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quinta-feira, 11 de fevereiro de 2016

Nuremberg, 11 de fevereiro de 2016.

Visual de um stand da Biofach.
Outro dia inteiro na Feira. A Biofach é um ambiente de negócios, mas guarda espaços para vários seminários concomitantes, com temas que giram em torno da produção e comercialização de produtos orgânicos. Hoje, além de caminhar, participei de dois destes seminários. Um deles sobre os Sistemas Participativos de Garantia, tema no qual trabalho há anos. Neste participei como um dos painelistas. O outro sobre experiências em comércio justo, com a curiosidade de ter contado com a presença da vice-presidente do Peru, que soube descrever a história do esforço de alguns grupos de agricultores peruanos em se inserir neste mercado Fair Trade. Muito bom ver uma vice-presidenta de um país latino com tanto conhecimento de causa sobre a agricultura familiar e seus desafios.
Evento sobre Sistemas Participativos
de Garantia.
Mas ontem prometi que hoje falaria aqui no blog sobre os números do mercado de produtos orgânicos. Vamos lá.
No mundo, em 2014 o mercado de produtos orgânicos movimentou oitenta bilhões de dólares. EUA é disparado o maior mercado, com 48 bilhões de dólares, seguido da Alemanha com quase oito, França, 4,8 bilhões de dólares, China, 3,7 e Canadá com 2,5 bilhões fecham o ranking dos cinco maiores mercados de produtos orgânicos do planeta. Se comparamos com 1999, saímos de 15,2 bilhões de dólares para os atuais 80. Um crescimento de mais 400% em 15 anos. Dentro do setor de alimentos, o mercado de orgânicos é o que mais cresce. Os números do Brasil, com alta dose de incerteza, são de um mercado de 700 milhões de dólares.
Outro dado interessante relativo ao mercado é o de consumo per capita. Suíça lidera este ranking, com 221 dólares/pessoa/ano. Seguido de Luxemburgo, Dinamarca, Suécia, Liechtenstein, Áustria, Alemanha, EUA, Canadá e França, este ultimo com 73 dólares/pessoa/ano. Brasil? Pelos dados deste levantamento, são 3 dólares/ano/pessoa... posso chorar? 
Linda maquina de café expresso.
Dados específicos sobre diferentes cultivos são mais difíceis de precisar. Cereais ou vegetais, por exemplo, são apresentados de maneira agregada, o que nos dificulta saber se temos mais milho ou trigo orgânico no mundo. Mas vou falar de dois produtos importantes, para ilustrar. No caso do cacau, a área cultivada organicamente foi de quase 250 mil hectares, o que representa 2,5% do total mundial. No caso do café, são 770 mil hectares, o equivalente a 7,7% do total da área plantada no mundo.
É bom lembrar que todos estes dados se referem à agricultura orgânica certificada. Em todo o mundo, principalmente nos países ao sul do equador, existe uma enorme produção que atenderia às normas da produção orgânica, mas que não é reconhecida como tal. Esta produção está fora das estatísticas
Forte presença da França na feira.
Saindo dos números, deixa eu contar que hoje, segundo dia da Feira, no final da tarde, tradicionalmente alguns stands oferecem um tipo de cocktail. Um momento sempre agradável, porque ao redor de determinados stands se reúnem algumas pessoas que tem história com o movimento de Agricultura Orgânica. Algumas delas conheço há anos ou décadas. Rever amigos e recontar histórias, avaliar passados e projetar futuros, regado a bebidas variadas e comidinhas orgânicas, definidamente não tem cartão de crédito que pague.
E no retorno ao hotel ainda dei uma volta pela fria Nuremberg. Fria mas agradável. Uma cidade bonita, com tanta história e na qual estou pela décima vez, o que é suficiente para gerar certa intimidade. Terminei a night, o que a esta altura da vida significa dez da noite, ouvindo country rock e tomando uma Guiness em um pub irlandês com o significativo nome de Finnegan's. Nada mal.

Olha a sacada de uma empresa de Berlin:
olhinhos para motivar crianças a comer
frutas e verduras.

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