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terça-feira, 29 de setembro de 2015

Cabo Verde, 28 e 29 de setembro de 2015.

Visual de casario no centro de Praia, Cabo Verde.

Estou desde domingo em Cabo Verde, terra da Cesária Évora. Cheguei à capital, Praia, às onze da noite de domingo, depois da odisséia que relatei na última postagem.

Vim aqui para um curso com Extensionistas do Ministério do Desenvolvimento Rural. São 40 horas de curso, em cinco dias, ou seja, quase não vou ter tempo de conhecer a Ilha de Santiago, onde estou, muito menos o país.

O mar, visto do centro de Praia.
Ontem passei o dia em sala de aula, entre palestras e debates. No curso estão técnicos das nove ilhas habitadas do arquipélago, que no total é composto por dez ilhas e muitas ilhotas. Para quem não freqüentou as aulas do Albino, Cabo Verde fica na costa ocidental da África, e está mais ou menos no meio do caminho entre Brasil e Portugal, que o colonizou no século XV. A palavra colonização aqui é bem empregada, porque as ilhas não eram habitadas e inicialmente foram usadas por Portugal para facilitar o tráfico de escravos africanos. A independência de Portugal veio apenas na década de setenta.

Mesmo com pouco tempo, já pude notar que a população, sua pele multitom, comida, canto, etc, guarda muitos traços desta mescla de europeus e africanos. Outro exemplo da mescla: quem ouve Cesária Evora, ou Teophilo Chantre cantando em crioulo, não pode deixar de sentir uma certa dor do fado... ou estou enganado?

A barragem e o verde.
Hoje fomos ao campo, visitar parcelas de produtores familiares, conversar sobre manejo de solos e proteção de cultivos sob enfoque da agroecologia. Apesar do clima predominante no país ser semi-árido, estamos em plena época chuvosa, o que deixa o visual bastante colorido. Ouvi aqui a brincadeira que na maior parte do ano o Cabo é seco, só fica verde quando chove.

Visitamos uma barragem, a primeira de sete já construídas nos últimos dez anos. Com ela, são mais de 200 agricultores familiares que tiveram suas vidas mudadas de maneira significativa por aumentar consideravelmente a disponibilidade de água ao longo do ano. 

Depois fomos a duas propriedades. O que vi a campo? Milho, feijão, amendoim, repolho, tomate, mamão, banana, cana, mandioca, abóboras, berinjela, etc. Me senti em casa.
Trabalhando...

Estou hospedado no Praia Confort, um confortável hotel na praça principal da cidade, do outro lado da Igreja principal da cidade. O centro histórico tem um estilo tipicamente colonial, casas de muitas janelas e portas encima da calçada, coloridas, algumas delas com os azulejos que são marcas registradas da arquitetura portuguesa. Se me distraio um pouco, posso pensar que estou pelo interior do nordeste brasileiro. Como termino de trabalhar às cinco da tarde, o dia que me sobra é apenas para passear um pouco pelo centro. Ta bom, to me divertindo conhecendo estas terras luso-africanas!
Mais das casas do centro histórico de Praia

Um comentário:

  1. Sempre gostei das terras lusitanas, pois sangue português corre nas veias de brasileiras e brasileiros, especialmente que moram mais ao centro do país. Assim sendo, me encantam as construções. Muito bom ouvir sobre estas terras que tão pouco conhecemos!

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