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quarta-feira, 23 de novembro de 2011

La Paz, 22 de novembro de 2011

Cerimonia à Pachamama

Como previsto, dormir não foi uma tarefa fácil. Muito frio no quarto. E a grossura do colchão me fazia sentir o estrado. Deve ser bom para a coluna. Fui dormindo, acordando de tempo em tempo. Às seis, já dia, me levantei. Tomei um banho. A água só morninha, mas o ambiente tão frio que aqueles poucos filetes de água que caiam serviam como uma espécie de abrigo. Às seis e meia saí do quarto. Encontrei um agricultor, que está conosco e lhe perguntei como dormiu. Bem, ele disse, silencio, não faz tanto frio. Viu? Tudo é uma questão de perspectiva...
Enfim, sobrevivi, mas para esta noite acabei optando por me refugiar em La Paz. Foram 40 minutos para chegar ao hotel que estou, mas quarto e banho quente não têm preço nem distância!
Ainda mais porque para completar a noite difícil, choveu muito durante o dia e o frio aumentou. Com o templo nublado, o mais legal do lugar do evento que é o visual dos picos nevados se foi. Cada um tem o que merece...
Começamos o evento hoje com um culto à Pachamama. Um agricultor local nos ajudou, armou a fogueira, as oferendas, ateou fogo e cada representante das delegações dos diferentes países ateou um pouco de álcool ao fogo, desejando que tenhamos um bom seminário e voltemos todos bem aos nossos lares. Para quem não é desta cultura, pode parecer meio estranho. Mas se eles fossem católicos fariam uma missa, se fossem luteranos um culto, se fossem espíritas uma prece aos benfeitores espirituais... Cada um na sua onda!
Depois desta cerimonia de abertura, passamos o dia ouvindo a experiência de diferentes países sobre Sistemas Participativos de Garantia. Nesta primeira parte do evento estão cerca de 80 pessoas, oriundas de cerca de quinze países, a maioria latino-americana. Ouvir experiências sobre SPG significa ouvir sobre trabalhos com produção ecológica, circuitos curtos de comercialização, agrobiodiversidade, respeito às culturas locais. Com um desfilar tão vasto de experiências interessantes, em lugares diferentes e volumes consideráveis, é inevitável que nos invada uma onda de esperança... que seja eterna enquanto dure!
Amanhã pela manhã seguimos com o relato de experiências, na parte da tarde tem saída a campo, o que é sempre muito válido, pela oportunidade de ver um pouco da realidade local. Vou dormir, aproveitar meu quarto de hotel.

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