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sábado, 18 de fevereiro de 2017

Biofach, Nuremberg, 18 de fevereiro de 2017.

Cidade velha de Nuremberg, entardecer.
Hoje foi o último dia da Biofach. Um dia mais de passeio, com menos reuniões de negócio, mas mesmo assim com boas conversas, observações e análises sobre a situação atual da Agricultura Orgânica no mundo.
Maças e tulipas em um estande da Holanda
Vou contar uma destas conversas. Uma das características deste mundo da Agricultura Orgânica é a certificação. Simplificando, posso dizer que a soma do desejo de evitar fraudes com o desejo de receber mais por seu produto leva à esta necessidade. Eu particularmente sempre discordei desta equação, por achar a certificação um trabalho com mais custo do que benefício para o crescimento do setor, como alguns chamam, ou do movimento, como outros, eu inclusive, preferimos chamar. Esta é a razão porque há 25 anos trabalho com certificação participativa, um método que considero mais adequado e que nós mesmos criamos no Sul do Brasil. Bem, tudo isto para lhes contar um dado que me surpreendeu. O número de empresas certificadoras na América do Norte diminuiu no último ano, de 223 para 193. Curioso, porque cresce o número de produtores, o mercado, mas diminui o número de certificadoras. Se esta tendência é mundial, isto pode acabar gerando mais distorções do que já temos hoje, em termos de maior afunilamento no fluxo entre produtores e compradores representado pelas empresas certificadoras. É verdade que nesta diminuição estão incluídas algumas compras e fusões, mas é claro que este modelo de normas restritas, certificações caras e obrigatórias terá que ser repensado.
Estande da Dwersteg
Outra conversa interessante é que a demanda segue maior que a oferta. Ouvi isto de um pesquisador do mercado norte americano e de outros aqui, mas também é o que percebemos no Brasil, mesmo nas pequenas feiras que organizamos. A oferta cresceu muitíssimo nos últimos dez ou vinte anos, mas nunca conseguiu alcançar a demanda.
Uma última coisa sobre a Feira. Na festa, meus amigos Pipo e Maria, argentinos, me apresentaram um casal de alemães, Monika e Ludger Terriete. Hoje de manhã fomos ao estande deles. Fazem gin e licores, os mais diversos e finíssimos, deliciosos (www.dwersteg.de). Um casal super gente boa, hippies dos anos setenta, que mantém seu espírito jovem e todos os anos alugam um moto home para viajar por diferentes países. Conversamos muito, ficamos de nos visitar e conhecer melhor o que cada um faz. Aqui tem disto, surge umas conexões muito interessantes, principalmente entres aqueles que veem na agricultura orgânica não apenas um negócio.
E aqui termino o que foi possível contar desta edição da feira.
Centro histórico (cidade velha) de Nuremberg
No fim da tarde passeamos pela bonita e fria Nuremberg. É uma cidade cheia de história, e é fácil perceber isto caminhando pelo seu centro. Visitamos lojas, andamos pela cidade velha, compramos mostarda local e terminamos entre um Pub Irlandês, onde vou todos os anos, o Finnegan’s, e o Barfuber, um bar restaurante enorme, muito tradicional, que fabrica sua própria cerveja e serve comida local. Estávamos Ângela, Leandro, Ana e eu. Excelente noite de despedida.

Amanhã, domingo, 19 de fevereiro, já é dia de preparar malas e pegar avião de volta. Chega de contar desta viagem, e a próxima nem sei quando ou para onde será.

Mostardas artesanais. hummm...
Barfuber, no centro de Nuremberg.

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