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quarta-feira, 26 de novembro de 2014

México, 25 de novembro de 2014.


Basílica de Ocotlán
Passei todo o dia de hoje envolvido com o que me trouxe aqui em Tlaxcala. Um Seminário/intercâmbio sobre Certificação Participativa entre México, Paraguai e Brasil. Um evento com pouca gente, umas 40 pessoas, mas todos representando experiências reais baseadas na Agroecologia. As discussões não fugiram das que normalmente acontecem no Continente. O crescimento do trabalho com agricultura ecológica enfrenta dificuldades face o interesse das grandes indústrias, o desinteresse do poder público e a indiferença do consumidor. Mas, como diria Gramsci, um líder operário Italiano, o pessimismo fica só na análise, a ação segue de forma otimista, ampliando o que se vem fazendo como estímulo à produção e consumo de Produtos Ecológicos. Seguimos trabalhando na mesma onda, sem saber bem onde conseguiremos chegar.
Caminho para a Basílica. Há 2500 m de altitude, cansa...
O evento está sendo no município de Ocotlán, cidade vizinha à Tlaxcala. É onde fica a Basílica de Oclotan, muito conhecida aqui no México, um dos países mais católicos do mundo. Foi construída sobre o local de uma das aparições de Maria. Aqui ela apareceu em 1541, para um jovem indígena denominado Juan Diego (ops). Maria lhe recomendou que pegasse água de um poço próximo, porque ela teria propriedades para curar os doentes vitimados por uma peste e que estavam sob o cuidado deste jovem indígena. No local deste poço se construiu a Capilla del Pocito, há uns 400 metros da Basílica. Segundo os fiéis, até hoje está água mantém estas propriedades curativas, o que faz com que milhares de pessoas venham de todos lados buscar e comprovar seus efeitos. Devoto de Maria que sou, tomei e fiquei curado, só não sei exatamente de que.
Capilla del Pocito
Hoje não almocei. Tive que aproveitar este momento para ir ao dentista. Ontem de noite, passando fio dental, caiu um pedaço de um dente. Por isto sou contra usar fio dental. Achei uma dentista, parece que ficou bom. Nunca tinha me acontecido é de ter que ajudar, segurando o sugador na minha boca enquanto ela, meio nervosa, me atendia. O tempo dirá se ela sabia o que estava fazendo.
Como não almocei, no meio da tarde saí para comer uns plátanos rebanados, em uma barraquinha no centro da cidade, ao lado da Basílica. É uma banana grande, frita, aberta em três, e sobre ela se se coloca algo para dar um up-grade. Ela me perguntou com o que eu queria minha banana, como eu não sabia respondi tudo, ela colocou creme de leite, geléia, leite moça e ainda um biscoito por cima... bem light... tava bom...
A comida aqui é todo um tema. Parece ser o assunto principal do mexicano, o seu maior interesse. E de fato a gastronomia daqui chega a todos os cantos do mundo. Chama minha atenção particularmente as comidas de rua. São diversificadas, estão em cada esquina, boa parte delas bem organizadas e cuidadas. São populares, mas seu consumo não se limita apenas aos de menor poder aquisitivo, ainda que naturalmente sejam mais baratas do que nos restaurantes.
Barraca de comida na rua. Olha a onda..
Pelo que vejo todos tem e comem suas comidas preferidas de rua. Entendo que a diversidade vem não apenas da riqueza de matérias primas, mas principalmente de suas inúmeras combinações possíveis. Olha só: dois tipos de tortillas, milho e trigo. Mais de dez tipos de carne que podem ser agregadas. Alguns acompanhamentos como salsa, cebola, pepino e tomate. Diferentes tipos de molho, com doses crescentes de pimenta. Junta-se estes ingredientes à gosto e está visto porque são centenas de diferentes tacos. Taco é uma tortilla com algo sobre ela.
Em uma escala menor se passa o mesmo com o milho verde. Pode ser cozido ou assado. Comido na espiga ou em copo, debulhado. Pode ser agregado sal, limão, manteiga, maionese, molho, pimenta em pó, inteira ou preparada em molho. Se pensamos em todas as combinações possíveis, são dezenas. Bom, por ai vai. Sei que estas combinações exponenciais também estão em um Subway ou em um buffet de cachorro quente, mas ainda acho que aqui é diferente, ao menos os ingredientes me parecem mais originais e os sabores com mais personalidade.
Hoje jantei tacos. Sortidos!
País interessante este México. 
Tacos

A banana já estava frita, ai eu pedi...

Ela fritou de novo, abrindo em três pedaços

Meteu tudo, porque eu pedi tudo. Crerme de leite, geléia,
leite condensado e um biscoito para enfeitar... e me
entregou com esta cara tão simpática...

2 comentários:

  1. Bah! Essa eu perdi. Aproveite o México e suas mil comidas.

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  2. Sempre gosto dos blogs que falam das comidas e não se esperava nada diferente no México.
    Mas também gostei da Capilla del Pocito - dá pra trazer um pouquinho de água da Virgem Maria pra mim?
    Siga bem!
    Bjs

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