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quinta-feira, 24 de novembro de 2011

La Paz, 23 de novembro de 2011

Eu, Illimani ao fundo

Me encontro agora no quarto do meu quarto hotel desta semana! É bom, deixa a semana movimentada. É que o hotel que estávamos, em Achocalla, era realmente frio e desconfortável. Como amanhã viríamos todos para La Paz, antecipamos para virmos hoje. Um pouco confuso, um grupo agora de 50 pessoas, mas beleza, estamos todos bem abrigados agora.
O dia foi de trabalho. Pela manhã apresentações de alguns países, mas principalmente da Bolívia. Ou do Estado Plurinacional da Bolívia, como eles gostam de dizer, já que a nova constituição, aprovada há alguns anos, reconhece mais de 30 nacionalidades diferentes no País. Nas apresentações e conversas de corredores podem ser percebidas as mesmas contradições de outras partes, com um estado eleito para representar os interesses das camadas mais populares se vendo em dificuldade em cumprir suas promessas. Acho eu que estas dificuldades podem vir da ignorância, da má fé ou de uma releitura da realidade depois de chegar ao poder. Mais possivelmente uma mescla dos três.
Produtoras de hortaliças
De tarde saímos para fazer umas visitas, mas confesso que não foram nada especiais. Fomos ver algumas das iniciativas que tentam justificar o adjetivo de ecológico para o município de Achocalla. Pequenas estufas de hortaliças, uma fábrica de queijo, uma escola alternativa. Interessantes, mas acho que demora um pouco ainda para a cidade fazer jus ao apelido...
Durante todo o tempo, nestas visitas, éramos observados pelos montes nevados. Hoje fazia sol pela tarde e o Illimani e o Murorata estavam radiantes. O Illimani é o principal monte nevado aqui da região de La Paz. Segundo a cultura local estes montes são ‘apus’, nome Quechua para Deuses. 
Murorata, que em Quechua significa a descabeçada
Eles são os responsáveis por manter a integridade do Território e dos seus habitantes, não apenas os seres humanos, mas de todas as suas formas vivas. Os habitantes de um povoado ou cidade costumavam fazer suas oferendas a estes montes. Esta tradição ainda se mantém em boa medida, segundo me informaram. Achei interessante que eu também fiquei com vontade de fazer minha reverência à eles. De verdade. Como não sei fazer um ritual para um ‘apu’ e tampouco costumo fazer o sinal da cruz, que acho até que seria válido nesta situação, me limitei a admirá-los.
Amanhã continua a lida, uma breve visita pela manhã a uma fábrica de chocolates orgânicos, depois a uma feira de produtos locais e então mais trabalho em sala. Entre um e outro, trocar outra vez de hotel. Dia cheio, e estou cansado. Fui.

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