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quinta-feira, 12 de fevereiro de 2015

Nuremberg, 12 de fevereiro de 2015.


Banca de quinua e inúmeros derivados. Holandesa...
      Hoje de novo foi dia de Feira. Afinal, estou aqui para aqui estar! E gosto sempre. Me detive passeando por alguns produtos. Qualidade do produto e da apresentação visual é uma marca desta Feira. Alguns têm uma apresentação realmente de tirar o chapéu. Os países mediterrâneos costumam ser os campeões na estética. Itália, França, Croácia, Grécia e outros dão um show no visual. As embalagens de azeite de oliva e de chocolates são um show á parte. 
      
Quinua no estande do Perú
  
       É interessante os movimentos que se vê nesta área de produção e consumo. Por exemplo, algumas bancas que aqui estão oferecem quinua. O tradicional grão andino, cada vez mais apreciado por suas qualidades nutricionais. Vi quinua em diferentes estandes do Peru, Colômbia e em um Boliviano. Mas vários países Europeus têm exibido quinua em diferentes produtos. Dos que eu vi o maior foi a Naturecrops, uma empresa holandesa que comercializa grãos e parece que resolveu apostar forte na quinua. Eles têm quinua em barra de cereais, macarrão, musli, sopas e sucos, além de quinua em grão, precozida, em flocos e outras variações. 

Açaí da Colômbia
        Até aí legal, um produto de qualidade, orgânico, sendo valorizado e tendo seu consumo ampliado. O outro lado desta moeda é menos interessante. Comerciantes exercendo pressão pelo produto, transformando os sistemas produtivos diversificados na direção da monocultura e deixando a população local, que sempre consumiu quinua, impossibilitada de seguir com seus hábitos alimentares porque o preço subiu para além da sua capacidade de compra. Esta mesma situação tem ocorrido com a dinâmica de circulação de outros produtos, como o açaí no Brasil. Enfim, como eu disse no início são movimentos do fluxo de produção e consumo e, principalmente quando um e outro estão longe, é até certo ponto normal. Quando a distância entre produção e consumo é menor, mais difícil ocorrer este tipo de situação.

      Já que falei de alguns países latinos, vamos ver o que as estatísticas apresentadas aqui nos disseram sobre a Agricultura Orgânica no continente.  A maior área com produção orgânica está na Argentina, com 3,2 milhões de hectares. Seguido do Uruguai, dado de 2006, com 930 mil ha e Brasil, dado de 2012, com 700 mil ha. Em termos percentuais a liderança está com as Malvinas, que, aliás, também ocupa a liderança em termos mundiais, onde 36% de sua agricultura é certificada como orgânica. Em segundo e terceiro lugar vem Guiana Francesa com 11,9 e República Dominicana com 9,3 %. O Brasil aparece com 0,3% de sua agricultura como orgânica.
Estande do México
             O país com maior número de produtores certificados é o México, quase 170 mil. Em segundo lugar o Peru, com 52 mil produtores. O Brasil, com quase 13 mil, ocupa a quarta posição, atrás da República Dominicana que tem 25 mil produtores orgânicos. Se não me engano a República Dominicana ultrapassou o Equador e hoje é o maior exportador de banana orgânica do mundo, o que junto com a produção de cacau orgânico explica estes altos números para um país com uma área semelhante ao estado de Santa Catarina.

         Para terminar sobre os números latino-americanos: a área total estimada com produtos orgânicos é de 6,61 milhões de hectares, com um total de 320 mil produtores. E querem saber de algo interessante? No continente está área vem diminuindo, lentamente, desde 2009, quando era de 7,66 milhões de hectares. Porque? É uma boa e longa prosa, mas não para hoje. O post já ficou grande e o dia de hoje tradicionalmente termina com pequenas festas nos estandes de alguns países. Vinho e cerveja orgânicos, alguns quitutes para acompanhar. Agora é fim da tarde e sou obrigado a não deixar os amigos irem sozinhos.

         Fui! Amanhã conto da participação do Brasil. 

Júlia, Ana, Maria e eu, reunião de família!
Reunião com ONGs africanas para estabelecer parcerias
Chocolates da Croácia

Yougurtes...

Lúpulo orgânico
 

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