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sábado, 21 de maio de 2016

Maputo, 20 e 21 de maio de 2016.

Passeio na Orla, ao lado do Índico.
Ontem amanheceu chovendo. O trabalho começou com visita a potenciais espaços para a comercialização de produtos orgânicos em Maputo. Meu esforço é readequar meu chip para trabalhar com a escala possível aqui, neste momento. A produção e consumo de orgânicos é incipiente, e o contexto não é muito favorável. Depois da visita, uma breve reunião com parte da equipe para conversar sobre minhas impressões e sugestões. Foi um bom dia de trabalho.
Com o Stelio e o Paulo, dois amigos moçambicanos,
no bar da piscininha, conversar e
comemorar o aniversário do Paulo
Caminhei um pouco durante o breve entardecer e, por volta das cinco e meia, o dia se cobrindo e a lua cheia estampando o céu, fui a um bar que eu já conhecia e do qual guardei boa recordação. Chama-se Loirinha. Ao visitar pela segunda vez uma cidade, é quase inevitável voltarmos a pelo menos alguns dos lugares que estivemos na primeira vez. Não apenas por havermos gostado, mas também por uma busca de, vendo o visto, nos sentirmos em casa, confortáveis.
Hoje segui no mesmo diapasão, de ver o visto. Ao menos pela manhã. Passei outra vez pelo mercado Janet, que de novo me surpreendeu por seu tamanho e pela diversidade das bancas/produtos. Conversei um pouco com o dono de uma banca de cabelos. Segundo ele, naturais, e de fato pareciam, provenientes da Índia. Que viagem... em todo o mercado são dezenas destas bancas e seguramente são milhares de cabelos. Não comprei nenhum.
Cena urbana - Maputo
Segui caminhando até a "baixa", o centro da cidade. Ali fui no Mercado Central, que como todos mercados públicos hoje em dia, tem mais produto industrializado do que fresco, mais coisas de fora do que locais. Mas a arte é apurar a vista e ver o diferente. Em uma das bancas, um senhor me fez provar uma semente de moringa, planta medicinal que segundo ele é indicada para mais de trezentos diferentes problemas. Fui na internet, a planta é a moringa oleífera, e de fato usada desde sempre como medicinal, recebendo o apelido de milagrosa. Só com a sementinha que provei já me sinto outro. Ou talvez seja efeito mesmo dos dois expressos que acabo de tomar no Bella Madallena, restaurante no qual da outra vez que passei um sábado aqui tomei um café e fiquei escrevendo. Exatamente como agora. É um truque. Ativar o sentido de pertença neutraliza a solidão.
Expresso no Bella Madallena.
Depois do café, provei mais uma dose do conhecido, comprando capulanas na tradicional loja Elefante e fui ao novo. Comprei um livro da Paulina Chiziane, prestigiada escritora moçambicana, no shopping Maputo e fui passear um pouco pela orla. É bonito estar ao lado do Índico. Tão bonito que resolvi almoçar com sua companhia, no mercado de peixes. Como é comum nestes mercados, é possível comprar o que se quer e pedir aos restaurantes locais para preparar. Fui de camarão, como sempre. Comprei os pequenos, que eram grandes. Razoavelmente preparados, o ambiente em frente ao mar estava melhor do que a comida. No conjunto um belo almoço, que terminou depois das cinco, ou seja, quase noite.
Aí foi caminhar um pouco para ver o fim do dia sobre o Índico e pegar um táxi rumo ao hotel. Cheguei as seis e nem pensei em sair de novo. Entre trabalhar um pouco, ler e escrever, se foi a night e o sono chegou.

Não tenho nem ideia do que farei amanhã. Amanhã vejo.
Uma parte de uma das muitas bancas de cabelos.

Mercado Central de Maputo.

Onde comi, no Mercado de peixes.

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