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terça-feira, 24 de maio de 2016

Maputo, 23 e 24 de maio de 2016.


Visual do curso.
Ontem estava programado para começar um curso comigo sobre Agroecologia com extensionistas locais, a maior parte de órgãos de governo. Estava mas não começou. Algum problema de comunicação e apareceram apenas 5 ou 6 pessoas. ESSOR, que está organizando esta atividade, resolveu adiar o curso para começar hoje.
O restaurante do dia. Não ganhei a aposta...
De posse de uma surpreendente folga em plena segunda feira, resolvi ir a um restaurante Paquistanês no centro da cidade que havia chamado minha atenção. Muito simples, dei uma chance a ele, mas não fui nem correspondido nem surpreendido. A comida estava como o visual, mais para mais ou menos.
Antes de chegar ao restaurante caminhei de novo pela baixa (o centro da cidade) e pelo seu forte comércio, sobretudo de rua. Países chamados de pobres pelos indicadores internacionais normalmente têm uma forte economia informal. É impressionante a quantidade de ambulantes em Maputo. Vendem qualquer coisa. Em países pouco industrializados e com mão de obra disponível também é comum que ainda persista uma grande quantidade de trabalhos manuais. 
Aspecto do comércio de rua.
Juntando as duas coisas, ambulantes e trabalhos manuais, aqui encontramos vários serviços sendo oferecidos nas ruas, como por exemplo sapateiros, costureiros, meninas que descascam laranjas ou meninos que fazem unhas. Me chamou atenção também algumas bancas com peças velhas, de celulares e relógios velhos. Metade de um, o vidro de outro, uma pulseira quebrada... Incrível, tem comércio para tudo!  Roupas e mais roupas usadas, algumas em mal estado, sendo expostas em lonas no chão ou varais nas calçadas. Imagino que a maioria delas fruto de doações humanitárias, provavelmente oriundas de países europeus. Se eu tivesse fotos do que estou tentando descrever seria mais compreensível para quem me lê entender porque este comércio de produtos e serviços chamou tanta a minha atenção.
Lenços e Capulanas!
Durante minha caminhada pelo centro ouvi uma voz alta, ritmada, que soava ligada ao Islã. Bingo, segui a voz e achei uma Mesquita. Entrei, mas fiquei em uma espécie de ante sala, vendo os homens entrarem, tirarem seus sapatos, lavarem bem mãos e pés em torneiras especialmente dispostas para isto e entraram no local de oração. Tive vontade de fazer o mesmo, mas o respeito me impediu, já que esta não é a minha crença. Sempre são interessantes estes rituais religiosos aos quais não estamos acostumados. 
Seguindo meu breve passeio, entrei ainda em duas lojas de tecidos, uma delas muito tradicional, a Casa Pandia. São muito interessantes as capulanas e outros panos com seus motivos africanos e indianos. Por falar em indiano, ontem à noite, comi pizza no restaurante indiano. Não recomendo.
Minha janta: naam com manteiga na brasa e queijo,
ervilhas e tomates em um molho delicioso.
Hoje o curso correu bem, mas não ótimo. Tive minhas dificuldades de adaptação ao local, tanto às pessoas quanto à realidade. Este trabalho no cinturão verde de Maputo é feito com muito pouca terra, parcos recursos econômicos e mesmo naturais. Tenho que me virar nos trinta para adaptar meus conhecimentos agroecológicos a algo que faça sentido aqui. Acabo de passar três horas readequando conteúdo, para ver se amanhã acerto mais na veia. Veremos.
Janta? De novo no indiano. No Brasil não temos restaurantes indianos baratos, os que conheço são sempre sofisticados e caros. Aqui são bem acessíveis, acabo não resistindo.

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