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quarta-feira, 23 de julho de 2014

Cuenca, 22 de Julho de 2014.

Mesa de debates, jovens e agroecologia
Hoje seguiram as atividades do que eles estão chamando de II Jornadas Agroecológicas do Equador. Na parte da manhã assisti duas boas palestras. A primeira analisou a promessa do atual presidente equatoriano, Rafael Correa, quanto à promoção de uma transformação na matriz produtiva do país. O que se busca, segundo ele, é construir uma matriz que permita ao país superar seus problemas históricos de pobreza e desigualdade, além de mais independente de importações. A palestrante afirmava que, em que pese as boas intenções do governo, ainda não foi feito muito, por exemplo, em termos de mudanças no marco normativo ou nos investimentos em infra-estrutura necessários para essa mudança.
Segundo a palestrante, essa mudança pode nunca chegar, caso o Governo insista em modelos que já demonstraram ser concentradores de renda, além de nefastos ao meio ambiente, com monocultivos para exportação, tais como soja transgênica ou cana de açúcar para biocombustíveis.
Prosa no campo.
A jovem socióloga terminou afirmando que é inegável que exista uma intenção de transformação por parte do Governo, e visível uma maior presença de políticas sociais, como saúde e educação, mas deixou uma pergunta: em que medida o investimento público está orientado ao  fortalecimento de pequenos e medios produtores ou empresários? Quem será o sujeito da transformação? Esta, para ela, é a questão chave.
Depois da socióloga que fez esta primeira exposição, ouvi um líder campesino falar sobre qual a sua posição perante a mudança da matriz produtiva, especificamente no campo. Resumindo: ele foi enfático em dizer que só irá agravar os problemas que se propõe a resolver. Ele defende  uma revalorização do campesinato e a Agroecologia como proposta a ser trabalhada pelo Estado. Contei tudo isto porque o Equador é um destes governos do continente que se pretendem afirmar como de esquerda e, ao mesmo tempo, fortemente contestados à esquerda e à direita. É bom ouvir as pessoas daqui falando sobre sua impressão do que anda rolando.
Depois sim, foi minha vez de estar na mesa que se propunha ser de jovens discutindo sua compreensão e perspectiva para a Agroecologia. O que eu estava fazendo numa mesa de jovens? Sou jovem... 
Prosa no campo.
De tarde fomos ao campo, a São Joaquim, uma espécie de cinturão verde da cidade, visitar hortas orgânicas que estão dentro de uma área que se propõe a ser um Corredor Ecológico. O trabalho é desenvolvido por uma ONG local, CEDIR, financiado pelo Banco Mundial e busca conectar diferentes áreas protegidas do país.
De noite saí para jantar com amigos daqui, alguns deles que conheço há mais de quinze anos, nas andanças em torno da agricultura ecológica. Muito bom!
Agora para a caminha, já que amanhã saio cedinho para Riobamba, zona central do país, a umas 4 horas de viagem. Tem um evento na Universidade de Chimborazo. Sobre o que evento? Adivinha... bingo, Agroecologia! Se der, conto de lá.
Horta Orgânica em São Joaquim, Cuenca.

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