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terça-feira, 16 de fevereiro de 2016

Munique, 15 e 16 de fevereiro de 2016.

Marienplatz, ou Praça de Maria, centro de Munique.
Interessante Munique. Chegamos anteontem, domingo, à noite, e comemos no hotel, o Mercure City Center. Bastante digno, quase um oásis depois das cinco noites no hotel que fiquei em Nuremberg. Não sei se sou só eu que sou assim, mas me acostumo muito fácil com coisa boa, e tenho uma dificuldade com o que é ruim...
Chegamos de trem pela estação central e viemos, Ana e eu, caminhando cerca de 200 metros para o hotel. Centro da cidade, ao redor da estação, nem de longe se percebe estar chegando à cidade mais rica da Alemanha. Se é a cidade mais rica da Alemanha, é uma das cidades mais ricas do mundo.
Trem é bom demais... este maravilhoso
ai sou eu...
    Viemos, passando no meio de muita gente, surpreendente para um domingo à noite, com fisionomias variadas. Oriundos da áfrica negra, áfrica árabe, oriente médio, sei lá mais de onde. Quase não ouvi o alemão, e as línguas que ouvi não saberia precisar. Não é meu estilo ficar inseguro nestas situações, viajo muito e não gosto de me sentir preconceituoso ou receoso por estar no meio de etnias que não são a minha. Mas acho que muita gente sentiria o coração bater mais forte, de medo, se fizesse a caminhada que fizemos até o hotel.
Sinal dos tempos, Munique é uma das cidades que mais recebeu refugiados (imigrantes). Realmente ainda não dá para avaliar o impacto que esta leva de imigrantes terá na Europa, mas podemos arriscar dizer que ela nunca mais será a mesma. Pude ver isto no simples ato de passar de uma calçada à outra. Os pedestres alemães respeitam o acordo, e esperam pacientemente o sinal fechar para atravessar, mesmo na rua vazia, enquanto os de fora, eu inclusive, preferimos não perder este tempo, já que não vem nenhum carro. Pedintes na rua, alguns deles com enfermidades graves, também nos chamou a atenção e me dizem que algo está mudando.
Um dos prédios, dentre muitos, que me chamou
a atenção da cidade velha.
E o programa de hoje foi caminhar pela cidade velha, Alstad em alemão. Começamos pela Marienplatz ou Praça de Maria, ponto central da cidade velha. Praça seca, relativamente pequena, com lindas construções ao redor, sendo uma delas a prefeitura. Estávamos por lá às onze da manhã e vimos o “show” dos bonequinhos em tamanho quase real no alto da torre, encenando momentos importantes da história da cidade, lá dos idos do século XVII.
Ficamos andando pela Alstad, e chama a atenção a beleza dos prédios grandes, imponentes, bem cuidados. E pensar que essa cidade também foi fortemente bombardeada na segunda guerra. A impressionante recuperação da Alemanha no pós guerra realmente fala muito sobre este povo e sua cultura.
AsamKirtche.
Vistamos algumas Igrejas, e a mais bonita que vi foi a Asamkirche ou igreja de São João Nepomuceno. Pequena, linda. Mas o mais legal do dia foi o Viktualienmarkt, um mercado de alimentos que ocupa uma praça muito próxima a Marienplatz. Frutas, verduras, queijos, presuntos, restaurantes, comidinhas, pães, cervejas e cervejas. Almoçamos por ali mesmo, em uma cantina tipicamente alemã ao redor da feira. Muito legal, valeu o dia.
Munique é a capital da Baviera. Entre visitas e leituras aprendi que a Baviera é a unica região da Alemanha onde existem mais católicos que protestantes. A contra reforma Luterana teve aqui um apoio decisivo. Este fato a torna muito importante dentro das esferas do Vaticano, e não é por nada que o último Papa (Hatzinger) era Bávaro.
Para usar uma expressão que anda sendo muito repetida, Munique é "a cara da riqueza". É uma cidade grande, com quase 1,5 milhões de habitantes, a terceira da Alemanha depois de Berlim e Hamburgo. O certo é vir aqui em outubro, quando rola a Oktoberfest, a festa da cerveja. Não sei se me deixei influenciar pela fama, mas realmente tive a impressão de ver as pessoas bebendo mais cerveja do que em outros lugares da Alemanha. 
Munique, a capital da cerveja.
Outra coisa curiosa sobre a cerveja que ouvi de um guia, é que ela surgiu menos líquida e que realmente era vista como alimento. Segundo ele, em uma invasão de "bárbaros" Suecos no século XVII, eles, ao invés de saquearem Munique, praxe de quem ganha uma batalha, apenas exigiram ouro e cerveja. Esta última, para alimentar a tropa e manter a moral elevada, deixando os soldados felizes. É, faz sentido... no meu caso, batalha ganha, vou deixar o ouro e levar só uma cervejinha para casa!
E é isto, fim de mais um rolezinho! Hoje, foi tempo apenas de tomar um caro e belo café da manhã no hotel, depois ir para a estação, uma agradável viagem de pouco mais de três horas no trem e agora umas horas no aeroporto de Frankfurt. Daqui a pouco vamos para Sampa, de São Paulo para Porto Alegre e finalmente Torres!
Hoje, 16 de fevereiro, é aniversário de papai. Se estivesse vivo, estaria fazendo 80 anos. Há vinte anos atrás fizemos uma viagem com ele e mamãe por Espanha e Portugal. Foi a única vez que eles vieram à Europa. Vivos. De onde estão, espero que me acompanhem, em algumas ocasiões. 
Visual a partir da Odeonplatz.

Loja de produtos orgânicos, no Virtullienmarkt

Marienplatz, encima a imagem de
Maria, em ouro.

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