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sexta-feira, 28 de novembro de 2014

México, 26 e 27 de novembro de 2014.

Com duas senhoras que preparam comidas, Mercado Alternativo de
Apizaco
Ontem acordei cedo e caminhei algumas quadras ao redor da praça de Tlaxcala, depois segui caminhando até a Basílica de Ocotlan, uns 1500 metros subindo forte, na altitude de 2500 metros, dá para cansar. Depois de um café da manhã estilo Mexicano fomos ao campo, visitar algo do que fazem por aqui nesta área da Agricultura Orgânica. 
Começamos por uma feira, chamada por eles de Mercado Alternativo de Apizaco. Pequeno, ainda em formação. Mas com alguns produtos muito interessantes e, claro, bancas de comidas prontas. E segui comendo... provei diferentes comidinhas locais, mas vou contar brevemente sobre uma, um tipo de chocolate gelado que tomei. 
Preparando a água de barranco
É uma bebida diferente, ainda que à base de cacau. Leva também fava, milho, canela e anis. Tudo torrado e moído em pilão, acrescido de rapadura e batido intensamente em panela de barro com gelo. Fica tipo um chocolate gelado, leve, com muita espuma e super saboroso. É chamada de cacau ou Água de Barranco. Porque tem uma cor parecida com cor de terra. Segundo eles é uma receita pré-colombina, mas me suscitou duvida o fato de alguns destes ingredientes terem chegado depois da invasão espanhola. Devem existir nuances nesta história.
Nopal e sua fruta, tuna.
Fomos ainda visitar um produtor de Nopal. É um cactus, do qual se consome sua folha descascada. Não acho que tem muito sabor, é meio aguado, mal comparando como se fosse um chuchu. É comum vermos na rua uns saquinhos plásticos com nopal cortado em palitos, servido com pimenta. Claro, tudo tem pimenta. O nopal também se come em tacos. Tudo eles juntam com tortillas e transformam em tacos de diferentes sabores, como eu escrevi ontem. Além de consumir a folha do nopal, ainda tem a tuna, que é a sua fruta. Saborosa, refrescante, com uma casca grossa e espinhenta. Muito bacana o nopal, típica planta do deserto, que com sua aparência inóspita guarda água e alimento. Ele é originário aqui do México, e na verdade existem muitas espécies e variedades que são conhecidas por este nome comum. No semiárido brasileiro algumas espécies tem sido plantadas como alternativa para alimentação do gado.
Ao anoitecer ainda pude passear um pouco mais e cheguei ao Mercado Municipal. E de lá fomos em um bar tomar uma Corona. Decoração super intensa e colorida. Muitas tela passando jogos de futebol. Som altíssimo, intercalando o jogo e a música. Pessoas falando alto, tentando se fazer ouvir. Este kitch tão comum no continente, que eu curto muito e que talvez tenha no México o seu orgasmo.
Pimentas, muitas pimentas!
Hoje o dia começou com um passeio no mesmo Mercado Municipal. É que ficou a vontade de tomar o café da manhã por ali. Fomos em um pequeno grupo. Como em todos os mercados vimos muitas frutas, flores, carnes, produtos chineses... E pimentas, muitas pimentas. Na parte de comida pronta, tortillas, muitas tortillas. Tortillerias que a fazem e vendem. Como uma padaria que vende pão. Comemos tortillas com queijo e se pode agregar algo mais, como carne ou fungos. Como levam queijo não se chamam tacos, mas sim quesadillas. Interessante como fungo aqui é comida popular. Vários deles. O mais interessante que vi é o cuitlacoche, que se desenvolve sobre um tipo de milho. Na própria espiga, em cada grão se desenvolve este fungo. Na verdade agronomicamente é uma doença, mas nesta região do México é considerado comestível quando cresce em uma determinada variedade, aí o fungo deixa de ser um problema e passa a agregar valor ao milho. Tudo na vida é uma questão de perspectiva... Achei incrível!
Vista das casas da cidade
Durante todo o dia seguimos trabalhando. O evento terminou com os discursos emocionados e promessas de contato eterno que caracterizam estas atividades. Quase nunca se cumprem. Mas confesso que estava mais interessado em sair para caminhar na linda Tlaxcala, o que conseguimos fazer a partir das quatro da tarde.                           
Tlaxcala é relativamente pequena, tem uma linda praça central, belíssima arquitetura colonial, bem cuidada, com uma bonita vista do Vulcão La Malinche. Algumas das suas casas são ainda do século XVI, o governo do estado funciona em uma delas. 
Terminando o dia e a estada no México com Tequila. Bagé,
Rafael e Daniela, mexicanos, Genaro, paraguaio, eu e Pablino,
também paraguaio.
Compramos alguns artesanatos, passeamos e terminamos em uma Tequilaria. É que estamos no México. 
Boa forma de terminar a estada por aqui. Pena que não tive nem terei tempo de ver um pouco mais da cidade e da região. Nem digo do país. Um gigante de quase dois milhões de km², mais de 120 milhões de habitantes, com uma diversidade em todos os sentidos que exigiria viver aqui para pensar em conhecê-lo. Mas lamento é não ter tido poucos dias mais para ver vulcões, pirâmides e cidades como Puebla tudo isto aqui muito perto. Mas amanhã já volto para o Brasil, a caminho da Paraíba para uma semana intensa de trabalho. Acho que este ano não conto mais.

Don Julio, reposada, coisa fina...
Cuitlacoche

o modelo aqui na lavoura de nopal

água de barranco - deliciosos!!!

tomando a água de barranco

A folha de nopal, no saquinho ela descascada e
a tuna, sua fruta.

Ao lado da praça central

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