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sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Costa Rica, 03 de novembro de 2011.

Aula sobre Agricultura Orgânica.

Para cantar nada era longe, tudo tão bom. Até a estrada de terra, na boleia de um caminhão.
Mais um dia muito legal de ida ao campo. Hoje fomos visitar a propriedade Los bobos, da família de Minor e Jeannte, que fica no cantão de Aserri, província de San Jose. Levamos mais de duas horas para chegar. A última parte do trajeto fizemos na boleia de um caminhão, em uma estrada que alternava subidas e descidas fortes, muitas vezes costeando, com não mais que um metro distancia, o rio ou o precipício. Bonito, divertido, emocionante. Mas talvez desnecessariamente perigoso.
Na boleia do caminhão
A propriedade fica entre altas montanhas, e vai de 800 até 1300 metros de altitude. Significa que ela é excelente para o Café, um dos seus cultivos principais. Esta é a região de Tarrazu, uma das mais famosas do mundo para café, pelos seus solos vulcânicos e por seu balanço entre latitude e altitude, o que significa alta insolação e temperaturas amenas. Nesta zona, 1200 metros de altitude são considerados ideais. Mais alto, o café pode ganhar em acidez e corpo, mas perde em leveza e aroma. Mais baixo, ao contrário, se torna mais suave e aromático, menos encorpado e ácido.
Café sombreado de Tarrazu
Depois de visitar o cafezal, ouvimos uma bela aula sobre a história com agricultura orgânica da família, que fez esta opção por preocupações ambientais e problemas de saúde. Almoçamos e fizemos o bonito e perigoso caminho de volta para ir visitar a fábrica de adubos da AFAORCA, associação à qual a família pertence. Significa Associação de Famílias Produtoras Orgânicas de Caraiagres, que é o nome de uma das montanhas da região. 
Por último, ainda tivemos o privilégio de ir à cafeteria da própria associação. Bonita, simples, de madeira, construída no alto de um morro, tendo um profundo vale como testemunha. Excelente café. A torradeira da AFAORCA fica no andar de baixo, o que faz com que o cheiro de café diga presente todo o tempo. Quem trabalha nela são os filhos dos sócios. Show de bola.
Cansativo, doze horas entre ir e voltar, mas muito legal. No nosso meio, da Agricultura Orgânica, sempre temos a preocupação de incorporar estas visitas na programação dos cursos. Ver a realidade concreta de quem está vivenciando a AO e permitir o intercambio de conhecimentos.  Afinal, segundo o poeta cantor, todo artista deve ir aonde o povo está.
De noite uma janta com alguns amigos. Comemos chicharones (normalmente torresmo, mas às vezes, como hoje, vem misturado com carne de porco frita) e aipim frito acompanhado de uma Imperial gelada. Boa a janta, muito bom o dia.

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