de cabeça e enjôo. Muito forte. Parecia ressaca de Martine doce. E fiz todas as promessas que alguém de ressaca faz... nunca mais viajo para lugares altos assim, está na hora de parar de viajar, meu corpo já não agüenta mais, e outras promessas do gênero. Agora, depois de 24 horas de adaptação e muito chá de coca (o recomendado para o sorocho, ou mal de altura) estou zerado e já pensando na próxima viagem... o mundo está cheio de promessas vãs!

Esta é a quarta vez que venho aqui. Estive em 1997, quando tive tempo para fazer turismo, fui a Machu Pichu, Ollantaytambo, Pisac, tudo que se costuma fazer por aqui. As outras duas foram mais trabalho e os passeios foram visitando propriedades rurais ou caminhando a esmo por Cuzco. Guardo uma ótima impressão daqui. O Centro Histórico de Cuzco é sem duvida um dos mais bonitos do continente. Sempre arriscado dizer, mas talvez mereça o titulo de mais bonito. A mescla entre a cultura incaica e o ar cosmopolita trazido pelo turismo sempre me encantou. Suas ruelas construídas ainda no tempo do Império Inca, com casas que mantém os muros e paredes feitos pelos Incas, com pedras superpostas, enormes, sem cimento. Os mercados, feiras, cafés charmosos e restaurantes locais são um excelente complemento. As altas, secas e pedregosas montanhas a moldura perfeita.

Isto é o que me refiro...
Claro que Cuzco vem mudando. Para os saudosistas e localistas como eu, meio que passou do ponto. São muitos coffe, organic coffe, juice, bistrôs, pastas, wi-fi and so on... Claro, Machu Pichu foi eleita uma das sete maravilhas do mundo moderno, Cuzco é chamada de capital arqueológica das Américas, o turismo não para de crescer, as oportunidades de trabalho surgem tanto para a população local quanto para os de fora. E não tem como voltar para traz nem ser diferente. Se eu quiser, posso lamentar e chorar. Ou curtir o que ela ainda tem de interessante, e ela ainda é muito interessante.

trabalhos em grupo no curso
Hoje passei o dia dando um curso na cidade de Calca, uma das que compõe o Vale Sagrado, vale formado por um conjunto de rios, o principal deles sendo o Orubamba. Nele estão boa parte dos sítios arqueológicos mais visitados. Muito legal o curso, uma turma de umas 50 pessoas, jovens e adultos produtores orgânicos, alguns técnicos.
Amanhã a atividade é uma saída a campo, com esta mesma turma, o que é sempre a parte mais divertida. Agora vou dormir, do Hotel em Cusco até Calca são mais de uma hora, e às oito devo estar já começando.


Feira de tudo - encima do poste esta escrito que 
não   pode ter venda de ambulantes neste local...

quinta-feira, 1 de outubro de 2015

Cabo Verde, 30 de setembro e 01 de outubro de 2015.


A pequena praia, na Cidade Velha.
Que interessante estar em Cabo Verde. Devo esta ao meu amigo Alberto Bracagioli, que assumiu este compromisso e me chamou para colaborar com uma parte da formação. Semana que vem ele estará por aqui, iremos nos cruzar no ar.

Estou aqui há apenas quatro dias e tenho trabalhado o dia todo, a maior parte do tempo em sala de aula. Mas, apesar de ter visto quase nada, tenho conversado, lido algo, passeado um pouquinho.
Conversando sobre agricultura

No curso, em conversa com os participantes, tenho aprendido que a agricultura aqui está naquela fase de inicio da revolução verde, onde ainda não entraram com força os adubos químicos, os agrotóxicos, as sementes modificadas geneticamente. Pouco capital, pouco interesse das empresas. Mas elas chegam, para elas a expansão do mercado é inercial, chegam a todos os cantos, usando o fetiche da tecnologia como a cunha onde entram com seus produtos.

Ontem de tardinha consegui passear um pouco, levado pelos meus anfitriões do Ministério. Fui à Cidade Velha, a primeira cidade européia / portuguesa em terras Africanas. Surgiu em 1462. Antes portanto do Botafogo ser campeão pela primeira vez, o que só aconteceu em 1910. 
Casinhas na Cidade Velha.

Me disseram que estava meio abandonada e desde 2009, quando foi considerada uma das Sete Maravilhas de Origem Portuguesa no Mundo e classificada pela UNESCO como Patrimônio Mundial da Humanidade, começou um processo de restauração. Um pequeno povoado, vila de pescadores com astral caribenho, casinhas lindas, incrustada no vale apertado, circundado por altas montanhas. Estou colocando algumas fotos para ilustrar. Acho que os títulos que ostenta têm a ver com o visual natural, uma pequena praia entre dois morros, a arquitetura das casas remanescentes e, principalmente com sua história. Para citar apenas mais uma curiosidade, Vasco da Gama, Cristóvão Colombo e eu passamos por aqui. Não é pouco!

Ao redor das estradas tem muitos hotéis e pousadas, segundo entendi usadas pelo povo de Praia para fins de semana de lazer.

Estrada entre Praia e a Cidade Velha.
Todas as ilhas aqui são vulcânicas, ainda que apenas uma tenha um vulcão ativo, não por acaso chamada de Ilha do Fogo. Ilhas vulcânicas têm este tipo de paisagem jovem, nervosa, com montanhas altas e vales encaixados, nas estradas visíveis desmoronamentos de pedras ou mesmo terra. Andei apenas vinte quilômetros para fora de Praia, e a estrada entre o mar e altas montanhas, verdes nesta época, me lembraram a Nova Zelândia.

Ando comendo bem por aqui. Comi camarões grandes, servidos com casca, ao alho e óleo no restaurante Copacabana, de um casal, ela Brasileira, ele Caboverdiano. No Quintal da Musica, comi atum ao molho carril e no outro dia camarões enormes também ao molho carril, como aqui eles chamam o curry. Nos dois dias acompanhados de musica, boa musica. Cabo Verde é tipo uma Cuba, ilha, pequena (bem menor que Cuba) e com uma produção musical impressionante.
Gambas, que são camarões grandes! Ao curry!

É, a brincadeira poderia durar mais tempo. Ver mais, ouvir mais, comer mais... mas a vida segue, amanhã vou embora, passando por Lisboa e chegando em casa apenas no domingo de manhã. Tá de bom tamanho, nem só de caminhar vive o homem!






Musica, no quintal da musica!

De onde escrevi hoje, ao pé do Atlântico,
no Shopping Praia.