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quarta-feira, 23 de setembro de 2015

Milão, 23 de setembro de 2015.

"Todos os passos que dei na minha
vida levaram-me até aqui, agora" 
E cá estamos...
Hoje o dia começou calmo. O café da manhã bem servido e bem acompanhado trouxe a graça a manhã, que acordou ameaçando chorar. Chorou. Deixamos ela chorar. A conversa levou a filosofia e a disparidade da 'expectativa vs realidade' em viagens. Assunto não novo, mas que vale a lembrança a todo tempo. Devemos sempre relembrar da expectativa e aproximar a realidade dela. Da nossa. Nesse mundo feicibuquiano a dificuldade aumenta. Bom, por aí foi. 

O choro da manhã, conhecido como chuva, estragou o pequeno plano de programação, que seria ir a Bolonha. Que bom, não estava disposto a viajar 400 kilometros em um dia para conhecer outra cidade. Tivemos que buscar o que fazer, ao mesmo tempo em que nos esconder da chuva. A saída foi a 'Pinacoteca'.

A Pinacoteca di Brera foi minha primeira diversão em italiano. 'Pinacoteca di Brera'. Que coisa divertida de se falar. Assim como ciao. Dei muitas risadas com o ciao. Não tem como não rir. Rio no primeiro, por que se fala ciao para falar ‘oi’, e dou risada no segundo por que é igual o primeiro. A partir do ciao descobri que falo italiano flueenteméntee – leia-se com as quatro pontas dos dedos coladas uma nas outras, movimentando-se para frente e para trás, na altura do rosto. Tenho um sotaque especial para buongiorno, e dei uma gargalhada no metro lendo a previsão do tempo. Para oggi, domani e dopodomani!! 

Pinacoteca, vista de dentro
Mas falando da Pinacoteca, a visita foi mais interessante do que o esperado. Ela é o museu mais reconhecido de Milão, e uns dos maiores da Itália. No seu acervo se encontra pinturas renascentistas das Tartarugas Ninjas - ou de Rafael e Leonardo -, Picasso, Modigliani, entre outros. O destaque fica para o beijasso do homem sem face na donzela desconcertada, chamado de ‘Il Bacio’, e para o símbolo da luta do proletariado, ‘Il Quarto Stato’, de Giuseppe Pellizza da Volpedo. Sobre este, a discussão se acalorou. Pena que não sobre o tema do mesmo, mas pela selfie mal tirada com o iPhone... Contradições e hipocrisias do mundo. Seguimos.


Seguimos para a Duomo, aproveitando a pequena trégua da chuva. As ruas do bairro de Brera são encantadoras, assim como as vitrines de comida e de gelato. O gelato veio mesmo antes do almoço. Afinal, qual o motivo de deixar para depois o que você pode comer agora? Seguindo o turismo alimentício, o Panzerotti Luini realmente faz jus ao renome. Um tipo de pastel fofo frito delicioso. Como fiquei em dúvida, papei logo dois sabores. Ricota&Espinafre, Olivas&cebola&tomato. Tuti muto bonno.

Mas a chuva atrapalhou o resto do dia. Andamos meio a globalização de lojas do centro, se divertindo com os contrastes e semelhanças do mundo, que se misturam não importando o país. E alem de se misturar, assustam. Felizmente o expresso italiano ainda existe, e nele fomos nos refugiar. Um shot. Quente, forte, como um soco para acordar a mente e esquentar o peito. Delicioso.

Daí o dia acaba no hotel. Meu pai utilizando o computador, e eu lendo.

Por acaso, quem ocupa este espaço virtual de hoje é o filho do cara, o primogênito, dono de toda a herança deste velho autônomo que nada me deixará além de ditados e livros. Chamado no documento de Tiago, hoje habitando terras francesas e sendo chamado pelo codinome de sua cidade ou pelo charmoso&enigmático apelido de Capitão Gancho. Agradeço o espaço, um dia eu volto para dar o ar da jovialidade a este blog.

E sobre a indiada em Míílâno, amanhã ela continua.

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