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sábado, 28 de maio de 2016

Maputo, 27 e 28 de maio de 2016.


Predicando...
Ontem minha atividade foi uma conversa no campo com produtoras do cinturão verde de Maputo, na machamba (área de cultivo) de uma delas. Falei em português e fui traduzido para o xiChangana, a língua mais falada aqui em Maputo. O português apesar de ser a única língua oficial de Moçambique, não é falado pela maioria, que se utilizam em seu cotidiano de mais de 30 línguas. É sempre interessante ser traduzido em uma língua nativa, local. Soa bem. Meu tradutor, o presidente da associação do local, se empolgou. Eu falava um minuto e ele levava três para traduzir. Que onda!
Com a galera, na machamba...
Esse tipo de trabalho é sempre um desafio. Cada situação é uma situação. Esta de ontem foi diferente, uma das mais peculiares que já vivi. Cheguei no campo e encontrei um grupo de trintas pessoas, algumas que não falam português e costumam trabalhar de sol a sol, aprendendo com a vida e não com os livros e suas abstrações. E eu tendo a obrigação de falar algo que lhes possa ser útil em seus trabalhos de horticultoras.
Como faço? Vejo a cena e tento ativar a parte dos meus neurônios que ainda funciona. Me concentro, peço ajuda às forças da natureza, e misturo experiência, conhecimento e criatividade, em doses iguais, temperando com sensibilidade para sentir o "público". Ontem parece que deu certo.
Ajuda também o fato de já há muitos anos eu ter optado por ser, dentro da agronomia, mais arquiteto do que engenheiro. Inspirado por bons mestres, me ocupo mais com a forma do que com o conteúdo, mais com a paisagem do que com a molécula, procuro mais a síntese do que a análise. Sinto que esta abordagem facilita muito a adaptação dos meus parcos saberes às diferentes realidades.
Mesquita da Baixa, aspecto interno.
À noite fui ao Loirinha. Ontem foi minha quarta sexta-feira em Maputo.  Nas três anteriores havia ido a este bar no início da noite. Virou tradição, e tradições existem para serem cumpridas. Desta vez acompanhado por alguns amigos moçambicanos, conversamos de trabalho e da vida.
Hoje, sábado, continuei fiel à tradição e usei a manhã para passear pela Baixa (o downtown) e comprar algumas capulanas e lenços na Casa Pandia. Fui conhecer a Estação Central de Trem, uma herança portuguesa do fim do século XIX e que ainda funciona transportando cargas e pessoas pelo país. Muito bonita, parece mesmo um portal para o século XIX. Depois fui conhecer a Mesquita da Baixa, bem maior do que a que eu havia visto durante a semana. Entrei, fiquei um pouco na ante sala e saí.
Estação Central de trem de Maputo
Almocei um peixe à Zambeziana, com molho de coco. Zambézia é um Estado, ao norte de Maputo, no centro do país, com uma culinária considerada patrimônio nacional e tem exatamente no leite de coco feito na hora sua característica marcante.
Passei a meia tarde no quarto e de noite fui com amigo moçambicanos ver o final da Champions League em um bar, o Beergarden. Muito bom, a galera estava animada, parecia que a partida envolvia times locais. Deu Real Madrid, nos pênaltis.

Casa Pandia, por fora.

Casa Pandia, por dentro.

Em Frente à Casa Pandia,vários costureiros prestando serviços.





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